Ontem, assistindo a um jornal televisivo noturno, ouvi uma célebre frase, que momento ou outro aparece nas falas cotidianas:
"...no meu tempo..."
O que é "...no meu tempo..."?
Para mim, "meu tempo" é o tempo que estou viva neste plano material.
Sendo assim, enquanto estivermos vivos, este é o nosso tempo.
Esta frase - "...no meu tempo..." - normalmente aparece nas falas de pessoas amarguradas, ressentidas. Como se não tivessem feito o que queriam fazer - (por repressão, recalque, covardia, e etc...) , e quando observam outras pessoas fazendo coisas que gostariam de ter feito, censuram tais ações, não percebendo seu próprio ressentimento, sua própria amargura. O "outro" se torna tela de projeção. E daí, o preconceito se manifesta.
Sempre é tempo de nos colocarmos em questão.
"O nosso tempo" é agora!
Este não é um blog da cachaça 51. É um singelo blog que serve como instrumento para que sua redatora amplie a busca por sentidos possíveis!
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
ELEIÇÕES - REFLEXÕES - DOIS
Conversei com uma amiga que defende a Anarquia. E, li recentemente um artigo enviado por um querido, do Carlos Heitor Cony sobre eleições e democracia representativa.
E, fiquei pensando a respeito.
Platão - filósofo grego - defendeu que existem formas perfeitas, idéias perfeitas. E, segundo Cony, o Homem ocidental carrega consigo esse ideário - tese da qual compartilho.
E, por carregar esse ideário, penso que em determinados momentos históricos, como no caso das eleições, nós projetamos todas as nossas "sujeiras" nos candidatos, como se só estes (candidatos) fossem os únicos causadores de nossos problemas.
Como se o sitema de governo - sózinho - fosse responsável por todas as nossas mazelas.
Eu mesma escrevo várias vezes sobre as mazelas. Penso que, tenho a dignidade de me enxergar como uma pessoa que possui mazelas também! Isso é "demasiadamente humano".
(Caso esteja enganada, cara leitora ou leitor, por favor, me informem!) .
Assim, mesmo com as mazelas sociais, problemas políticos, questões várias da sociedade, ainda defendo que votar é um direito do qual não devemos fugir ou nos omitir.
E, como não carrego - há muito tempo - o ideário platônico, entendo que vivemos este momento histórico com a democracia representativa como nossa realidade política. E, sendo esta nossa realidade, é bastante humano que façamos nossas escolhas pautados por critérios possíveis e não por critérios ideais.
Alguém aí vive segundo todos os ideais que traçou para a própria vida?
E, fiquei pensando a respeito.
Platão - filósofo grego - defendeu que existem formas perfeitas, idéias perfeitas. E, segundo Cony, o Homem ocidental carrega consigo esse ideário - tese da qual compartilho.
E, por carregar esse ideário, penso que em determinados momentos históricos, como no caso das eleições, nós projetamos todas as nossas "sujeiras" nos candidatos, como se só estes (candidatos) fossem os únicos causadores de nossos problemas.
Como se o sitema de governo - sózinho - fosse responsável por todas as nossas mazelas.
Eu mesma escrevo várias vezes sobre as mazelas. Penso que, tenho a dignidade de me enxergar como uma pessoa que possui mazelas também! Isso é "demasiadamente humano".
(Caso esteja enganada, cara leitora ou leitor, por favor, me informem!) .
Assim, mesmo com as mazelas sociais, problemas políticos, questões várias da sociedade, ainda defendo que votar é um direito do qual não devemos fugir ou nos omitir.
E, como não carrego - há muito tempo - o ideário platônico, entendo que vivemos este momento histórico com a democracia representativa como nossa realidade política. E, sendo esta nossa realidade, é bastante humano que façamos nossas escolhas pautados por critérios possíveis e não por critérios ideais.
Alguém aí vive segundo todos os ideais que traçou para a própria vida?
sábado, 21 de agosto de 2010
"PESSOALIDADES" - REFLEXÕES - UM
É cada vez maior o número de programas, revistas e livros que privilegiam as particularidades.
Como exemplo já vem alguns à caxola:
- BBB, A FAZENDA, CASA DOS ARTISTAS,
- REVISTA CARAS, REVISTA QUEM,
- SÉRIES BRASILEIRAS E ESTRANGEIRAS...
Sigmund Freud, considerado o "pai" da psicanálise escreveu muito para sistematizar sua obra. Dentre seus escritos, um texto privilegia o tema "NARCISISMO.
