Ontem passei por uma situação bem diferente!
Fui ajudar uma pessoa querida, que é mãe de uma bebê de um mês, e de um garoto de 5 anos. O querido garoto mudou de escola. Esta escola dedicou o dia de ontem e de hoje para o que chama de "adaptação" para os pequenos novos alunos.
O garoto de 5 anos - de quem sou fã - ficou por 2 horas ontem e hoje, para se "adaptar" à nova realidade escolar.
Esclarecendo o meu papel nesta história: Eu fui para cuidar da pequenina, enquanto a mãe acompanhava o filho de 5 anos nas atividades, e o encorajava a participar!Situação interessante.
Na minha opinião não existe adaptação. Somos obrigados desde pequenos a nos acostumar com as situações da vida. Não nos adaptamos, precisamos aprender a ficar menos desconfortáveis com o que a relidade nos impõe. Freud já postulou há mais de 100 anos o conceito do "princípio da realidade" em contraposição ao outro conceito: "princípio do prazer". Segundo Freud, nós queremos mesmo é fazer o que temos vontade o tempo todo (princípio do prazer). Só não fazemos porque a realidade se impõe, e crescer se torna uma questão da vida, caso queiramos "um lugarzinho ao sol" nos poucos anos de vida que temos por aqui (princípio da realidade). O pequeno garoto de 5 anos queria mesmo é ficar com sua mãe em casa, ainda mais agora que chegou uma irmã, desbancando-o do seu longo reinado de primogênito. Estar longe da mãe, por quem ele é apaixonadíssimo não é nada confortável para ele.
Mas, devido à todas as questões relativas à educação e socialização impostas pelo processo civilizatório , entende-se que é melhor as crianças irem para a escola. Ponto que concordo, porque ficar com mãe o tempo todo não é tão saudável! Pobres crianças!
Acho que vou propor à escola que altere a palavra: de adaptação para acomodação.
Na verdade, se temos um nível de inteligência razoável, precisamos sempre nos acomodar às situações da vida, porque senão a angústia aumenta demais!
O garoto, inteligente e simpático já arrumou até um novo amigo. E chegou em casa feliz da vida, contando para o pai da nova escola e do amigo!
Aí entra um outro princípio psicanalítico: o olhar do outro me determina. Para o garoto de 5 anos, que admira muito os pais que tem, o fato de querer provar que ficará bem na escola nova, diz também que o olhar destes pais sobre ele tem mais importância muitas vezes, do que seu próprio desejo infantil.
A vida é assim!!! Como dizia minha avó e várias pessoas que ainda ouço:
Se não há remédio, remediado está"!
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