sábado, 9 de julho de 2011

PELEGO

José é um cara de uns 40 anos. Participou de muitas passeatas, comícios e manifestações de sua geração, em prol do fortalecimento da democracia em seu país.
Trabalhou em veículos de comunicação reconhecidos por suas vertentes mais à esquerda do ponto de vista ideológico. Discurso articulado, defesas das liberdades sempre incluídas. Cara admirado em seus circulos de amizade.

Mas, quando ingressou num tipo de Instituição que lhe proporcionou um status do qual nunca tinha gozado, as coisas começaram a mudar...

Mudaram tanto, que hoje os antigos amigos não o reconhecem mais e, os caras novos, com quem trabalha, o chamam de pelego, ou, escroto mesmo. Daqueles que babam ovo para os considerados chefões, se curvando às mais medíocres solicitações!
Suas práticas cotidianas de trabalho ficam, a cada dia, mais estúpidas com aqueles a quem chama de "subordinados", acreditando mesmo que é um ser superior.

Onde será que foi parar todo o seu histórico social e seu senso democrático?

Muitos ousam responder que nunca existiu. Que, na realidade, José é daqueles oportunistas de plantão, que se utiliza de todos os meios para ser considerado "o cara da vez"...
Num momento histórico em que popularidade estava relacionada com engajamento político e participação, foi isso o que fêz, e noutro, onde a lógica instrumental e utilitarista impera, onde o dinheiro compra princípios e torna muitos caras como ele populares e reconhecidos em meios sociais que valorizam, surfam nesta onda! Dizem que, o que conta mesmo, para José, é "a onda da vez"!

Um comentário:

  1. E agora José?? Baita artigo.Caberia a publicação num meio de comunicação impresso, para ampla divulgação. São reflexões como essas que nos fazem recordar da falibidade do gênero humano e daqueles recheados de uma pseudoriqueza de princípios. Acoooorddda esquerda brasileira!!!

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