sábado, 9 de janeiro de 2010

SOBRE AS PALAVRAS... OU A AUSÊNCIA...

"...Nossa língua, nossa pátria..."

As palavras são sagradas. Muitas vezes perdemos a dimensão da seriedade que é proferir um discurso, ou utilizar determinadas palavras.

A maioria de nós, aliás, é bem pouco cuidadoso com o uso das palavras. Muitos brincam com as palavras, sem perceber - cegos pelo próprio ego - que estão a causar um grande mal a si em primeira instância, e por extensão aos que ouvem tais disparates.

Somos seres seletivos. Selecionamos o que nos convém, aquilo que nos parece melhor, a partir de nosso repertório de formação. Inclusive, selecionamos o repertório do que queremos ouvir.

Não falo aqui de defesas egóicas. Claro que é fundamental sabermos ouvir diferentes versões do mesmo fato, ouvir o que pensam pessoas e grupos, para os devidos posicionamentos ou reposicionamentos.

Me refiro às pessoas que não conseguem ter a sensatez suficiente para filtrar o que falam ou falarão. Destas pessoas aprendemos a fugir. Porque, pela repetição dos disparates, convém utilizar o mecanismo de fuga.

E como penso que os ditados são demonstrações da sabedoria popular, concordo com a máxima:
"...quem fala o que quer, ouve o que não quer..."

É imperativo, a partir de certo período de maturidade de nossa vida, que façamos uma análise crítica, e possamos desenvolver maior refinamento sobre os nossos discursos. Para que os discursos não sejam vazios, mas que tenham coerência com nossa prática diária nas pequenas e grandes questões e situações da vida.

Estou cansada de muitos discursos. Principalmente daqueles que, defendendo uma certa lógica da eficiência, não se dão conta de quão imbecis e autoritários são. E, pior: as vezes falam por terceiros, como se tivessem procuração para falar por outrém.

E, como na vida não podemos fugir constantemente destes seres, vamos utilizando de nossas construções discursivas também, para o devido enfrentamento.

Oxalá possamos utilizar nossos discursos, sabendo que as palavras são sagradas, e que mais sagrada ainda é a ausência delas, quando esta ausência se mostra mais inteligente e mais poderosa como instrumento de emissão de um significado simbólico!


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