Perdoar, para a maioria de nós não é uma ação feita de forma tão natural e espontânea.
É mesmo, muito difícil, perdoar alguém que causou mágoa, sofrimento, perdas (reais ou imaginárias).
Mesmo que esta ação que causou dor não tenha sido feita de forma leviana, nem premeditada.
Errar e perdoar estão dentro das possibilidades da aventura humana. Talvez, até mais errar, do que perdoar, uma vez que muitos de nós arriscamos ações, acreditando que acertaremos o alvo. Porém, não é raro errarmos. E, nos erros, podemos machucar pessoas próximas.
Li, recentemente, uma definição de perdão que considero bem próxima do que acredito ser este ato:
"... perdoar não significa esquecer o que a pessoa cometeu contra nós, nem ter que conviver com esta pessoa, perdoar significa soltar a garganta desta pessoa..."
Mas, se, com o tempo, além de soltar a garganta da pessoa, conseguirmos orar por ela, e mais a frente, conviver com ela, é porque Deus, através de seu Santo Espírito, está agindo em nós amorosamente e sutilmente. Porém, Deus não exige a segunda parte. Aliás, nem a primeira.
É que Deus, em sua infinita sabedoria, nos conhece tão bem, que sabe que se não aprendermos a perdoar, seremos muito mais infelizes.
E, tem uma outra parte desta questão: aprender a perdoar a si mesmo.
Parece-me que, perdoar a si mesmo, soltar a própria garganta, conviver consigo mesmo após errar, de forma generosa e amorosa, é ainda mais difícil.
Psiquicamente, podemos pensar que, se viemos de uma família relativamente saudável, nosso superego é bem severo conosco, caso os limites tenham sido estabelecidos de forma muito rigida em nossa infância. Por isso, muitas vezes, é tão dificil perdoar a si mesmo.
Mas, assim como soltar a garganta do próximo me parece fundamental para nossa saúde emocional, soltar a própria garganta, é da mesma forma e medida, imprescindível.
Minha oração - é mesmo uma oração - é para que Deus ou o nome que você dê a esse Ser, nos conceda amor e generosidade para conosco e para com os outros, e que Seu Santo Espirito atue em nosso ser constantemente, ajudando-nos a ser mais "HUMANOS" - literalmente mais humanos - errando, acertando, sentindo raiva, elaborando e aprendendo a perdoar.
Estes passos não tem prazos ou necessidade para serem realizados, segundo minha compreensão do que é o amor de Deus, mas com certeza, se pudermos dá-los, ficaremos melhores conosco e com os outros.
- "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
Este não é um blog da cachaça 51. É um singelo blog que serve como instrumento para que sua redatora amplie a busca por sentidos possíveis!
domingo, 28 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
SOPHIA
Sophia é a palavra grega para sabedoria. E desenvolver a sabedoria está diretamente relacionado com a reflexão, com a sensibilidade adquirida pela vivência diária, com a convivência entre diferentes. No dicionário, algumas palavras sinônimas de sabedoria são: prudência, moderação, sensatez, conhecimento justo das circunstâncias.
Vivemos tempos, principalmente nas grandes metrópoles, onde as pessoas se submetem a tantos afazeres, tempos em que a questão do ter é sempre posta em maior evidência, que as qualidades acima - sinônimas da palavra sabedoria - estão ficando raras. Qualidades que nós, os humanos, deveriamos honrar. Infelizmente somos negligentes em muitas ocasiões, onde as qualidades acima são essenciais. Nos apressamos em pré julgar, em fazer leituras preconceituosas e distorcidas, justificando que não temos tempo para ouvir, para conviver, para nos relacionar, porque estamos sempre muito ocupados. Somos seres perdidos em nossas próprias construções sociais. Falta-nos, quase sempre, a boa dose de sabedoria cotidiana.
Justificando tudo pela famosa expressão "falta de tempo" estamos fazendo de nosso tempo um tempo mórbido, desprovido de sentido, de reflexão, de alegria, da convivência.
Sei que esta reflexão expressa meus sentimentos de hoje!
Oxalá, próximas e próximas reflexões possam expressar sentidos e sentimentos menos tristes!
Vivemos tempos, principalmente nas grandes metrópoles, onde as pessoas se submetem a tantos afazeres, tempos em que a questão do ter é sempre posta em maior evidência, que as qualidades acima - sinônimas da palavra sabedoria - estão ficando raras. Qualidades que nós, os humanos, deveriamos honrar. Infelizmente somos negligentes em muitas ocasiões, onde as qualidades acima são essenciais. Nos apressamos em pré julgar, em fazer leituras preconceituosas e distorcidas, justificando que não temos tempo para ouvir, para conviver, para nos relacionar, porque estamos sempre muito ocupados. Somos seres perdidos em nossas próprias construções sociais. Falta-nos, quase sempre, a boa dose de sabedoria cotidiana.
Justificando tudo pela famosa expressão "falta de tempo" estamos fazendo de nosso tempo um tempo mórbido, desprovido de sentido, de reflexão, de alegria, da convivência.
Sei que esta reflexão expressa meus sentimentos de hoje!
Oxalá, próximas e próximas reflexões possam expressar sentidos e sentimentos menos tristes!
segunda-feira, 22 de junho de 2009
"A CABANA"
"...Perdoar não significa esquecer.
Perdoar significa SOLTAR a garganta da outra pessoa..."
"A CABANA " -
Este é o título de um livro de autoria de William P. Young - Editora Sextante. Fico sempre desconfiada de livros que vendem demais porque se tornaram best seller's. Porém, esta desconfiança, algumas vezes, é puro preconceito. No caso deste livro, a desconfiança inicial era isso: preconceito. Porém, ao ler o livro, fui surpreendida diversas vezes pela abordagem que o autor utilizou! Me identifico com tal abordagem, mas nunca tinha lido algo parecido, escrito com propriedade pelo autor. Não quero antecipar nada! Quero que leiam.
Para aqueles que preferem ler o primeiro capitulo antes, é só entrar no site da Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br
e colocar o nome do livro ou do autor, que eles disponibilizam a leitura do primeiro capitulo.
Recomendo!
Perdoar significa SOLTAR a garganta da outra pessoa..."
"A CABANA " -
Este é o título de um livro de autoria de William P. Young - Editora Sextante. Fico sempre desconfiada de livros que vendem demais porque se tornaram best seller's. Porém, esta desconfiança, algumas vezes, é puro preconceito. No caso deste livro, a desconfiança inicial era isso: preconceito. Porém, ao ler o livro, fui surpreendida diversas vezes pela abordagem que o autor utilizou! Me identifico com tal abordagem, mas nunca tinha lido algo parecido, escrito com propriedade pelo autor. Não quero antecipar nada! Quero que leiam.
Para aqueles que preferem ler o primeiro capitulo antes, é só entrar no site da Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br
e colocar o nome do livro ou do autor, que eles disponibilizam a leitura do primeiro capitulo.
Recomendo!
sábado, 13 de junho de 2009
Lógica da eficiência
Somos considerados seres inteligentes.
Porém, cada vez mais, o que prevalece é a lógica da eficiência, não da inteligência.
Explico: se nossa inteligência regesse a nossa vida, deixariamos de fazer muitas coisas imbecis.
E, a imbelicidade, aliada à mediocridade, tem prevalecido nesta era da sociedade ocidental, que é regida pela "lógica da eficiência".
O tempo todo, desde pequeninos, todos são instados a serem MUITO bons em tudo: na escola, nas competições esportivas, nas atividades culturais, e por ai vai...
As notas escolares precisam ser as mais altas, a vida particular, em comparação com à vida das pessoas que convivem próximas e com quem se tem algum contato, precisa ter a aparência de sempre ser melhor e mais perfeita!
Para que? Por que?
Para alimentar o nacisismo que nos é peculiar e porque na sociedade ocidental, onde os slogans mais valorizados são o de beleza, perfeição e melhor performance em tudo, reconhecer que somos mortais é um pecado! E grande...
Reconhecer que somos frágeis, muitas vezes carentes e que temos dificuldades em vários aspectos, nos faz sentir "menores"!
Oras, o que nos torna humanos não é a possibilidade de sentir e pensar?
Mas, nesta era que vivemos, sentir parece não ser um atributo muito aceito.
Que pena! E assim vivendo, todos estão sofrendo mais: adultos, crianças, velhos... pais, filhos, avós... porque não é o amor que conta, muito menos a solidariedade, mas sim, a "lógica da eficiência"! Aquilo onde posso "provar" para o outro que sou melhor que ele!
Que triste!
Bom que ainda existem muitos seres que não abdicam de sua inteligência, e a aliam a sentimentos muito bacanas... que ainda tornam esta vida interessante e digna!
Um brinde a todos estes! Um brinde à inteligência, aliada à sensibilidade!
Porém, cada vez mais, o que prevalece é a lógica da eficiência, não da inteligência.
Explico: se nossa inteligência regesse a nossa vida, deixariamos de fazer muitas coisas imbecis.
E, a imbelicidade, aliada à mediocridade, tem prevalecido nesta era da sociedade ocidental, que é regida pela "lógica da eficiência".
O tempo todo, desde pequeninos, todos são instados a serem MUITO bons em tudo: na escola, nas competições esportivas, nas atividades culturais, e por ai vai...
As notas escolares precisam ser as mais altas, a vida particular, em comparação com à vida das pessoas que convivem próximas e com quem se tem algum contato, precisa ter a aparência de sempre ser melhor e mais perfeita!
Para que? Por que?
Para alimentar o nacisismo que nos é peculiar e porque na sociedade ocidental, onde os slogans mais valorizados são o de beleza, perfeição e melhor performance em tudo, reconhecer que somos mortais é um pecado! E grande...
Reconhecer que somos frágeis, muitas vezes carentes e que temos dificuldades em vários aspectos, nos faz sentir "menores"!
Oras, o que nos torna humanos não é a possibilidade de sentir e pensar?
Mas, nesta era que vivemos, sentir parece não ser um atributo muito aceito.
Que pena! E assim vivendo, todos estão sofrendo mais: adultos, crianças, velhos... pais, filhos, avós... porque não é o amor que conta, muito menos a solidariedade, mas sim, a "lógica da eficiência"! Aquilo onde posso "provar" para o outro que sou melhor que ele!
Que triste!
Bom que ainda existem muitos seres que não abdicam de sua inteligência, e a aliam a sentimentos muito bacanas... que ainda tornam esta vida interessante e digna!
Um brinde a todos estes! Um brinde à inteligência, aliada à sensibilidade!
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Pensamentos... Lutos...
Tragédia.
Uma das definições para a palavra tragédia é: obra teatral, que termina, em regra, por acontecimentos fatais.
O que é nossa vida? Metaforicamente é uma peça de teatro em curso.
A maioria de nós deseja que esta peça teatral em curso possa ter uma duração longa (o máximo de anos possível - no Brasil a expectativa de vida atual é de 72 anos). E que, preferencialmente não seja uma tragédia, mas sim, uma peça repleta de capítulos felizes.
O grande problema é quando nos deparamos com a tragédia nua e crua. Sem nenhum prenúncio no capítulo anterior.
Parece-me que este é o caso do acidente com o avião da AIR FRANCE ocorrido no domingo, 31 de maio de 2009.
A tragédia nua e crua!
Nestes casos, somos espectadores absolutamente impotentes em nossa humanidade . Levamos tempo para perceber que o capítulo seguinte não vai acontecer.
E, para nós, em nossa pequena humanidade, elaborar este tipo de tragédia não se constitui tarefa nada fácil, nem rápida. Talvez, para alguns, não haja elaboração possível!
Fico com os meus pensamentos... pensando nas pessoas que tinham queridos no vôo...
Só posso, com um nó na garganta, pensar que sou solidária (será que existe esta solidariedade?) ao sofrimento causado por tamanha tragédia.
........................................................
Uma das definições para a palavra tragédia é: obra teatral, que termina, em regra, por acontecimentos fatais.
O que é nossa vida? Metaforicamente é uma peça de teatro em curso.
A maioria de nós deseja que esta peça teatral em curso possa ter uma duração longa (o máximo de anos possível - no Brasil a expectativa de vida atual é de 72 anos). E que, preferencialmente não seja uma tragédia, mas sim, uma peça repleta de capítulos felizes.
O grande problema é quando nos deparamos com a tragédia nua e crua. Sem nenhum prenúncio no capítulo anterior.
Parece-me que este é o caso do acidente com o avião da AIR FRANCE ocorrido no domingo, 31 de maio de 2009.
A tragédia nua e crua!
Nestes casos, somos espectadores absolutamente impotentes em nossa humanidade . Levamos tempo para perceber que o capítulo seguinte não vai acontecer.
E, para nós, em nossa pequena humanidade, elaborar este tipo de tragédia não se constitui tarefa nada fácil, nem rápida. Talvez, para alguns, não haja elaboração possível!
Fico com os meus pensamentos... pensando nas pessoas que tinham queridos no vôo...
Só posso, com um nó na garganta, pensar que sou solidária (será que existe esta solidariedade?) ao sofrimento causado por tamanha tragédia.
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