domingo, 21 de fevereiro de 2010

FRAGILIDADES E SOLIDARIEDADES

Todos, sem excessão passam por momentos de fragilidade: física, psíquica, moral... Sempre me questiono se conseguirei passar por todas as minhas fragilidades de forma digna. Claro que torço, faço minhas orações e busco tomar meus cuidados para que isso ocorra.
Por enquanto a dignidade me acompanha.
A dimensão das dores e marcas que cada momento de fragilidade deixa em nós, somente cada um é que conhece e sente.

As dores e as perdas - em suas extensões ampliadas - acometem a todos de uma forma ou de outra. Disso não temos como fugir. O que sempre penso é sobre como passamos por elas e elas passam por nós. Neste ponto conta muito o que considero como solidariedade. É verdadeiro que somente cada um passa e sente suas dores. Ninguém pode passá-las nem senti-las por nós. Porém, é verdadeiro também que quando contamos com a solidariedade e a presença de queridos e queridas, estes momentos se transformam e nos dão mais alento.

Passei, na sexta-feira última, por duas situações bem doloridas. Uma que me atingiu diretamente relacionada à dor física, e outra, de forma indireta ao atingir uma pessoa muito querida. Mas, de fato, duas situações bem dolorosas. Ao saber da dor da pessoa amiga, minha dor parece ter aumentado.

Toda a diferença ocorreu devido à solidariedade prestada por pessoas queridas, que permaneceram comigo durante minhas horas de dor, e as que permaneceram com a outra pessoa querida em sua grande dor.

Na dor nos tornamos bem parecidos. Por isso, talvez, consigamos promover aproximações que não acontecem corriqueiramente. Ainda bem! É o que considero de mais humano em nós.

Nossa vida contemporânea tem nos sugado tanto, que a dor nos faz, a todos, dar uma trégua e parecer conceder uma suspensão ao tempo da pressa que insiste em reger nossas vidas.

Não me sinto regozijada ao escrever estas linhas. Apenas mais humana. Porque na dor, a humanidade aflora exponencialmente.

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