Li o texto "não existe almoço grátis" do jornalista João Pereira Coutinho no Caderno Ilustrada do Jornal Folha de São Paulo nesta data.
Trata-se de reflexão mais do que necessária, óbvio, sobre a crise que assola a Grécia, país que faz parte do Bloco que tem o Euro como moeda. Vale lembrar que o Euro foi adotado pela Europa para torná-la mais forte e competitiva.
Mas, quero pensar aqui algumas outras questões relacionadas ao que chamo de "Capitalismo Global e suas Perversões".
Desde que o Sistema de Produção Capitalista passou a existir, as suas metamorfoses são cíclicas. Para se manter como Sistema faz-se necessário metamorfosear para adequar-se aos novos ritmos e ciclos econômicos.
Na atual metamorfose, nos encontramos num momento histórico onde somos chamados de CONSUMIDORES. Oras, se somos os CONSUMIDORES, espera-se que honremos nosso compromisso de consumir. E, para que o ritmo do consumo seja acelerado, são adotadas as mais diversas medidas econômicas para que o acesso ao crédito se dê de forma fácil. A oferta de crédito fácil é um vírus a corroer todos os espaços públicos.
Aí entendo que acontece uma das perversões deste sistema - (entre tantas outras). Para crescer e ampliar seus tentáculos, o sistema capitalista em seu atual estágio precisa que o consumo seja maior. Para que o consumo seja maior, adotam-se medidas que facilitam o acesso ao crédito.
Quem de vocês, ainda não recebeu alguma propaganda de CRÉDITO FÁCIL, onde no slogan consta que não será necessária pesquisa relacionada à sua situação financeira?
Não sei se ainda sou ingênua, mas como alguém pode oferecer crédito sem pesquisar se aquela pessoa que o busca poderá honrar seu compromisso? Considero isto uma das perversões.
Todos nós somos instados e bombardeados, das mais variadas formas - publicitárias / midiáticas - a consumir e consumir... O sistema capitalista de produção existe para isso: consumirmos. As mercadorias são produzidas de formas vertiginosas para que os CONSUMIDORES as comprem.
Mas, o incentivo ao consumo e ao crédito fácil gerou mais esta perversão: adquirir dinheiro via crédito fácil, consumir de forma afoita, endividar-se e viver de empréstimos para pagar empréstimos e continuar consumindo.
Somos testemunhas oculares da crise que se iniciou nos Estados Unidos em 2008 devido à bolha inflacionária gerada pelo crédito imobiliário. Crédito concedido de forma irresponsável. E, esta irresponsabilidade amplia-se mundo afora.
Somando a irresponsabilidade de várias instituições financeiras às características de grande parte da população que é compulsiva e adere quase que instanteneamente ao apelo publicitário pelo consumo frenético obtemos o resultado que assola o mundo: endividamento crescente.
Mas, contrárias à todas as promessas de felicidade e satisfação que o consumo e o crédito apresentam, cada vez mais as pessoas andam deprimidas e insatisfeitas. Basta acessar as pesquisas e dados estatísticos referentes às vendas de medicamentos para depressão.
Penso que uma das patologias sociais atuais é essa: a compulsão pelo consumo. Assim como toda compulsão, ao invés de satisfazer as pessoas, só faz crescer a carência e a necessidade de consumir...
Quem veio primeiro: "o ovo ou a galinha"?
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Este não é um blog da cachaça 51. É um singelo blog que serve como instrumento para que sua redatora amplie a busca por sentidos possíveis!
terça-feira, 11 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
A VIDA E OS SONHOS
Consta que o inglês William Shakespeare, o mais célebre dramaturgo de todos os tempos, escreveu em um de seus textos a frase:
"...a vida é feita da mesma matéria que os sonhos..."
Gosto desta definição da vida. Gera uma sensação boa pensar assim.
