O censo do IBGE atualizou os dados da população, relativos à última pesquisa. Os resultados foram divulgados nesta semana.
Para variar, a questão relativa ao que tange pretos e brancos chama a atenção.
Num país que se vangloria de sua "convivência racial pacífica", os indicadores deixam muito a desejar.
Ainda é notória a nossa herança maldita advinda de uma abolição que não gerou igualdade, e sim novas formas de discriminação.
Recentemente, o filósofo Vladimir Safatle publicou o livro "A esquerda que não teme dizer seu nome". Neste livro, reatualiza os valores que regem os postulados do pensamento de esquerda. Entre estes, o universalismo e o igualitarismo. Nestes conceitos, é explícito que todos nós, seres humanos, devemos ter, sem nenhuma exceção, os mesmos direitos.
Num país como este, que aposta de forma recorrente em discursos e práticas hipócritas, é ridículo afirmar que somos uma democracia racial. Se fôssemos mesmo a tal democracia racial, pretos não ganhariam menos que brancos nas mesmas funções, e nem seriam discriminados simplesmente por terem a cor da pele escura. Vide as estatísticas policiais a nos atualizar: os mortos na periferia de São Paulo, em sua maioria, são jovens negros e oriundos de camadas pobres da população.
Já passou da hora dos conceitos do universalismo e do igualitarismo fazerem parte, de fato, das leis e das práticas que nos regem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário