sábado, 27 de março de 2010

AS COISAS

Há bastante tempo atrás assisti um filme com o Benício Del Toro: "Coisas que Perdemos Pelo Caminho". Gostei dessa tradução do título. Gostei do filme. Gosto do Benício Del Toro.

Fico pensando que viver é assim: perdemos coisas pelo caminho, achamos outras coisas pelo caminho... assim vamos vivendo.

Tem coisas que perdemos pelo caminho, pelas quais sempre lamentamos de certa forma. Porém, estas mesmas coisas, nos trazem a possibilidade de nos acharmos de outras formas e jeitos.

Perdas, ganhos...mas, neste caso, nenhuma relação com a economia, com as questões relacionadas ao dinheiro.

São perdas e ganhos que estão num nível mais profundo de nossa psique. Que nos permitem olhar as coisas de outras perspectivas e focos. Inclusive, esta coisa mesma, que somos nós... com tantos NÓS...

DIA DO CIRCO

Hoje é comemorado o Dia do Circo, em homenagem à data de nascimento do querido palhaço Piolim.

Minha singela reverência aos profissionais circenses!

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sexta-feira, 26 de março de 2010

BANHO DE ÁGUA FRIA

Tem dias que são estranhos. Nos pegam de jeito por algo que não entendemos.
E, melhor não entender...
Gosto muito das metáforas.
E, num dia em que tenho problemas com 2 chuveiros, só posso mesmo pensar é que preciso de banhos de água fria.
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segunda-feira, 22 de março de 2010

EXISTÊNCIA

"...Existirmos: a que será que se destina..."

Temos várias teorias, vários tratados em diversas áreas que abrangem defesas sobre as questões relacionadas à existência.

E, de tempos em tempos, temos também um vasto repertório de filmes que tratam sobre as diversas concepções de existência.

Leio, vou ao cinema, trabalho, vou ao teatro, fico de bobeira, observo, me relaciono com pessoas da família, com amigos... e sempre penso nas questões da existência. E, a cada dia que passo aqui neste plano material, penso e penso que existência só pode ser poesia.

Não há existência sensível, que possa dar conta desta vida, sem poesia.

Poesia nas pequenas vivências do cotidiano. Gestos singelos, possibilidades de sentir o outro de formas diferentes, sem ficar presos somente nos aspectos racionais, que fazem sentido quando não nos atemos aos nossos velhos padrões de "inteligência".

Vida é poesia.

Sem poesia, o deserto existencial sufoca!

sexta-feira, 19 de março de 2010

O BEIJO

era tudo
sensação
e desejo

então
o beijo...

a sensação
e o gosto
gostoso
do beijo
só fizeram
CRESCER
o desejo

segunda-feira, 15 de março de 2010

MEDO

Cada um pode pensar sobre o que lhe causa medo. São tantos medos possíveis.

Mas, quando a situação é limite, quando alguém vive algo que ultrapassou todas as suas possibilidades de elaboração, o medo de entrar em contato com a realidade é realmente necessário em meu ponto de vista. Porque a realidade se torna tão cruel, que são raríssimas as pessoas que tem um aparelho psíquico capaz de suportá-la. Por isso, os surtos psicóticos ocorrem. São a proteção possível para estas pessoas.

Ontem, aos assistir ao filme ILHA DO MEDO do diretor Martin Scorsese, fiquei pensando sobre isso. Claro que o cineasta se utiliza de metáforas diversas para nos fazer refletir sobre o que é fantasia e o que é realidade. Aliás, a sétima arte é a encarnação maior dessa metáfora.

Quem de nós já não passou por situações onde fica difícil acreditar se estamos vivendo de fato tal situação, ou estamos num sonho ou num surto...

A vida não é nada fácil quando nos damos conta de nossas fragilidades. Quando passamos por situações onde nossa psique nos engana. O inconsciente existe, por mais que muitos resistam a acreditar. Freud só sistematizou o conhecimento, porque os grandes mestres da literatura já apontavam para este campo psíquico instigante.

Por isso que as crianças me fascinam tanto, como escrevi no texto anterior a esse. Porque, livres ainda de grandes questionamentos, nos fazem viver o que a vida tem de melhor. Sem se importar se é realidade ou fantasia. Porque para elas, a maior fantasia é também a maior realidade.

E, os mestres da sétima arte sabem como poucos, explorar este campo maravilhoso da psique humana. Não desperdiçam a oportunidade de colocar ali, na telona, as manifestações psíquicas de forma nua e crua. E, quem pode duvidar da seriedade de tais mestres?

Eu não ouso duvidar! Será essa uma fantasia? (Risos...).

domingo, 14 de março de 2010

CRIANÇAS E MAGIA

Crianças, para mim, são seres sempre instigantes. Dos quais, aliás, gosto muito.

Hoje, assisti com os pequenos, um espetáculo infantil que utiliza a técnica do teatro negro.

