Trabalho, em latim, se pronuncia tripalium.
Tripalium era um instrumento de tortura utilizado na Idade Média.
E, o trabalho tem sido, de forma recorrente, exercido sob algum tipo de tortura, na maioria das vezes.
É só percorrer a história e avaliar as diversas formas de trabalho e suas torturas até os dias de hoje. Não é difícil observá-las presentes de alguma forma:
- tortura pela alienação das linhas de produção e seus movimentos repetitivos.
- tortura nas linhas de atendimento ao consumidor, com pessoas afastadas por diversos motivos.
- tortura por motivos de assédio moral, onde aqueles que são chamados "superiores" (chefes no senso comum) assediam os funcionários de forma a lhes causar pânico de perderem seu emprego.
- tortura por tipos de trabalho onde a pessoa precisa ficar horas em pé, sem lhe fornecerem um assento, por puro sadismo.
(aliás, grande parte dos chefes tem o sadismo como estilo).
- e, diversos outros tipos de tortura que cada um pode elencar a partir de suas experiências.
Claro que os trabalhadores, de forma geral, também criam seus mecanismos de defesa, (que bom!) mas que são reduzidos progressivamente devido ao modelo econômico vigente. O que prevalece é a insegurança pela perda de um emprego muitas vezes medíocre, e a submissão, em muitas ocasiões, a formas e estilos de trabalho opressivas e humilhantes.
Muitos já vaticinaram que progresso é um engodo. E, em muitos casos é mesmo. No caso do trabalho, entramos no século XXI sustentando uma sociedade que ainda se pauta por modelos arbitrários nas suas relações trabalhistas. Em muitos locais ainda impera algum tipo de "coronelismo" ao bom e velho modelo escravagista que nossa sociedade sustentou por tanto tempo. E, que dizer das longas jornadas? Jornadas que precisam ser pensadas desde a hora que a pessoa sai de sua casa, se submete aos transportes coletivos, o tempo que passa no local de trabalho e o tempo de retorno, novamente submetida a meios de transportes questionáveis nos horários de pico, devido à super lotação.
Neste dia do trabalho repetem-se "homenagens" aos trabalhadores.
Mas, a melhor homenagem seria considerar, de fato e de direito, que todos são seres dignos de respeito. Porque na maior parte das situações, o que presenciamos são estilos de chefias e de governos que tratam os trabalhadores de forma preconceituosa, reduzindo suas possibilidades de serem ouvidos levando em consideração todo o histórico social e particular em que se encontram.
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