quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"A REVOLUÇÃO SOMOS NÓS" - REFLEXÕES - QUATRO

Esta frase "A Revolução Somos Nós" é de autoria de Joseph Beuys, alemão, nascido em 12/5/1921, falecido em 23/01/1986 na cidade de Dusseldorf.

Neste ano, São Paulo recebe entre 16/9 a 28/11 a maior retrospectiva dedicada a Joseph Beuys, considerado um dos maiores expoentes da Arte Contemporânea do Século XX.
Escultor, performer, com diversos trabalhos também em vídeos e instalações.

Consta que, durante a Segunda Guerra Mundial, o avião em que Beuys estava, como piloto de caça, foi abatido pelos inimigos e caiu na Floresta da Criméia. Seu companheiro morreu e ele foi encontrado por uma tribo de nômades que cuidou dele por algum tempo usando gordura e feltro. O quanto deste fato - ser cuidado por uma tribo de nômades - é ficção ou realidade, não se sabe.
Ouvindo uma pesquisadora abordar este assunto, achei muito interessante o aspecto colocado sobre "a fabulação" da própria história.

Após este período, quando Beuys se recuperou, decidiu tornar-se artista.

Tenho participado, devido ao meu trabalho, de um grupo de estudos sobre este artista. E, fiquei pensando e fantasiando sobre o motivo dele ter proclamado que "A REVOLUÇÃO SOMOS NÓS". Penso que passar por um "renascimento" como ele passou, gera um desejo de se tornar mais "potente" (para aqueles que saem destas experiências de forma mais amadurecida).
Potente no sentido de expressar à potência da vida em oposição à potência da morte. Beuys era piloto do exército alemão na Segunda Guerra. Após o revés, decide tornar-se artista!

Beuys utilizou muita gordura e feltro - material constante em suas obras. Sua experiência "na floresta", revolucionou sua vida!

Todos passamos por situações limite em um momento ou outro da vida. As diferenças entre as pessoas se manifestam bem aí: uns se fortalecem e amadurecem para a vida. Outros definham, ficam profundamente traumatizados ou tornam-se frustrados, infantilizados e amargurados, presos à rede emaranhada de uma vivência ruim.

Nestas circunstâncias, a estrutura psíquica será fundamental para definir o rumo de cada um.

"Ser uma revolução" não é tarefa simples. Exige de cada um profunda reflexão sobre valores, princípios, contradições e coerências. Porém, é a maior revolução: a revolução de si!

Quando Joseph Beuys propõe a criação de uma UNIVERSIDADE LIVRE, penso que a proposta vai na direção de que cada um saia de sua zona de conforto e se lance no embate, com suas mais profundas convicções. E, desfrutando da liberdade de experimentar a sua própria criatividade, possa se tornar um agente revolucionário.

As reflexões deste grupo de que tenho participado (de forma parcial) gira em torno de três eixos: criatividade, revolução e utopia. Quanta coisa para pensar! Uma delas passa pela reflexão sobre aspectos cristalizados dentro de si, imagino!

São muitas idéias girando aqui na caxola... tudo meio confuso. Mas, acho que ainda, muitas outras reflexões surgirão. Para contribuir no percurso pela contínua revolução de si.
Oxalá, que estas revoluções de si sejam importantes nas contribuições sociais dentro dos microssistemas onde estou inserida.

Este, me parece, é um dos pontos cruciais na proposta de Beuys!


CONFIRA - EXPOSIÇÃO - JOSEPH BEUYS: a revolução somos nós
Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93
16/09 a 28/11
terça a domingo
10h às 20h

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