sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GOVERNAR, EDUCAR, PSICANALISAR...

Freud, em sua trajetória intelectual, afirmou em determinado momento que:
"...governar, educar e psicanalisar são tarefas impossíveis..."
Sobre a governança não escreverei, porque não tenho propriedade sobre conceitos sociológicos amplos, e por isso, prefiro não me manifestar.
Com relação às questões da educação e da psicanálise, concordo com Freud de forma parcial.
Bem ou mal, as pessoas estão passando por processos educacionais e de psicanálise.
Lembrei desta afirmação devido ter visto novamente o filme "Esse obscuro objeto do Desejo" de 1977, do espanhol, naturalizado mexicano, Luis Buñuel.
Quando pensamos em educação ou em processos psicanalíticos, a temática do desejo fica em relevo, porque tanto para se educar, como para se psicanalisar, o desejo precisa ser encarado de frente. Não me parece inteligente ignorar os processos inconscientes do desejo nestes dois segmentos da vida, sob sérios riscos de recalcar aspectos importantes, relacionados às satisfações relativas ao saber, que se desdobrarão em diversos pontos: profissionais, intelectuais, de posicionamento social, entre outros.
E, ao mesmo tempo, como entender este desejo, ou circunscrevê-lo em espaços e lugares rígidos como instituições de ensino ou consultórios, uma vez que Buñuel no referido filme, destaca com muita propriedade a qualidade fugidia do desejo...
Uma das possibilidades que me parece possível é relativa ao desenvolvimento sistemático de uma escuta ampla, sensível e qualificada nestes espaços, permitindo que desejos, potências e leituras de mundo se expressem, num processo contínuo de elaboração.
Entendo também, que é mais interessante que os processos em questão possam ter aspectos flutuantes, e, como numa rede da internet, abrir vários links que possibilitem o desejo passear com fluidez para pousar e para flutuar sempre que se fizer necessário ao ser desejante!

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