Mais um Final de Ano, dentro do ciclo do calendário que seguimos no Ocidente. Finais de Ano são cheios de reflexões, depressões, novas promessas.
O que noto de forma recorrente é que grande parte das pessoas promete muito mais coisas a si mesmas nesse momento do ano. Mas poucas são aquelas que partem para a ação necessária ao cumprimento dos objetivos propostos em tais promessas. Por que? Porque agir dá trabalho. Trabalho objetivo e trabalho subjetivo. Agir para gerar mudanças requer determinação e determinação requer energia. Por isso, ano após ano muitas pessoas continuam com as mesmas reflexões, questões e depressões. Não avançam. Não saem do lugar.
Trabalho objetivo e trabalho subjetivo. Ouso dizer que para efetuarmos qualquer mudança em nós, o trabalho interno vem primeiro. É preciso desejar primeiro. É preciso tempo de elaboração interna para depois partir para a ação concreta. Os estrategistas negociais chamam esse momento de planejamento. Mas, diferente de negócios comerciais que visam gerar mais lucros para o capital, este tempo de elaboração interna é necessário para sabermos qual é o nosso tempo do desejo. E parece que desejo genuino é algo raro nos dias que correm. Não falo dos desejos de consumo! Estes são alimentados pelo desejo do capital gerando vários falsos desejos, que encobrem o que realmente desejamos de nós mesmos e que possa ser transformado em algo direcionado aos outros de forma generosa. Falo do desejo de nos sentirmos mais plenos como gente!
Não é por acaso que a perspectiva da DEPRESSÃO se tornar a principal causa de doença incapacitante em menos de 10 anos é premente. Numa sociedade regida pelo consumo, a depressão é a resposta. Nenhum consumo tapa nossa falta primordial. Existência é falta.
Mas, como compreender que existir pressupõe falta, se vivemos rodeados pelos discursos e dispositivos de consumo constantes a nos prometer "plena satisfação"? Satisfação esta que se torna insatisfação imediata, após os novos produtos ofertados pelo mercado, freneticamente!
As indústrias farmacológicas investem pesado na pesquisa e lançamento das novas drogas para a felicidade. E, entre uma pílula da felicidade aqui e outra ali, vivemos numa sociedade dopada, acabrunhada e com medo. Sociedade que tem medo de tudo e de todos. Todos são uma ameaça para todos. É só olhar em volta: cada vez mais ofertas de condomínios fechados com o sologan de "segurança total", carros enormes com blindagem, seguranças por toda a parte nos estabelecimentos.
Penso no ícone que é Jesus, com sua mensagem de amor e de boa convivência. Em suas andanças falando às multidões, sempre instava seu público com reflexões, perguntas, ações.
Numa passagem bíblica conhecida, Jesus está num local com uma grande multidão de pessoas com deficiências e incapacitações. Um dos presentes ali, que já está sem andar por longos anos pede a Jesus que o ajude.
Jesus faz a célebre pergunta:
- Tu QUERES andar?
Ao que o paralítico responde sim.
E então Jesus lhe diz:
- Então, pega tua cama, levanta e anda.
Jesus pergunta se o paralítico QUER sair da sua situação de paralisia. Jesus pergunta se o paralítico DESEJA andar por outros caminhos.
QUERER, DESEJAR. Palavras essenciais para vivermos de forma genuína e sustentarmos nossa própria falta existencial, esta que nos faz querer a vida, sabedores que somos de nossa finitude.
Mas, para desejar precisamos pensar, precisamos elaborar, precisamos nos colocar em questão. Faz-se necessário sair do lugar comum. Sair da maca da paralisia, para a vida.
Faz-se necessário desejar a VIDA!
Este não é um blog da cachaça 51. É um singelo blog que serve como instrumento para que sua redatora amplie a busca por sentidos possíveis!
sábado, 26 de dezembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
CAMINHOS REFLEXOS
Fiquei pensando sobre os reflexos em mim do que escrevi nos dias anteriores. As leituras de vários artigos e dois livros me levaram a reelaborar questões. Vivemos momentos fluidos demais. Tudo parece escorrer pelos dedos. A psicanalista Maria Rita Kehl, em seu livro "O tempo e o cão" - (Boitempo Editorial) - descreve, pela minha compreensão, dois tipos de relação. (Neste livro o foco é a atualidade das depressões e seu crescimento acelerado na sociedade globalizada).
