segunda-feira, 18 de julho de 2011

O QUE NÃO CALA

Por que não cala e sempre abala...
Por que não cala e simplesmente acaba...
Por que não cala, não se resigna, não se vai...
Porque, (talvez), o que não cala, é o que realmente valha!

terça-feira, 12 de julho de 2011

AMADURECER

A passagem do tempo dividida em horas, dias, meses e anos foi uma invenção humana. Mais uma invenção que contribui para nos atualizar, a cada momento, de nosso amadurecimento e envelhecimento cronológico.
Para mim o cronos não tem nada de lógico. Tudo parece cada vez mais ilógico, isso sim, a cada aniversário.
Tudo parece ilógico, porque, uma das premissas da psicanálise com a qual concordo é que o inconsciente é atemporal. E, como para mim faz sentido que somos seres ilógicos, que o inconsciente nos rege em grande medida, em cada aniversário a atemporalidade se faz sempre presente. Porque, se de um lado, o corpo denuncia explicitamente a passagem do tempo, de outro lado, as emoções nos remetem sempre às lembranças da infância e juventude.
Ou seja, há sempre um descompasso entre corpo físico e psiquê! E, nesse descompasso vivemos nosso desconforto cotidiano! Desconforto esse, que muitos tentam driblar por meio da "estética sintética". Estão aí as estatísticas de cirurgias plásticas para comprovar!
Mas, para as agruras da vida não existe plástica que dê jeito. Por isso, ainda prezo pelo bom e velho companheiro de viagem: o exercício do pensamento crítico. Este sim, pode nos ajudar a viver o cotidiano de forma mais saudável e integrada, sem necessidade de tantas fragmentações a cada vez que nos olhamos no espelho.

sábado, 9 de julho de 2011

PELEGO

José é um cara de uns 40 anos. Participou de muitas passeatas, comícios e manifestações de sua geração, em prol do fortalecimento da democracia em seu país.
Trabalhou em veículos de comunicação reconhecidos por suas vertentes mais à esquerda do ponto de vista ideológico. Discurso articulado, defesas das liberdades sempre incluídas. Cara admirado em seus circulos de amizade.

Mas, quando ingressou num tipo de Instituição que lhe proporcionou um status do qual nunca tinha gozado, as coisas começaram a mudar...

Mudaram tanto, que hoje os antigos amigos não o reconhecem mais e, os caras novos, com quem trabalha, o chamam de pelego, ou, escroto mesmo. Daqueles que babam ovo para os considerados chefões, se curvando às mais medíocres solicitações!
Suas práticas cotidianas de trabalho ficam, a cada dia, mais estúpidas com aqueles a quem chama de "subordinados", acreditando mesmo que é um ser superior.

Onde será que foi parar todo o seu histórico social e seu senso democrático?

Muitos ousam responder que nunca existiu. Que, na realidade, José é daqueles oportunistas de plantão, que se utiliza de todos os meios para ser considerado "o cara da vez"...
Num momento histórico em que popularidade estava relacionada com engajamento político e participação, foi isso o que fêz, e noutro, onde a lógica instrumental e utilitarista impera, onde o dinheiro compra princípios e torna muitos caras como ele populares e reconhecidos em meios sociais que valorizam, surfam nesta onda! Dizem que, o que conta mesmo, para José, é "a onda da vez"!