sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A PESSOA É PARA O QUE NASCE...

Este é o título de um filme!
Não quero falar do filme, quero mesmo é escrever algumas linhas sobre "A PESSOA É PARA O QUE NASCE"! Nunca é simples sabermos para o que nascemos. Talvez nunca tenhamos certeza desta finalidade.
Numa das cenas do filme "O ÚLTIMO SAMURAI", num dado momento, o ator Tom Cruise, que interpreta o capitão Nathan Algren diz mais ou menos isso:
-"...pouco sabemos de nós mesmos e pouco podemos fazer, até que nosso destino se revele..."
Poético!
Seja como for, ser gente não é tarefa simples.
A revelação em questão não é obra de acontecimentos sobrenaturais, mas sim, uma busca pessoal e intima de si mesmo.
Somos o tempo todo atravessados por emoções, questões, decisões e sentimentos tantos, que em muitas ocasiões nem sabemos nomear. Porém, pensando sob a ótica do desejo, numa perspectiva psicanalítica, se nos dispusermos a entrar em contato com a profundidade deste desejo, talvez seja possível entender ou se aproximar, de alguma maneira, para o que se nasceu!
Não é tão dolorido assim entrar em contato com o desejo! Pode até doer as vezes, mas, dialogar com ele, deixar cair as várias máscaras que usamos por termos medo da vida, e buscar agir mais espontaneamente pode gerar um bem estar genuíno.
Como dialogo muito comigo mesma e com este desejo que insiste em se colocar no meu caminho, consigo afirmar que se não entrarmos em contato com esta faceta da vida que é pautada pelo desejo, a depressão será nossa companheira constante. Vide o grande sucesso de venda dos anti depressivos...
Então, que tal parar e refletir:
"PARA QUE NASCI"?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SOBRE CRIANÇAS!

Nestes dias de carnaval, em passeio por lugares diferentes, observei muitas crianças felicíssimas, a se exibir com suas fantasias.
Piratas, princesas, odaliscas, bruxas, super-homens, homens aranha, rainhas, reis, palhaços, principes, e afins. Como sou uma pessoa que curte pessoas, fiquei por longos momentos ouvindo as conversas e me deliciando com as diversas crianças fantasiadas, em seu reino mágico, ainda mais vivo por suas fantasias. As crianças projetam seus desejos e anseios e encarnam vivamente o personagem! Que ótimo!
E, ao mesmo tempo, ficava a ouvir vários comentários dos adultos, como se quem fantasiasse fossem somente as crianças! Pobres adultos somos nós! Alguns bem mais empobrecidos que outros em sua alma, porque sufocam tanto o ser criança dentro de si, que vão murchando. Fantasiam também, porque todos sabemos de nosso mundo interno! Porém, reprimem demais suas fantasias. Tornam-se chatos!
Adoro os adultos que mantém, da forma como conseguem, a criança viva dentro de si, e se permitem mergulhar junto com as crianças em reinos mágicos, tornando a vida muito mais lúdica e prazerosa. Será que preciso dizer? Sim, sou uma destas adultas! Que privilégio!
Sabedores que somos de nossa finitude, temos duas possibilidades de escolha sobre o tipo de vida que queremos viver:
- aquela onde se posa como vítima e tudo e todos só estão ai para aborrecer...
- aquela onde a responsabilidade pelo ritmo e ações são de cada um, e por isso, viver momentos de prazer e alegria são possíveis e variados!
Oxalá todos pudessem se permitir um mergulho profundo dentro de sua alma, para trazer à superfície a criança adormecida, louca para acordar e brindar a VIDA!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O QUE É PRIORIDADE?