Mas, não romantizo a vida. Senti e sinto na pele, literalmente, as dificuldades que viver e crescer impõem a todos. A questão é que encarar a vida como um sonho dá uma dimensão clara de que existe um limite de tempo. E, neste limite, construímos a nossa história. Uma história que já vem, óbvio, com aspectos do enredo escritos por nossos pais. Eles sonham sonhos para seus filhos...
Porém, mesmo com parte deste enredo já escrito, sonhar a própria vida e arriscar mudanças de enredo são sempre desafios bons e divertidos! Não acho legal dramatizar tanto as questões cotidianas como muitos fazem. Me causa tédio. Prefiro encarar este sonho que é viver como uma tragicomédia. E que, é bem melhor rir de si mesmo nesta jornada. Rir de si mesmo gera leveza, torna a vida mais agradável e, normalmente, faz com que pessoas interessantes gostem de rir conosco. Me divirto muito e conto com gente muito boa que se diverte comigo. Mesmo quando os aspectos são mais trágicos, conseguimos parar e resolvê-los sem tanto drama. Amadurecer para mim, é dramatizar menos e encarar os fatos de forma mais objetiva. Isso não exclui a sensibilidade, claro. Só nos dá a dimensão de que a vida tem altos, baixos, planícies e desertos.
Gosto deste sonho que é a vida. Imagino que Shakespeare era muito espirituoso. Em suas obras, vislumbramos, por meio de seus personagens, todas as nuances, sentimentos e atitudes que nós temos. Comédias, tragédias, dramas, obssessões, compulsões, loucuras, histeria e tudo o mais que o universo humano contém.
Todos sonhando seus sonhos. Alguns, claro estão mais para pesadelos. Porém, em todas as suas peças temos a clareza de que a construção, seja do sonho ou do pesadelo, nunca se separa de seu protagonista. É sempre bom pensar sobre isso!
Bons sonhos!
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"...a vida é feita da mesma matéria que os sonhos..."
Gosto desta definição da vida. Gera uma sensação boa pensar assim.
Mas, não romantizo a vida. Senti e sinto na pele, literalmente, as dificuldades que viver e crescer impõem a todos. A questão é que encarar a vida como um sonho dá uma dimensão clara de que existe um limite de tempo. E, neste limite, construímos a nossa história. Uma história que já vem, óbvio, com aspectos do enredo escritos por nossos pais. Eles sonham sonhos para seus filhos...
Porém, mesmo com parte deste enredo já escrito, sonhar a própria vida e arriscar mudanças de enredo são sempre desafios bons e divertidos! Não acho legal dramatizar tanto as questões cotidianas como muitos fazem. Me causa tédio. Prefiro encarar este sonho que é viver como uma tragicomédia. E que, é bem melhor rir de si mesmo nesta jornada. Rir de si mesmo gera leveza, torna a vida mais agradável e, normalmente, faz com que pessoas interessantes gostem de rir conosco. Me divirto muito e conto com gente muito boa que se diverte comigo. Mesmo quando os aspectos são mais trágicos, conseguimos parar e resolvê-los sem tanto drama. Amadurecer para mim, é dramatizar menos e encarar os fatos de forma mais objetiva. Isso não exclui a sensibilidade, claro. Só nos dá a dimensão de que a vida tem altos, baixos, planícies e desertos.
Gosto deste sonho que é a vida. Imagino que Shakespeare era muito espirituoso. Em suas obras, vislumbramos, por meio de seus personagens, todas as nuances, sentimentos e atitudes que nós temos. Comédias, tragédias, dramas, obssessões, compulsões, loucuras, histeria e tudo o mais que o universo humano contém.
Todos sonhando seus sonhos. Alguns, claro estão mais para pesadelos. Porém, em todas as suas peças temos a clareza de que a construção, seja do sonho ou do pesadelo, nunca se separa de seu protagonista. É sempre bom pensar sobre isso!
Bons sonhos!
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