Para quem já leu, passou ou passa por psicoterapias, o termo deve ser de alguma forma conhecido. Para quem não leu nada, um singelo esclarecimento:
Narcisismo vem do nome Narciso, que segundo conta um mito grego, era um rapaz lindíssimo, que de tanto se admirar às margens de um lago, morre.
"Morre de amor por si mesmo".
Nossa... não faltam exemplos destes que, metaforicamente, morrem de amor por si mesmos.
Uma dose de amor por si mesmo é necessária. Não fosse o amor próprio, nos entregaríamos às experiências auto destrutivas. Aliás, muitos o fazem.
Porém, amor próprio de forma excessiva cria monstros: perversos, frios. Que pensam somente em si mesmos e pouco se importam com quem os circundam e com o contexto em que vivem, exceto se for para tirar o máximo de proveito próprio das pessoas e dos contextos.
Vivemos tempos onde o narcisismo e o hedonismo excessivos prevalecem. Penso que, talvez, este seja um dos motivos para que esta sociedade esteja mergulhada num certo vazio.
Juntos, capitalismo global e narcisismo, formam uma díade quase imbatível para que a vida seja reduzida à questões relativas ao consumo desenfreado e à estas bobagens cotidianas com que nos deparamos o tempo todo nas diversas mídias.
Haja senso crítico e reflexão!
.......................................................................
Como exemplo já vem alguns à caxola:
- BBB, A FAZENDA, CASA DOS ARTISTAS,
- REVISTA CARAS, REVISTA QUEM,
- SÉRIES BRASILEIRAS E ESTRANGEIRAS...
Sigmund Freud, considerado o "pai" da psicanálise escreveu muito para sistematizar sua obra. Dentre seus escritos, um texto privilegia o tema "NARCISISMO.
Para quem já leu, passou ou passa por psicoterapias, o termo deve ser de alguma forma conhecido. Para quem não leu nada, um singelo esclarecimento:
Narcisismo vem do nome Narciso, que segundo conta um mito grego, era um rapaz lindíssimo, que de tanto se admirar às margens de um lago, morre.
"Morre de amor por si mesmo".
Nossa... não faltam exemplos destes que, metaforicamente, morrem de amor por si mesmos.
Uma dose de amor por si mesmo é necessária. Não fosse o amor próprio, nos entregaríamos às experiências auto destrutivas. Aliás, muitos o fazem.
Porém, amor próprio de forma excessiva cria monstros: perversos, frios. Que pensam somente em si mesmos e pouco se importam com quem os circundam e com o contexto em que vivem, exceto se for para tirar o máximo de proveito próprio das pessoas e dos contextos.
Vivemos tempos onde o narcisismo e o hedonismo excessivos prevalecem. Penso que, talvez, este seja um dos motivos para que esta sociedade esteja mergulhada num certo vazio.
Juntos, capitalismo global e narcisismo, formam uma díade quase imbatível para que a vida seja reduzida à questões relativas ao consumo desenfreado e à estas bobagens cotidianas com que nos deparamos o tempo todo nas diversas mídias.
Haja senso crítico e reflexão!
.......................................................................
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
REALIDADE ... ! ?
"...Rigorosamente, a realidade é um estado de experiência..."
"... O que a define é o tanto de realidade que aquele que a experimenta traz consigo como repertório de sentido ou como esquema de representação. Aquele que vive a experiência é portador e operador de conceitos e representações que advém, por sua vez, de sucessivas experiências e, ao passar por algo, ao viver algo, essa sua vivência se recobre de sentido produzido na própria circunstância da experiência. Portanto, quero dizer que a realidade acaba sendo desenhada no âmbito de uma experiência subjetiva que a constitui e a define, ou seja, a realidade é um efeito objetivo de uma experiência subjetiva..."
"...Essa idéia de que a verdade sobre o mundo corresponde a um sentido produzido no contexto de uma determinada experiência, nos conduz à uma condição de pluralismo, de relativismo que nada tem de permissivo ou leviano, como tentaram nos fazer acreditar os arautos do apocalipse pós moderno. Diferentemente, esse relativismo exige de nós um debate crítico sério, que nos coloque frente a frente com a nossa cultura, nossa história e nosso próprio exercício de racionalização. Longe de nos levar na direção de um relativismo absoluto, nos leva na direção de um relativismo esclarecido, um exercício de autocrítica no interior de uma realidade transcultural (Welsch, 2007:250). A que ordens filosóficas ou políticas nos alinhamos? Que escolhas fazemos para a humanidade e para o mundo? Que olhar construímos sobre a realidade, sobre os outros e sobre nós mesmos? De que cultura nos encharcamos?..."
