quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

OUSADIAS...E, SUTILEZAS...

Já escrevi aqui que sou muitas e sou várias (assim me sinto!)
Uma das minhas facetas é achar graça nas sutilezas do cotidiano. Sou uma observadora e uma ouvinte de pessoas. Isso fica ampliado porque tenho o privilégio de trabalhar num local onde a movimentação do público é intensa, então, imaginem como me divirto! São sutilezas que se manifestam silenciosamente, com as quais me delicio.
O bom e velho Freud nos deixou ótimas justificativas para nos relacionarmos com nossas fantasias da forma como nos sentirmos melhor.
Entendam: não quero dizer com isso, que defendo as fantasias patológicas, que causam danos a terceiros. Falo aqui das nossas fantasias, as mais diversas, incluindo-as no rol das fantasias inofensivas, que só servem para o nosso próprio deleite. E, o mais instigante para mim, é que nessas viagens fantasiosas podemos nos divertir com os gestos sutis e também, audaciosos, das pessoas que ocupam nossa atenção e pensamento.

Olhares apaixonados de amantes que são, e as vezes não são correspondidos, olhares maliciosos e cheios de desejo para os decotes femininos e rebolados audaciosos, sorrisos marotos que aparecem no rosto de leitores ávidos, conversas profundas que alguns travam consigo mesmos, em verdadeiras batalhas verbais! Nossa, são tantas as nuances!

Dia desses, um homem, na faixa de 70 e poucos anos me abordou. Somos conhecidos deste local onde trabalho, e por sermos ambos, pessoas simpáticas, passamos a trocar bocadinhos de prosa.

Voltando: ele me abordou e disse:
- posso lhe fazer uma pergunta meio delicada?
- disse-lhe: coragem!
- sabe aquela moça (assim e assim), e eu lhe disse, claro...
- vc sabe se ela é casada?
E daí veio a resposta direta, mas que fiquei triste em lhe dar, por já ter entendido o motivo da pergunta.
- ela é... e bem apaixonada pelo maridão pelo que conversamos!
Ele, com toda a sua simpatia e bom humor, me disse:
- que pena! acho ela um docinho! se ela não fosse casada, investiria para conquistá-la.
Sorri para ele, que agradeceu.
E sorrindo, sai.
A moça em questão tem uns 30 anos a menos que ele!
Após este dia, passei a ter mais carinho por ele, admirar sua coragem e audácia!

Estas são boas amostras de bem viver!

Que privilégio ter este ser a circular perto de meus olhos, e ainda, confiar em mim, a ponto de confidenciar um affair!

Obrigada, Mr. Simpatia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário