quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DOMESTICAÇÃO

Por um bom tempo na história da humanidade, Igreja e Estado eram a mesma coisa! E, a idéia do teocentrismo era a grande mola propulsora da domesticação das massas!

Atualmente (desde que a economia se tornou a "bússola mestra" desta sociedade, imagino eu) que Economia, Empresariado e Estado se tornaram praticamente a mesma coisa.

E, se antes era o teocentrismo que aterrorizava e domesticava as massas, devido a disseminação do inferno como o local para onde iriam as pessoas que não acreditassem no único Deus pregado pelo séquito de dirigentes católicos, hoje é a seta da economia que aterroriza o mundo globalizado. Na Idade Média, pagavam-se as indulgências, exigidas pelo clero católico, como garantia de uma moradia no céu. Na atualidade pagamos vários impostos, com a justificativa de que nossa vida "civilizada" necessita destas taxas para vivermos melhor.
Pergunto: para quem viver melhor, cara pálida?
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Porém, na ilusão de que regras econômicas sejam suficientes para "acertar" a economia dos países e lhes garantir melhores condições, a criação do euro foi um dos maiores erros dos dirigentes europeus, que sem entrar em contato com suas boas doses de onipotência, contribuiram para fazer com que o velho continente mergulhasse novamente numa crise gigantesca. Os "grandes" dirigentes europeus, na ânsia de domesticar a economia de diversos países a sua volta, não tiveram nenhuma humildade de recorrer às disciplinas como sociologia e antropologia para uma reflexão aprofundada sobre conceitos como cultura local, hábitos e costumes, que influenciam diretamente nas questões econômicas, e, pior ainda, nem fizeram a lição de casa básica relativa à própria economia, por desconsiderar que muitos países do bloco europeu já se encontravam com suas economias em frangalhos, e nenhuma idéia mirabolante de uniformização da moeda poderia salvá-los.

Mas, como a domesticação é um conceito e uma prática muito utilizada pelos "poderosos", tendo como mote um certo tipo de "terrorismo psíquico", o reverso da medalha é a própria crise em que se encontra o bloco do euro. Assim como o reverso da medalha da domesticação que se impôs pela religião por tantos séculos, se transformou neste escárnio atual que se tornaram muitos dos templos, onde os auto denominados crentes, exercem suas práticas religiosas!

Pensando por meio de um conceito psicanalítico cunhado por J. Lacan:


"é o retorno do recalcado" que volta e meia nos persegue com força total!

2 comentários:

  1. Gostei muito do texto, aguçado, crítico e bem elaborado. Destaque para o final, com a citação a Lacan. Incroyable!!!

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  2. Oi, Aninha, pois é... sempre assim, quando o que está em jogo são poderes tão altos. Estou mesmo muito cansado disso... parece que nada aprendemos com a História, com a Filosofia, com a Arte - a não ser resisitir, dentro dos limites possíveis a essa total incompetência e falta de cuidado dos governos. Tempos difíceis, muito difíceis... beijos.

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