Marcos Villela Pereira
PUC/RS
"... O que a define é o tanto de realidade que aquele que a experimenta traz consigo como repertório de sentido ou como esquema de representação. Aquele que vive a experiência é portador e operador de conceitos e representações que advém, por sua vez, de sucessivas experiências e, ao passar por algo, ao viver algo, essa sua vivência se recobre de sentido produzido na própria circunstância da experiência. Portanto, quero dizer que a realidade acaba sendo desenhada no âmbito de uma experiência subjetiva que a constitui e a define, ou seja, a realidade é um efeito objetivo de uma experiência subjetiva..."
"...Essa idéia de que a verdade sobre o mundo corresponde a um sentido produzido no contexto de uma determinada experiência, nos conduz à uma condição de pluralismo, de relativismo que nada tem de permissivo ou leviano, como tentaram nos fazer acreditar os arautos do apocalipse pós moderno. Diferentemente, esse relativismo exige de nós um debate crítico sério, que nos coloque frente a frente com a nossa cultura, nossa história e nosso próprio exercício de racionalização. Longe de nos levar na direção de um relativismo absoluto, nos leva na direção de um relativismo esclarecido, um exercício de autocrítica no interior de uma realidade transcultural (Welsch, 2007:250). A que ordens filosóficas ou políticas nos alinhamos? Que escolhas fazemos para a humanidade e para o mundo? Que olhar construímos sobre a realidade, sobre os outros e sobre nós mesmos? De que cultura nos encharcamos?..."
Marcos Villela Pereira
PUC/RS
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
ALIENAÇÕES
Aceitando ou não o fato, somos todos alienados de certa maneira.
Nossa primeira alienação ocorre já na infânica, porque como seres em formação, é o olhar do outro que nos define.
Outro esse que pode ser mãe, pai, avó, tia, instituição social, ou quem quer que seja que inicia o nosso processo de maternagem.
E, essa importância que o olhar do outro tem em nossas vidas, perdura. Basta pensarmos em como nos formamos, onde estamos inseridos, quais imagens criamos de nós mesmos que podem ser "vistas" e quais os segredos que escolhemos manter.
Em psicologia analítica, Jung cunhou o termo "persona" para os vários personagens que criamos.
Ainda bem que podemos contar com as diversas personas, pois como seres sociais, quem aguentaria viver sem criá-las?
Já disseram que a vida imita a arte. Para mim a vida é um grande palco, onde em cada sucessão de acontecimentos escolhemos viver determinadas personas. Só assim, para dar conta de nossas loucuras e das loucuras alheias...
Penso que nestas escolhas que fazemos por determinadas personas, em cada cenário que se apresenta, é bom deixarmos claros os nossos posicionamentos.
Parece corrente nos dias atuais uma persona que sustenta certo jeito "blasé" de ser, como forma de se mostrar indiferente a tudo. Jeito este, extremamente cansativo para mim.
Independente de quem seja, prefiro os que se posicionam, aqueles que se afetam e se deixam afetar. Que mesclam suas personas. Mesmo que eu nem compartilhe dos afetos, prefiro que apareçam.
Porém, como vivemos tempos estranhos, a moda é ser "blasé".
Uma pena. "Ser blasé": um tipo de persona que considero pobre, entediante porque se pretende sempre indiferente...
Mas, assim como outras personas, também se trata de certo tipo de alienação!
Nossa primeira alienação ocorre já na infânica, porque como seres em formação, é o olhar do outro que nos define.
Outro esse que pode ser mãe, pai, avó, tia, instituição social, ou quem quer que seja que inicia o nosso processo de maternagem.
E, essa importância que o olhar do outro tem em nossas vidas, perdura. Basta pensarmos em como nos formamos, onde estamos inseridos, quais imagens criamos de nós mesmos que podem ser "vistas" e quais os segredos que escolhemos manter.
Em psicologia analítica, Jung cunhou o termo "persona" para os vários personagens que criamos.
Ainda bem que podemos contar com as diversas personas, pois como seres sociais, quem aguentaria viver sem criá-las?
Já disseram que a vida imita a arte. Para mim a vida é um grande palco, onde em cada sucessão de acontecimentos escolhemos viver determinadas personas. Só assim, para dar conta de nossas loucuras e das loucuras alheias...
