"...Rigorosamente, a realidade é um estado de experiência..."
"... O que a define é o tanto de realidade que aquele que a experimenta traz consigo como repertório de sentido ou como esquema de representação. Aquele que vive a experiência é portador e operador de conceitos e representações que advém, por sua vez, de sucessivas experiências e, ao passar por algo, ao viver algo, essa sua vivência se recobre de sentido produzido na própria circunstância da experiência. Portanto, quero dizer que a realidade acaba sendo desenhada no âmbito de uma experiência subjetiva que a constitui e a define, ou seja, a realidade é um efeito objetivo de uma experiência subjetiva..."
"...Essa idéia de que a verdade sobre o mundo corresponde a um sentido produzido no contexto de uma determinada experiência, nos conduz à uma condição de pluralismo, de relativismo que nada tem de permissivo ou leviano, como tentaram nos fazer acreditar os arautos do apocalipse pós moderno. Diferentemente, esse relativismo exige de nós um debate crítico sério, que nos coloque frente a frente com a nossa cultura, nossa história e nosso próprio exercício de racionalização. Longe de nos levar na direção de um relativismo absoluto, nos leva na direção de um relativismo esclarecido, um exercício de autocrítica no interior de uma realidade transcultural (Welsch, 2007:250). A que ordens filosóficas ou políticas nos alinhamos? Que escolhas fazemos para a humanidade e para o mundo? Que olhar construímos sobre a realidade, sobre os outros e sobre nós mesmos? De que cultura nos encharcamos?..."
Marcos Villela Pereira
PUC/RS
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