segunda-feira, 15 de março de 2010

MEDO

Cada um pode pensar sobre o que lhe causa medo. São tantos medos possíveis.

Mas, quando a situação é limite, quando alguém vive algo que ultrapassou todas as suas possibilidades de elaboração, o medo de entrar em contato com a realidade é realmente necessário em meu ponto de vista. Porque a realidade se torna tão cruel, que são raríssimas as pessoas que tem um aparelho psíquico capaz de suportá-la. Por isso, os surtos psicóticos ocorrem. São a proteção possível para estas pessoas.

Ontem, aos assistir ao filme ILHA DO MEDO do diretor Martin Scorsese, fiquei pensando sobre isso. Claro que o cineasta se utiliza de metáforas diversas para nos fazer refletir sobre o que é fantasia e o que é realidade. Aliás, a sétima arte é a encarnação maior dessa metáfora.

Quem de nós já não passou por situações onde fica difícil acreditar se estamos vivendo de fato tal situação, ou estamos num sonho ou num surto...

A vida não é nada fácil quando nos damos conta de nossas fragilidades. Quando passamos por situações onde nossa psique nos engana. O inconsciente existe, por mais que muitos resistam a acreditar. Freud só sistematizou o conhecimento, porque os grandes mestres da literatura já apontavam para este campo psíquico instigante.

Por isso que as crianças me fascinam tanto, como escrevi no texto anterior a esse. Porque, livres ainda de grandes questionamentos, nos fazem viver o que a vida tem de melhor. Sem se importar se é realidade ou fantasia. Porque para elas, a maior fantasia é também a maior realidade.

E, os mestres da sétima arte sabem como poucos, explorar este campo maravilhoso da psique humana. Não desperdiçam a oportunidade de colocar ali, na telona, as manifestações psíquicas de forma nua e crua. E, quem pode duvidar da seriedade de tais mestres?

Eu não ouso duvidar! Será essa uma fantasia? (Risos...).

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