Um ponto que achei muito interessante - (são muitos, mas focarei em apenas este) - refere-se ao que ela coloca sobre o modo como nos relacionamos com o "objeto" (um dos conceitos da psicanálise). Ou nos relacionamos de forma a exercer repressão ou de forma a seduzir. Quando o meio é repressivo, é mais "fácil", pelo que entendi, identificar as questões de fundo, e analisar as melhores estratégias para se relacionar com tais questões e buscar alternativas para resolver.
O meio repressivo é explícito, porque a estratégia do repressor é o autoritarismo. Mas, quando o meio relacional prima pela sedução, a situação é mais delicada. Os subterfúgios utilizados são mais fugidios, porque o sedutor não deixa claro, nunca, quais as questões de fundo. Só se já formos bem vividos e maduros o suficiente para sabermos jogar com os sedutores. As artimanhas são muitas! Jogo emaranhado. Muitos nós. Ao contrário da repressão, na sedução é tudo implicito.
Vivemos tempos onde a sedução impera em diversos aspectos da vida. A sedução é a moeda de troca na sociedade do hiper consumo, onde reina a insatisfação ampla. O discurso para que se consuma "mais e melhor" só faz aumentar a insatisfação. Nada tampa o buraco da angústia existencial, porque esta se liga a outros aspectos da vida pulsional, que não se relacionam com bens materiais. As ligações neste campo são da ordem primitiva.
Por isso, tanta fluidez e muita dificuldade das relações serem pautadas numa ética do bom senso e da integridade. É tudo muito etéreo. Era da virtualidade frenética. Os jogos contém doses imensas de frenesi. Difícil para muitos suspender a ação e refletir.
Por isso, existem muitas questões borbulhantes. A sedução não dá conta de ajudar-nos em nossa labuta contra as angústias da vida. Chega um momento que cansa somente seduzir. Todo o universo envolvido se empobrece. As relações se esvaziam de sentido.
Então, deixemos o caldeirão da sedução continuar a ferver e ficar borbulhando, até que esquente de tal maneira, que, ou pulamos do caldeirão, ou fervemos com todos os sedutores inescrupulosos! Ainda acredito que na hora que "a coisa pegar fogo" saberemos melhor que causas são importantes! Dai, não permaneceremos onde estamos como sociedade, porque será insustentável a permanência da forma como está! Que o caldeirão continue a ferver!
Um ponto que achei muito interessante - (são muitos, mas focarei em apenas este) - refere-se ao que ela coloca sobre o modo como nos relacionamos com o "objeto" (um dos conceitos da psicanálise). Ou nos relacionamos de forma a exercer repressão ou de forma a seduzir. Quando o meio é repressivo, é mais "fácil", pelo que entendi, identificar as questões de fundo, e analisar as melhores estratégias para se relacionar com tais questões e buscar alternativas para resolver.
O meio repressivo é explícito, porque a estratégia do repressor é o autoritarismo. Mas, quando o meio relacional prima pela sedução, a situação é mais delicada. Os subterfúgios utilizados são mais fugidios, porque o sedutor não deixa claro, nunca, quais as questões de fundo. Só se já formos bem vividos e maduros o suficiente para sabermos jogar com os sedutores. As artimanhas são muitas! Jogo emaranhado. Muitos nós. Ao contrário da repressão, na sedução é tudo implicito.
Vivemos tempos onde a sedução impera em diversos aspectos da vida. A sedução é a moeda de troca na sociedade do hiper consumo, onde reina a insatisfação ampla. O discurso para que se consuma "mais e melhor" só faz aumentar a insatisfação. Nada tampa o buraco da angústia existencial, porque esta se liga a outros aspectos da vida pulsional, que não se relacionam com bens materiais. As ligações neste campo são da ordem primitiva.
Por isso, tanta fluidez e muita dificuldade das relações serem pautadas numa ética do bom senso e da integridade. É tudo muito etéreo. Era da virtualidade frenética. Os jogos contém doses imensas de frenesi. Difícil para muitos suspender a ação e refletir.
Por isso, existem muitas questões borbulhantes. A sedução não dá conta de ajudar-nos em nossa labuta contra as angústias da vida. Chega um momento que cansa somente seduzir. Todo o universo envolvido se empobrece. As relações se esvaziam de sentido.
Então, deixemos o caldeirão da sedução continuar a ferver e ficar borbulhando, até que esquente de tal maneira, que, ou pulamos do caldeirão, ou fervemos com todos os sedutores inescrupulosos! Ainda acredito que na hora que "a coisa pegar fogo" saberemos melhor que causas são importantes! Dai, não permaneceremos onde estamos como sociedade, porque será insustentável a permanência da forma como está! Que o caldeirão continue a ferver!
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
VAMPIROS S/A
Vivemos num momento inundado por filmes de vampiros! Vampiros para todos os gostos: para adolescentes, velhos e maduros! Pelo que li, temos à disposição 7 títulos:
- os da Saga Crepúsculo - Crepúsculo (2009), Lua Nova (2009) e Eclipse (Para 2010) - , Sede de Sangue, Matadores de Vampiras Lésbicas, Deixa Ela Entrar, Garota Infernal, True Blood e a série norte-americana da TV paga Vampire Diaries.
A "vampirada" está fazendo a festa, literalmente!
Fiquei pensando sobre essa avalanche vampiresca. Uma das questões que me ocorreu é que nada cai tão bem quanto um "vampirinho" nesta nossa sociedade que se pauta por padrões de consumo como norma de sucesso. "Consumos" de forma desmedida lembram boas sugadas vampirescas; as sensações prazerosas acontecem de fato! A compulsão pelo consumo não é rara. Imaginem a onda que invade o apetite voraz de sugar o que o "mercado" oferece aos vampiros de plantão, a cada novo produto que é lançado com o slogan "de prazer puro" que as diversas midias exploram com muita competência.
Oras, o que é um vampiro? Deixando de lado todo o charme que o cinema confere aos vampiros - e que eu adoro - os vampiros são animais que tem hábitos noturnos e parte destas espécies "suga" suas presas. Metaforicamente, os vampiros cinematográficos são sugadores charmosos, sedutores, crueis e libidinosos. E estão sempre à espreita para sugar a vida de alguém gostoso, charmoso e bonito (homens e mulheres). Nada mais sugestivo para uma sociedade como a nossa, onde muitos discursos se sustentam pautados no extremo de um narcisismo primário e um hedonismo sem limites. O que são seres extremamente narcísicos e hedonistas? Os que vivem de sugar as pessoas para conseguir atingir o que desejam a qualquer custo. Seja lá o que for.
Todas estas linhas que escrevo ainda são expressão das reflexões que venho tecendo devido às questões que levantei quando escrevi sobre CAUSAS. Me parece que existem conexões entre estas questões todas e nossa inércia social. Para que lutar? - podem pensar muitos - se a avalanche vampiresca está ai, a pairar sobre nossas cabeças - até no cinema -, sugando nossas forças e ideais?
Mas, como ainda acredito na UTOPIA, mesmo que ela esteja dentro de minha imaginação somente, penso que podemos andar com bastante alho, crucifixos e argumentos sensatos, inteligentes e astutos para ficar sempre na posição de combate contra estes sugadores que não cansam de tentar minar as forças das pessoas que acreditam em valores mais justos e solidários, com a convicção de que o "mercado" não é a medida para o que uns e outros acreditam ser o sucesso e o último ponto onde se deve chegar nesta vida, a cada nova mercadoria consumida!
- os da Saga Crepúsculo - Crepúsculo (2009), Lua Nova (2009) e Eclipse (Para 2010) - , Sede de Sangue, Matadores de Vampiras Lésbicas, Deixa Ela Entrar, Garota Infernal, True Blood e a série norte-americana da TV paga Vampire Diaries.
A "vampirada" está fazendo a festa, literalmente!
Fiquei pensando sobre essa avalanche vampiresca. Uma das questões que me ocorreu é que nada cai tão bem quanto um "vampirinho" nesta nossa sociedade que se pauta por padrões de consumo como norma de sucesso. "Consumos" de forma desmedida lembram boas sugadas vampirescas; as sensações prazerosas acontecem de fato! A compulsão pelo consumo não é rara. Imaginem a onda que invade o apetite voraz de sugar o que o "mercado" oferece aos vampiros de plantão, a cada novo produto que é lançado com o slogan "de prazer puro" que as diversas midias exploram com muita competência.
Oras, o que é um vampiro? Deixando de lado todo o charme que o cinema confere aos vampiros - e que eu adoro - os vampiros são animais que tem hábitos noturnos e parte destas espécies "suga" suas presas. Metaforicamente, os vampiros cinematográficos são sugadores charmosos, sedutores, crueis e libidinosos. E estão sempre à espreita para sugar a vida de alguém gostoso, charmoso e bonito (homens e mulheres). Nada mais sugestivo para uma sociedade como a nossa, onde muitos discursos se sustentam pautados no extremo de um narcisismo primário e um hedonismo sem limites. O que são seres extremamente narcísicos e hedonistas? Os que vivem de sugar as pessoas para conseguir atingir o que desejam a qualquer custo. Seja lá o que for.
Todas estas linhas que escrevo ainda são expressão das reflexões que venho tecendo devido às questões que levantei quando escrevi sobre CAUSAS. Me parece que existem conexões entre estas questões todas e nossa inércia social. Para que lutar? - podem pensar muitos - se a avalanche vampiresca está ai, a pairar sobre nossas cabeças - até no cinema -, sugando nossas forças e ideais?
Mas, como ainda acredito na UTOPIA, mesmo que ela esteja dentro de minha imaginação somente, penso que podemos andar com bastante alho, crucifixos e argumentos sensatos, inteligentes e astutos para ficar sempre na posição de combate contra estes sugadores que não cansam de tentar minar as forças das pessoas que acreditam em valores mais justos e solidários, com a convicção de que o "mercado" não é a medida para o que uns e outros acreditam ser o sucesso e o último ponto onde se deve chegar nesta vida, a cada nova mercadoria consumida!
domingo, 25 de outubro de 2009
UTOPIA
Acabo de assistir ao espetáculo "TILL, A SAGA DE UM HERÓI TORTO", do Grupo Galpão, de Belo Horizonte/MG. Com relação ao espetáculo: ótimo. Vale a pena! Trata-se da saga de um personagem do folclore alemão - Till - um tipo de anti-herói, que é retratada na Idade Média.
Mas, cheguei pensando no que um dos personagens disse ao final da peça.
"...A UTOPIA não mora em um lugar geográfico. A verdadeira utopia mora em nossa imaginação...".
Por enquanto é só! Quero elaborar e degustar tal afirmação!
Só sei, ainda, que gostei muito de ouvir isso.
Mas, por enquanto é só! Só, por enquanto!
Mas, cheguei pensando no que um dos personagens disse ao final da peça.
"...A UTOPIA não mora em um lugar geográfico. A verdadeira utopia mora em nossa imaginação...".
Por enquanto é só! Quero elaborar e degustar tal afirmação!
Só sei, ainda, que gostei muito de ouvir isso.
Mas, por enquanto é só! Só, por enquanto!
sábado, 24 de outubro de 2009
VIDA LIQUIDA
Dias atrás escrevi sobre CAUSAS. Depois disso fiquei pensando em alguns outros aspectos, não para justificar o que escrevi anteriormente, e sim para continuar refletindo. E, após conversas com queridos amigos (Laudo Bonifácio e Marco Antonio Rosa) ampliei questões.
O sociólogo Zygmunt Baumman tem escrito muito sobre o império de uma vida liquida nos tempos que correm. Para saber detalhes, consulte seus livros, procurando pelo nome de autor. Entenderá o conceito de "LIQUIDEZ" impresso em suas obras.
Em sua definição, a modernidade líquida é um momento em que a sociedade humana experimenta uma transformação que pode ser sintetizada em alguns processos, como a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social, a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição e a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no plano individual.
Pois bem, segundo o autor, vivemos tempos liquidos com relação aos aspectos da vida social. Tempos em que imperam o acirramento do individualismo, a truculência nas relações e o imperativo do eu em detrimento no nós. Paradoxalmente, tempos onde o discurso e as ações relativas aos direitos como cidadão aumentaram, os direitos do sujeito são respeitados por força de lei, mas que, ao invés destes direitos ampliarem o senso de coletividade, moveram a seta para um hedonismo desmedido. Sociedades capitalistas que movem, pelos discursos construidos politicamente através de midias poderosas, os sujeitos em direção ao gozo imediato.
Impera o discurso de "consuma e aja para o seu prazer absolutamente individual, nem que para isso você prejudique todos os que estão à sua volta".
Para Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, a situação do mundo hoje é paradoxal. “De um lado, verificamos um avanço da democracia e do respeito aos direitos humanos. Mas, de outro, tem-se a impressão de que as relações inter-pessoais estão mais violentas, instrumentais, pautadas num individualismo primário, num hedonismo também primário, numa busca desesperada de emoções fortes, mesmo que provenham da desgraça alheia”.
Fiquei refletindo neste pontos porque ainda sou um ser que se indigna com o egoismo e egocentrismo desmedidos, em detrimento de causas que possam beneficiar grupos maiores.
Não sou ingênua, e sei que temos, dia a dia que estar na labuta e merecemos sim nossos prazeres! Pequenos prazeres: cervejinha ou caiprinha com quem curtimos, sexo gostoso, jogar conversa fora, uma comidinha boa, um lugar para morar decentemente, transporte mais respeitoso... Não sou daquelas que desmerecem o prazer das ações pequenas! Ao contrário.
O que pretendo com minha reflexão é brindar as ações que merecemos como pessoas com suas singularidades, e ao mesmo tempo, provocar a mim mesma e a você que respeitosamente lê o que escrevo, a nadar "CONTRA A MARÉ" desta vida liquida e egoista que impera!
UM BRINDE À INCONFORMIDADE COM A LIQUIDEZ DA VIDA!
O sociólogo Zygmunt Baumman tem escrito muito sobre o império de uma vida liquida nos tempos que correm. Para saber detalhes, consulte seus livros, procurando pelo nome de autor. Entenderá o conceito de "LIQUIDEZ" impresso em suas obras.
Em sua definição, a modernidade líquida é um momento em que a sociedade humana experimenta uma transformação que pode ser sintetizada em alguns processos, como a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social, a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição e a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no plano individual.
Pois bem, segundo o autor, vivemos tempos liquidos com relação aos aspectos da vida social. Tempos em que imperam o acirramento do individualismo, a truculência nas relações e o imperativo do eu em detrimento no nós. Paradoxalmente, tempos onde o discurso e as ações relativas aos direitos como cidadão aumentaram, os direitos do sujeito são respeitados por força de lei, mas que, ao invés destes direitos ampliarem o senso de coletividade, moveram a seta para um hedonismo desmedido. Sociedades capitalistas que movem, pelos discursos construidos politicamente através de midias poderosas, os sujeitos em direção ao gozo imediato.
Impera o discurso de "consuma e aja para o seu prazer absolutamente individual, nem que para isso você prejudique todos os que estão à sua volta".
Para Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, a situação do mundo hoje é paradoxal. “De um lado, verificamos um avanço da democracia e do respeito aos direitos humanos. Mas, de outro, tem-se a impressão de que as relações inter-pessoais estão mais violentas, instrumentais, pautadas num individualismo primário, num hedonismo também primário, numa busca desesperada de emoções fortes, mesmo que provenham da desgraça alheia”.
Fiquei refletindo neste pontos porque ainda sou um ser que se indigna com o egoismo e egocentrismo desmedidos, em detrimento de causas que possam beneficiar grupos maiores.
Não sou ingênua, e sei que temos, dia a dia que estar na labuta e merecemos sim nossos prazeres! Pequenos prazeres: cervejinha ou caiprinha com quem curtimos, sexo gostoso, jogar conversa fora, uma comidinha boa, um lugar para morar decentemente, transporte mais respeitoso... Não sou daquelas que desmerecem o prazer das ações pequenas! Ao contrário.
O que pretendo com minha reflexão é brindar as ações que merecemos como pessoas com suas singularidades, e ao mesmo tempo, provocar a mim mesma e a você que respeitosamente lê o que escrevo, a nadar "CONTRA A MARÉ" desta vida liquida e egoista que impera!
UM BRINDE À INCONFORMIDADE COM A LIQUIDEZ DA VIDA!
terça-feira, 20 de outubro de 2009
CAUSAS
Quando eu estava no início da adolescência, vivi o período das grandes passeatas pelas DIRETAS JÁ! Foi o meu batismo no considerado "engajamento político". Quanta emoção, quanta novidade... Sentindo que estava participando de algo importante, dentro do "olho do furacão".
Depois vieram outros acontecimentos políticos, dos quais sempre participei de formas diversas.
Fui entender que eram CAUSAS nacionais tempos depois. GRANDES CAUSAS penso eu.
Hoje, ao conversarmos com muitos adolescentes, após a apresentação de uma peça teatral voltada para eles, ficamos passeando por vários temas, e um deles foi se eles (adolescentes) tem causas pelas quais entendem que devem ir à luta.
Foram enumeradas várias questões. Mas, nenhuma delas pareceu convencer boa parte do público como sendo CAUSAS. Fico me perguntando o que está acontecendo conosco. Todos nós. Será que o fato de um homem considerado líder político vindo do povo, que passou por metalúrgicas como operário, foi líder sindical, foi cassado, entrou para a história como um dos fundadores do denominado PARTIDO DOS TRABALHADORES e vem participando da vida política do país pelos meandros oficiais, chegando à Presidência da República nos paralisou?
Será que vivemos esta paralisia no país, sem termos tido coragem de ir às ruas, como cidadadãos e gritar "FORA SARNEY" porque Lula é presidente?
Será que este fato nos impossibilita de lutar novamente por causas políticas nacionais que valham a pena? A exemplo das "DIRETAS JÁ", do pedido de "IMPEACHMENT DO COLLOR", e de fatos que mobilizaram nossa ação em prol do país?
Penso nisso, e participo desta imobilidade que parece imperar...
Teremos novamente a força necessária para as ações coletivas? Estas, tão fundamentais para nos fazer refletir sobre o que significa COLETIVIDADE, SOCIEDADE CIVIL...
Oxalá soprem ventos fortes, que nos façam novamente sair às ruas, gritar e agir por CAUSAS que valham a pena e nos causem enorme senso de participação e coletividade. Que os discursos que nos querem imobilizados, conformados e satisfeitos sejam desconstruidos por ações efetivas, que façam com que tenhamos a certeza de que estas ações coletivas, direcionadas para objetivos maiores sempre valem a pena!
Considero aberta neste blog a temporada para a reflexão! E, espero em breve, que possamos abrir juntos uma nova etapa de saida às ruas para lutar por novas CAUSAS!
Depois vieram outros acontecimentos políticos, dos quais sempre participei de formas diversas.
Fui entender que eram CAUSAS nacionais tempos depois. GRANDES CAUSAS penso eu.
Hoje, ao conversarmos com muitos adolescentes, após a apresentação de uma peça teatral voltada para eles, ficamos passeando por vários temas, e um deles foi se eles (adolescentes) tem causas pelas quais entendem que devem ir à luta.
Foram enumeradas várias questões. Mas, nenhuma delas pareceu convencer boa parte do público como sendo CAUSAS. Fico me perguntando o que está acontecendo conosco. Todos nós. Será que o fato de um homem considerado líder político vindo do povo, que passou por metalúrgicas como operário, foi líder sindical, foi cassado, entrou para a história como um dos fundadores do denominado PARTIDO DOS TRABALHADORES e vem participando da vida política do país pelos meandros oficiais, chegando à Presidência da República nos paralisou?
Será que vivemos esta paralisia no país, sem termos tido coragem de ir às ruas, como cidadadãos e gritar "FORA SARNEY" porque Lula é presidente?
Será que este fato nos impossibilita de lutar novamente por causas políticas nacionais que valham a pena? A exemplo das "DIRETAS JÁ", do pedido de "IMPEACHMENT DO COLLOR", e de fatos que mobilizaram nossa ação em prol do país?
Penso nisso, e participo desta imobilidade que parece imperar...
Teremos novamente a força necessária para as ações coletivas? Estas, tão fundamentais para nos fazer refletir sobre o que significa COLETIVIDADE, SOCIEDADE CIVIL...
Oxalá soprem ventos fortes, que nos façam novamente sair às ruas, gritar e agir por CAUSAS que valham a pena e nos causem enorme senso de participação e coletividade. Que os discursos que nos querem imobilizados, conformados e satisfeitos sejam desconstruidos por ações efetivas, que façam com que tenhamos a certeza de que estas ações coletivas, direcionadas para objetivos maiores sempre valem a pena!
Considero aberta neste blog a temporada para a reflexão! E, espero em breve, que possamos abrir juntos uma nova etapa de saida às ruas para lutar por novas CAUSAS!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
VINGANÇA
É uma situação que se repete quando assisto aos filmes do diretor Quentin Tarantino:
me deleito com a sagacidade do diretor que, à sua maneira, trabalha com muita competência a temática relacionada à vingança. É ótima a possibilidade de, através do cinema, me divertir com um filme como BASTARDOS INGLÓRIOS! O filme é puro devaneio, e me causou enorme prazer! Quem de nós não passou por situações onde teve o imenso desejo de se vingar?
