domingo, 24 de abril de 2011

TRAVESSIAS

São muitos os relatos bíblicos que tratam de travessias, literais ou metafóricas.
Gosto desta palavra: travessias.
Estamos sempre realizando algum tipo de travessia na vida (também, de forma literal ou metafórica).
Quando penso no ritual da páscoa, e em em toda a simbologia que carrega, sempre volta à lembrança a dureza da vida com suas nuances de esperança. Aparece sempre uma exortação para que façamos as travessias necessárias, sob pena de ficarmos presos numa depressão ou algum tipo de frustração...
Na tradição judaica, por exemplo: o povo ficou peregrinando 40 anos pelo deserto, batendo cabeça entre si pelas brigas internas, até que, finalmente, entram na Terra Prometida (conseguem atravessar o deserto após um tempo bem longo de aridez).
Claro que, depois, voltam aos seus conflitos habituais, mas ao menos, percorreram a jornada.
Assim parece nossa vida em muitos momentos; ficamos caminhando pelo deserto algum tempo, até que possamos dar os passos necessários para um espaço menos árido!
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Na tradição cristã, Jesus carrega sobre si toda uma simbologia que já vem do Antigo Testamento. É oferecido como o "cordeiro" de Deus que veio para limpar os homens de seus "pecados", suas mesquinharias, através da graça que é alcançada mediante a fé. Jesus realiza a travessia da vida corpórea para a vida espiritual, através do seu sacrifício.
E sua mensagem, independente de alguns entenderem como fato e outros como ficção, sempre nos exorta arriscar fazer travessias que possam resultar numa vida mais digna de ser vivida.
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Os tempos não são fáceis. São recorrentes casos escandalosos de todos os tipos.
Mas, ainda penso que vale a pena ampliar os limites da reflexão séria. Pela busca de travessias que nos tornem menos medíocres e mais potentes em ações que valham a pena!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOBRE SE SUPERVALORIZAR

Comum tem sido conviver com pessoas que necessitam se supervalorizar o tempo todo.
Parece mais um imperativo desta sociedade que tem como mote a competição exacerbada e o consumo como fim de tudo.
Ficam o tempo todo querendo provar que são imprescindíveis e que sem elas nada acontece bem. Elas querem estar presentes em tudo, todo o tempo, como se fosse possível. E, adoram fiscalizar tudo também. O desejo que impera é o de onipotência. Aliás, se sentem meio "deuses" mesmo!

Como é cansativo conviver com estes seres. Mais cansativo ainda, é ter que ouvir o discurso desta supervalorização, juntamente com a necessidade de denegrir o trabalho dos que estão à sua volta.

Pensando um pouco mais sobre isso, estes seres que se utilizam desta estratégia constantemente, demonstram, na realidade, uma imensa insegurança. Insegurança que pode ser constatada nas posturas cotidianas, nos gestos mais simples.

Como estamos no período pascal, e sou uma pessoa que possui fé na possibilidade das pessoas adquirirem o bom senso algum dia na vida, vou ficar torcendo para que ocorra esta renovação com estes seres. Afinal de contas, acreditar na possibilidade de transcendência contribui na caminhada!