No teatro negro, como os atores se vestem de preto da cabeça aos pés, são colocadas luzes negras em pontos estratégicos do palco e o chão também leva um tecidão preto, a manipulação dos bonecos pelos atores torna-se algo absolutamente mágico.

As crianças vão à loucura! Ficam o tempo todo perguntando aos pais e afins o que está acontecendo. E, os menorzinhos acreditam piamente que é magia de fato, porque só veem objetos flutuantes, como que se estivesses flutuando realmente sózinhos.

O que é a vida, pergunto muitas vezes, naqueles exercícios chatos de indagação - (normalmente faço esses exercícios de indagação quando fico deprê e chata).

E, quando me deparo com esse deslumbramento, essa curiosidade sem fim dos pequenos, essa capacidade de se encantar, penso que esta é a melhor parte da vida.

Sem indagação, deslumbramento, encantamento, curiosidade e pentelhação a vida fica muito chata. Por isso que, para a maioria dos pequenos, a vida é sempre um campo a ser descoberto. Assim como essas descobertas que o teatro oferece de forma tão especial.
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Sempre e sempre minha gratidão aos pequenos notáveis que me circundam! A vida é muito melhor com eles.

sábado, 6 de março de 2010

COMPROMETER-SE...

"Comprometer-se".

Na nossa língua portuguesa penso imediatamente em alguns desdobramentos, ao ler esta palavra, dividindo-a:

com = junto
prometer = fazer promessa, dar esperança de bom futuro

compro = de comprar
meter-se = de se meter em algo, ou se submeter a algo

Pois é. Comprometer-se lembra que nos metemos em algo, prometemos algo, seja no âmbito afetivo, material, espiritual. Meter-se em algo pode ser também adquirir algo.

E que nos metemos em algo ou prometemos algo, que na maioria das vezes, fêz outras pessoas se meterem junto conosco. A questão é se honramos ou não nossos comprometimentos.

Vivemos tempos perversos com relação a questão relacionada ao compromisso. Perversidade esta que está na raiz da maneira como foi sendo construida a sociedade qual a conhecemos e vivemos hoje. A maneira brutal de produzir bens de consumo e incentivar de maneiras eficientes os "consumidores" a consumir mais e mais, tem levado grande parte das pessoas a acreditarem que tudo se torna descartável num estalar de dedos. E, essa descartabilidade tem sido utilizada por muitos em seus discursos, inclusive, para a troca de pessoas em relacionamentos afetivos.

Não faço aqui uma defesa irresponsável de compromissos falidos. Não sou, nem tradicional, nem conservadora. Porém, tenho sensatez suficiente e uma boa formação ética e moral para saber diferenciar conceitos e ações relacionadas a esta frenesi incontrolável que as pessoas tem vivido em querer "tudo novo a todo momento".

Nas relações afetivas, esta descartabilidade tem sido responsável por ações absolutamente irresponsáveis e cruéis, algumas das quais tenho percebido ao meu redor.

Relacionar-se e comprometer-se são uma díade que normalmente caminham juntas. E, também não falo aqui só de relacionamentos afetivos. Falo de relacionamentos de trabalho, de relacionamentos em âmbitos de ações sociais mais amplas.

Não é possível formarmos responsavelmente, relações amorosas e afetivas, pessoas, grupos de trabalho, partidos políticos e tudo o que se relaciona com estas esferas, se não conseguirmos ser coerentes com nosso discurso e ação no âmbito do comprometimento. Fica tudo fluido demais sem comprometimento. As pessoas percebem rapidamente quando estão sendo ludibriadas por discursos vazios.

É sempre bom termos em mente que o comprometimento é necessário. Porque, caso contrário, o cinismo passa a reger nossas vidas!

quarta-feira, 3 de março de 2010

VAIDADES

Definições da palavra vaidade que constam no dicionário Aurélio:
"desejo imoderado de atrair admiração ou homenagem" , "presunção".

Vaidosos, penso eu, somos todos, de uma maneira ou outra. Uma vaidadezinha até que não faz mal. Porém, - sempre vem algum porém - a questão incomoda quando a vaidade se torna um "desejo imoderado I M E N S O de atrair admiração". Dai, as coisas ficam chatas, devido ao alto grau de narcisismo desses vaidosos exagerados.

Sei que me repito. Mas, normalmente, os seres exageradamente vaidosos extrapolam a paciência nossa de cada dia. Ao exigir admiração e reconhecimento constantes, perdem a noção de alteridade e passam a querer ser ouvidos e atendidos de forma quase instantânea. E, via de regra, não ouvem! Ouso escrever que, nestas circunstâncias, estas pessoas voltam a um tipo de infância mal vivida. Recorrendo ao velho e bom Freud: passam a se fixar no princípio do prazer, onde o que conta são somente os seus próprios desejos.
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