Ontem, num dos jornais da noite, um repórter mostrava-se indignado porque o Exmo. Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama liberou algo na faixa de 275 bilhões para mutuários que não estão conseguindo pagar as prestações de suas casas, adquiridas no período em que a "bolha imobiliária" inchava, devido a todas as operações financeiras erráticas que os levianos e irresponsáveis "financistas" de plantão cultivaram ao longo de anos!
Disse mais ou menos isso o citado repórter:
- assim é fácil, fazer dívidas e depois não precisar pagá-las!
Indignada fiquei eu com este repórter, melhor: fiquei revoltada. Muito interessante este sistema de produção capitalista e o que gera! Não vi nenhum repórter indignado ou reclamando dos vários trilhões de dólares já liberados para bancos, instituições financeiras, e empresas do setor privado para que estas não quebrem (sendo que mesmo assim, algumas ainda estão periclitantes)! Agora, liberar dinheiro para os mutuários não perderem suas casas gera indignação neste "dignissimo" repórter... oras!oras! Os irresponsáveis de plantão, especuladores que querem fazer dinheiro fácil, sem se comprometer com a produção de nada são "absolvidos"? Mas, os mutuários, estes terão que ser castigados e perder a possibilidade de ter suas casas? Responsabilidade é essencial, não pode faltar nunca, mas precisa valer para todos, e, para todos os segmentos da sociedade. Não estou fazendo uma análise sócio econômica e política, por falta mesmo de competência. Só estou expressando o que vejo como incoerência gritante deste sistema! Não é aceitável que o capitalismo continue alimentando "MADOFF's" e seus pares, estes sim, grandes sem vergonhas! Grandes canalhas que por certo status conseguido a patir de lobbyes, fazem uso leviano do dinheiro! Esta prática sim, precisa ser repudiada, fiscalizada, vigiada e extirpada! Agora, se indignar com uma ajuda aos mutuários? Ah! Faça-me um favor, sr. repórter! Não perca a compostura!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

VOZES

Trecho de Canções e Momentos
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
"...Há canções e há momentos
Eu não sei como explicar
Em que a voz é um instrumento
Que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
Ela amarra todos nós
E é um só sentimento
Na platéia e na voz..."


V O Z E S (Por Ana Lucia Garbin)
Vozes...
são várias as vozes que falam de nós, que falam por nós!
são várias as nossas vozes, os nossos sons...
por que são tantas vozes e tantos sons a se incitar?
por que são tantas vozes e tantos sons que não podemos controlar?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

VENTOFORTE

VENTOFORTE...
Neste caso, VENTOFORTE se trata do nome de um Grupo Teatral que iniciou sua trajetória no Rio de Janeiro em 1974, através de seu fundador, Ilo Krugli.
Através de um teatro itinerante, o VENTOFORTE seguiu e chegou neste mês aos seus 35 anos de existência.
Por ocasião deste aniversário, o Grupo está realizando a apresentação de 2 espetáculos e de um Cancioneiro na Unidade do Sesc Pompeia em São Paulo. Estas atividades se encerram domingo, dia 15/2/2009.
Hoje, tive o privilégio de assistir ao espetáculo deles que recebe o nome de "Se o mundo fosse bom, o dono morava nele! Só este nome já me causou risos, antes mesmo de assistir ao espetáculo.
É uma leitura do VENTOFORTE sobre o Auto da Compadecida de Ariano Suassuna.
Estou rindo até agora, mas também sairam algumas lágrimas dos meus olhos durante a apresentação. O elenco é ótimo e muito divertido. Parafraseando um comercial televisivo, as boas risadas que dei "não tem preço"! Meus amigos, eu e a platéia riamos quase sem parar! E, uma risada puxava outra!
Mas, com toda singeleza e graça, a adaptação deste texto de Suassuna pelo VENTOFORTE trouxe-me sublimes reflexões e lembranças. Me fêz chorar, porque remete diretamente à uma boa parcela do nosso sofrido povo! E, as interpretações são as responsáveis por estas emoções que vieram de forma mais intensa.
Que muitos ventos fortes mantenham sempre em movimento o Grupo VENTOFORTE, e que o Sr. Ilo Krugli possa, ainda, nos presentear com sua inteligência, simplicidade, profundidade e carinho!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

!CORES!

Pensei nesta palavra: cores!
Esta palavra está pululando na minha cabeça devido à duas situações.

Participei de um encontro onde pessoas de diversos fóruns culturais falavam sobre o encantamento dos "gringos" com relação à diversidade de linguagens culturais e as ricas formas de manifestá-las que os brasileiros tem. Uma pessoa que explicitava ainda mais que as outras este encantamento era um "gringo", que assim se auto denominava. Interessante ouvir isto de uma pessoa que não é brasileira, mas manifesta um encanto imenso por este país! Causou-me um estranhamento... um bom estranhamento!