Penso que nestas escolhas que fazemos por determinadas personas, em cada cenário que se apresenta, é bom deixarmos claros os nossos posicionamentos.
Parece corrente nos dias atuais uma persona que sustenta certo jeito "blasé" de ser, como forma de se mostrar indiferente a tudo. Jeito este, extremamente cansativo para mim.
Independente de quem seja, prefiro os que se posicionam, aqueles que se afetam e se deixam afetar. Que mesclam suas personas. Mesmo que eu nem compartilhe dos afetos, prefiro que apareçam.
Porém, como vivemos tempos estranhos, a moda é ser "blasé".
Uma pena. "Ser blasé": um tipo de persona que considero pobre, entediante porque se pretende sempre indiferente...
Mas, assim como outras personas, também se trata de certo tipo de alienação!
domingo, 1 de agosto de 2010
PALMADAS, TAPINHAS, PROPORÇÕES...
Muitos de nós já ouvimos, lemos e conversamos sobre o controverso universo da educação das crianças... dentro das controvérsias, uma anda na boca de muitos: a questão da proibição das palmadas nos pequenos.
Cada um pensa, reflete e expressa suas idéias sobre o assunto.
Sendo assim, me deu vontade de expressar aqui o que ando pensando, sem minimizar as implicações de educar.
Penso que - partindo de um pressuposto básico - é covardia da parte de qualquer adulto infligir castigos físicos às crianças. Desde palmadinhas até o castigo que for. Falo aqui de proporções. Basta olharmos para o tamanho e a força de um adulto e para o tamanho da criança e a impossibilidade de se defender dependendo de sua idade.
Como adultos, passamos por muitas experiências na vida. Infelizmente, um número imenso de adultos são assim considerados, somente pela faixa etária, porque do ponto de vista emocional continuam infantilizados. E, infantilizados, não avançam no trabalho de reflexão que a vida impõe a todos.
Assim, refugiados na ignorância da infantilização, buscam justificativas, as mais estúpidas possíveis, para castigar as crianças. Pura covardia.
Sou a favor que se deixem claros os limites para os pequenos. Mas estabelecer limites de forma inteligente é tarefa daqueles que sabem amar, e amando educam seus filhos e afins da melhor forma possível. Educam para a vida, educam dignamente, educam tendo a convicção de que o diálogo e limites que são estabelecidos e que não humilhem a criança são os melhores caminhos. Educam para que os pequenos aprendam a pensar e buscar a autonomia, baseados numa relação de confiança.
Acredito no amor para educar. Um amor responsável, um amor que entende que a criança é um ser em formação, necessitando de parâmetros claros e respeitosos.
Para mim, amor e educação andam juntos. Sem amor não existe educação genuína, somente repressão e indignação.
...................................................................
Cada um pensa, reflete e expressa suas idéias sobre o assunto.
Sendo assim, me deu vontade de expressar aqui o que ando pensando, sem minimizar as implicações de educar.
Penso que - partindo de um pressuposto básico - é covardia da parte de qualquer adulto infligir castigos físicos às crianças. Desde palmadinhas até o castigo que for. Falo aqui de proporções. Basta olharmos para o tamanho e a força de um adulto e para o tamanho da criança e a impossibilidade de se defender dependendo de sua idade.
Como adultos, passamos por muitas experiências na vida. Infelizmente, um número imenso de adultos são assim considerados, somente pela faixa etária, porque do ponto de vista emocional continuam infantilizados. E, infantilizados, não avançam no trabalho de reflexão que a vida impõe a todos.
Assim, refugiados na ignorância da infantilização, buscam justificativas, as mais estúpidas possíveis, para castigar as crianças. Pura covardia.
Sou a favor que se deixem claros os limites para os pequenos. Mas estabelecer limites de forma inteligente é tarefa daqueles que sabem amar, e amando educam seus filhos e afins da melhor forma possível. Educam para a vida, educam dignamente, educam tendo a convicção de que o diálogo e limites que são estabelecidos e que não humilhem a criança são os melhores caminhos. Educam para que os pequenos aprendam a pensar e buscar a autonomia, baseados numa relação de confiança.
Acredito no amor para educar. Um amor responsável, um amor que entende que a criança é um ser em formação, necessitando de parâmetros claros e respeitosos.
Para mim, amor e educação andam juntos. Sem amor não existe educação genuína, somente repressão e indignação.
...................................................................
Assinar:
Postagens (Atom)