Noutro dia, conversando com um amigo que faz parte do elenco dos espetáculos teatrais do projeto HOMENS AO MAR, dirigidos por André Garolli, da Cia Triptal de Teatro, e que foram adaptados dos escritos do dramaturgo Eugene O'Neill (1888-1953) , e estiveram em Chicago por 20 dias devido às comemorações em torno do referido dramaturgo, me contava sobre as diversas críticas favoráveis que receberam dos "gringos" que assistiam aos espetáculos e não se cansavam de aplaudir e elogiar. Críticas tanto das pessoas comuns que foram para prestigiar os espetáculos, como dos jornalistas que iam para ver, avaliar e escrever a respeito!
Os brasileiros da Cia Triptal sairam de Chicago ovacionados!

São as nossas !cores! Cores deste Brasil que consegue ter boas produções culturais nas diversas linguagens e encantar muitos tipos de públicos!

Fico orgulhosa quando posso participar destas notícias! Gosto deste país! Amo ser brasileira!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"PASOLINI" e "PASOLINICES"

Pier Paolo Pasolini (1922-1975).
O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini é um daqueles seres que considero dentro da categoria dos gênios.
No domingo passado assisti aos "CONTOS DE CANTERBURY". Trata-se de uma adaptação de uma coletânea de contos eróticos do século XIV. Foi filmado por Pasolini na década de 1970.
O filme é de uma riqueza sígnica, que precisa ser visto algumas vezes, para que as decodificações dos elementos possam ser melhor elaboradas. Haja elaboração!
Mas, quero mesmo é dizer que me diverti muito assistindo ao filme. Parece coisa de realismo fantástico. Os contos tratam de diversas situações do cotidiano de um povoado, sempre temperadas com um erotismo até ingênuo em algumas cenas. Mas, a aparente simplicidade das cenas, trouxe para mim uma enorme gama de representações das aspirações humanas.
O que chamou minha atenção de forma especial foram as cenas onde a crítica ao clero católico foi feita de forma tão divertida e explícita que ficava impossível não cair na gargalhada.
Mas, as gargalhadas da platéia não banalizavam a obra do cineasta, só chancelavam a atualidade da sua crítica.
Não sei se a brutal morte do cineasta em 1975 foi algum tipo de encomenda. Muito se especula a respeito. Porque, de fato, sua obra incomoda muito aqueles que tem o "rabo preso" com as instâncias de poder institucional, as quais não aceitam ser questionadas ou ridicularizadas.
Nas cenas onde a crítica ao clero é descarada, fui transportada para nossa realidade. Já pensou se Pasolini ainda estivesse vivo? Como seria ver uma cena feita por ele, ironizando o papa Bento XVI com seus sapatos Prada vermelhos, descendo de sua "limusine" com chofer, e depois indo a público proferir seus discursos altamente homofóbicos...
Puxa! Não me resta mais nada do que ficar especulando a respeito.
É isso que os gênios nos causam...desejo de saber o que criariam a partir do contexto atual!
VIVA PASOLINI!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

PAIXÕES!

O que seria da vida sem as paixões?
Para mim, seria absolutamente sem graça!
O que torna a vida interessante, a despeito de todas as desgraças a que todos nós estamos expostos, e de todos os problemas particulares e mundiais, são as paixões!
Paixão pela vida!

Alguém já disse que, talvez a arte não sirva para nada.
Penso que a arte, em suas diversas linguagens e manifestações não tem o dever de "servir" a algo, a alguém! Está ai para o nosso deleite.
E, quem são estas pessoas que dedicam suas vidas a criar, senão aquelas que, de um modo ou outro, são super apaixonadas pela vida!
Claro, existem todas as questões humanas: ganhar dinheiro, exercitar o narcisismo, etc, etc, etc... Mas, para mim, independente do que move cada um, o importante é poder me deleitar com tantas criações fantásticas, que deixam a vida menos ordinária.
Criações que nos permitem viagens imaginárias, reflexões, arrebatamento!

Dentre as criações artísticas, tenho predileção por cinema, literatura e teatro.
Estas linguagens sempre me transportam para um universo interior, muitas vezes ainda não visitado. E, quantas surpresas quando as visitas ocorrem!
Me sinto triste quando percebo que muitas pessoas, por motivos diversos, não conseguem se aproximar das linguagens artísticas! Falta poesia às suas vidas.

Recentemente, uma senhora que trabalha com faxina num espaço cultural, ao ser estimulada a assistir à peça teatral que estava em cartaz, e, que, dia após dia fazia com que ela tivesse um trabalhão danado para limpar o espaço de apresentação, relatou entusiasmada:
- ahhh, depois que assisti esta peça, limpo aqui com muito mais gosto!

Sentido! Carecemos de sentido.
O trabalho ordinário (no sentido de ser sua tarefa diária, e não de ser um trabalho menor) desta mulher ganhou mais sentido quando ela pode ser arrebatada pela peça teatral!
Que delícia saber disso!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

QUESTÃO DE FÉ!

É comum ouvir, em diversas situações, pessoas dizerem: "...isto é uma questão de fé..."
Acho interessante pensar sob a perspectiva de que todos tem fé, de um jeito ou de outro. Mesmo os que afirmam veementemente, por exemplo, que Deus não existe! Estes tem uma fé impressionante! Tem necessidade de viver afirmando que são descrentes! E sua fé fundamenta-se na defesa de uma "des-fé"!
O fato de acreditarmos que estaremos vivos amanhã, por exemplo, trata-se de um tipo de fé de que não morreremos antes de amanhecer. Parece engraçado, mas não é.
Só seres seriamente perturbados psiquicamente ficam pensando a todo momento que estão "por um fio"!
E, grande paradoxo: viver significa estar sempre por um fio!

É fato corrente que, quando alguém sofre algum tipo de problema mais sério, mesmo que a pessoa se encontre num quadro grave, aqueles que a amam sempre afirmam que a pessoa vai melhorar, mesmo com todas as informações ao contrário. O que é isso, senão o fato de que acreditamos em algo que nem sabemos nominar!
Pode, claro, ser uma crença egoísta, infantilizada, sem nenhum tipo de bom senso. Mas, o fato é que somos seres que precisam da crença.
Existem aqueles que tem fé na religião, outros, na filosofia, outros num ser superior, outros na ciência, afirmando que esta explica e pode resolver tudo! Outros tem fé no dinheiro, na matéria! Vocês podem pensar em muitos outros ítens para compor a lista.

Eu, como uma pessoa otimista, que tem fé, e ainda por cima, gosta de rir de si mesma, estou passando por uma experiência nova! Que, também, se relaciona com um tipo de fé!
Não gosto de tomar medicamentos. Só tomo se precisar muito!
E, por estar com alguns probleminhas, e não querer ir a médicos desnecessariamente, procurei um acupunturista, (que não tem formação médica: é graduado, claro, tem pós graduação em acupuntura no Japão, mas não é médico!)
E, não é que as agulhadas estão surtindo um efeito terapêutico ótimo?
Várias pessoas já me disseram: ahhh, isto é uma bobagem. As "terapias alternativas" não resolvem nada!
Só sei que neste momento da minha vida, levando as agulhadas semanais, tô com a maior fé nas agulhas e no acupunturista! Me sinto bem melhor!
SANTAS AGULHADAS!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ADAPTAÇÕES...

Ontem passei por uma situação bem diferente!
Fui ajudar uma pessoa querida, que é mãe de uma bebê de um mês, e de um garoto de 5 anos. O querido garoto mudou de escola. Esta escola dedicou o dia de ontem e de hoje para o que chama de "adaptação" para os pequenos novos alunos.
O garoto de 5 anos - de quem sou fã - ficou por 2 horas ontem e hoje, para se "adaptar" à nova realidade escolar.
Esclarecendo o meu papel nesta história: Eu fui para cuidar da pequenina, enquanto a mãe acompanhava o filho de 5 anos nas atividades, e o encorajava a participar!Situação interessante.
Na minha opinião não existe adaptação. Somos obrigados desde pequenos a nos acostumar com as situações da vida. Não nos adaptamos, precisamos aprender a ficar menos desconfortáveis com o que a relidade nos impõe. Freud já postulou há mais de 100 anos o conceito do "princípio da realidade" em contraposição ao outro conceito: "princípio do prazer". Segundo Freud, nós queremos mesmo é fazer o que temos vontade o tempo todo (princípio do prazer). Só não fazemos porque a realidade se impõe, e crescer se torna uma questão da vida, caso queiramos "um lugarzinho ao sol" nos poucos anos de vida que temos por aqui (princípio da realidade). O pequeno garoto de 5 anos queria mesmo é ficar com sua mãe em casa, ainda mais agora que chegou uma irmã, desbancando-o do seu longo reinado de primogênito. Estar longe da mãe, por quem ele é apaixonadíssimo não é nada confortável para ele.
Mas, devido à todas as questões relativas à educação e socialização impostas pelo processo civilizatório , entende-se que é melhor as crianças irem para a escola. Ponto que concordo, porque ficar com mãe o tempo todo não é tão saudável! Pobres crianças!
Acho que vou propor à escola que altere a palavra: de adaptação para acomodação.
Na verdade, se temos um nível de inteligência razoável, precisamos sempre nos acomodar às situações da vida, porque senão a angústia aumenta demais!
O garoto, inteligente e simpático já arrumou até um novo amigo. E chegou em casa feliz da vida, contando para o pai da nova escola e do amigo!
Aí entra um outro princípio psicanalítico: o olhar do outro me determina. Para o garoto de 5 anos, que admira muito os pais que tem, o fato de querer provar que ficará bem na escola nova, diz também que o olhar destes pais sobre ele tem mais importância muitas vezes, do que seu próprio desejo infantil.
A vida é assim!!! Como dizia minha avó e várias pessoas que ainda ouço:
Se não há remédio, remediado está"!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"A MICROFÍSICA DO PODER"

O pensador M. Foucault escreveu muitos livros sobre a questão do poder, estabelecendo correlações com o exercício de mando nas Instituições Sociais.
Um destes livros, "A Microfísica do Poder" trata das questões, as quais o pensador nomeou de " pequenos poderes ", exercidos por pessoas ou grupos que consideram que, de fato, existem pessoas superiores em relação à outras pessoas.
Fico a pensar sempre neste assunto, em várias situações do cotidiano.
Nas situações corriqueiras da vida é impressionante constatar quantas pessoas pensam que sempre sabem mais e "melhor" do que todas as demais pessoas. E por isso sentem-se com direitos a exercer seus "micro poderes" em condições que, constantemente, humilham outras pessoas.
Parto do pressuposto que qualquer pessoa em condições saudáveis, pode aprender a pensar por si e realizar as mais diversas atividades, e que, se receber o devido apoio e confiança, não precisa de ninguém que fique exercendo tutela sobre suas ações.
Sou chata com relação a isso. Muito chata! Principalmente com os seguidores desta doutrina que prega que todos precisam ser "controlados" porque senão as coisas não acontecem...
É impressionante como vivemos em constante clima de "Big Brother"!
Não raro, as pessoas que precisam exercer este controle sobre terceiros tem perfis que contam com um bom potencial de insegurança e inveja. Para sentirem-se "melhores" necessitam subjugar as pessoas! E, precisam o tempo todo reafirmar a sua "grande importância".
Infelizmente, muitas Instituições agregam chefias (em grande maioria) com este perfil, porque são também bons funcionários "puxa-sacos"!
Por que será tão difícil compreender que todos podem pensar por si, e aceitar que o outro nunca será como eu quero? E que muitas vezes o que o outro pensa ou sugere pode ser melhor do que coisas que já pensei ou adoto?
Arrisco um hipótese: porque é difícil exercer a humildade e aceitar que todos são potencialmente capazes de elaborar suas idéias e realizar ações bacanas ! Precisam somente de apoio e confiança. Mas, só ofertamos o que temos! Uns ofertam inteligência...outros, ignorância (de si e do outro!)
Quem sabe, com passos de formiga, possamos contribuir para diminuir um pouquinho da mediocridade neste mundo, exercendo menos ações controladoras e humilhantes?
E, quem sabe, aprender a experimentar doses homeopáticas de generosidade!