E, cada um sabe os porques de não ter ido às vias de fato da vingança! O desejo da vingança ali presente, pulsando... Então, como a repressão muitas vezes nos impede de cometer atos de vingança, temos filmes como os de Quentin Tarantino que nos causam sensações de redenção, ao mostrar a vingança nua e crua, sem mediação! Me divirto muito com filmes de Tarantino, porque como grande parte dos mortais, estou sujeita à repressão! Dai, que este tipo de filme com os quais a sétima arte nos presenteia, me redimem! A repressão dá uma folga!
Como alguém já afirmou:
"...não sei bem se a arte tem alguma função, mas, com certeza, o mundo seria bem pior sem arte..."
e, seria menos divertido sem Quentin Tarantino e seus filmes...
me deleito com a sagacidade do diretor que, à sua maneira, trabalha com muita competência a temática relacionada à vingança. É ótima a possibilidade de, através do cinema, me divertir com um filme como BASTARDOS INGLÓRIOS! O filme é puro devaneio, e me causou enorme prazer! Quem de nós não passou por situações onde teve o imenso desejo de se vingar?
E, cada um sabe os porques de não ter ido às vias de fato da vingança! O desejo da vingança ali presente, pulsando... Então, como a repressão muitas vezes nos impede de cometer atos de vingança, temos filmes como os de Quentin Tarantino que nos causam sensações de redenção, ao mostrar a vingança nua e crua, sem mediação! Me divirto muito com filmes de Tarantino, porque como grande parte dos mortais, estou sujeita à repressão! Dai, que este tipo de filme com os quais a sétima arte nos presenteia, me redimem! A repressão dá uma folga!
Como alguém já afirmou:
"...não sei bem se a arte tem alguma função, mas, com certeza, o mundo seria bem pior sem arte..."
e, seria menos divertido sem Quentin Tarantino e seus filmes...
domingo, 13 de setembro de 2009
O QUE NOS MOVE... O QUE TE MOVE?
Provocação. Este pequeno texto só tem um único objetivo: provocar você, leitor querido, que dá uma passadinha aqui as vezes!
O que me move... O que me move eu sei, mas não quero descrever em palavras aqui.
Mas..... o que te move?
O que me move... O que me move eu sei, mas não quero descrever em palavras aqui.
Mas..... o que te move?
domingo, 6 de setembro de 2009
PERSPECTIVAS
Cada pessoa olha as situações a partir de suas perspectivas.
E, grande parte das vezes, as perspectivas dos envolvidos se chocam, porque partem de visões e análises diferenciadas.
Vejo que uma questão crucial em cheque nestes momentos conflitivos, onde perspectivas diferentes entram em choque, é a falta de condição de dialogar que as partes apresentam, porque cada parte está tão somente interessada em defender o que lhe interessa, sem ampliar o campo de análise e reflexão, que poderia levar a criar novas perspectivas e novos direcionamentos para o conflito.
É um paradoxo! Vivemos em tempos onde existem muitos regimes que se autodenominam democracias e as pessoas vivem apregoando que o diálogo é essencial. Mas basta acontecer um problema, por menor que seja, que a capacidade de dialogar desce como água pelo ralo.
A disposição para que cada um apresente seus argumentos, a disposição para que se ouçam e ponderem os argumentos de cada parte se esvai em atitudes passionais, carentes de bom senso e reflexão. Pensando em dimensões ampliadas, o senso sócio político também é ignorado em tantas situações, em detrimento de interesses econômicos.
"...Esse é o nosso mundo, o que é demais, nunca é o bastante..."
E, grande parte das vezes, as perspectivas dos envolvidos se chocam, porque partem de visões e análises diferenciadas.
Vejo que uma questão crucial em cheque nestes momentos conflitivos, onde perspectivas diferentes entram em choque, é a falta de condição de dialogar que as partes apresentam, porque cada parte está tão somente interessada em defender o que lhe interessa, sem ampliar o campo de análise e reflexão, que poderia levar a criar novas perspectivas e novos direcionamentos para o conflito.
É um paradoxo! Vivemos em tempos onde existem muitos regimes que se autodenominam democracias e as pessoas vivem apregoando que o diálogo é essencial. Mas basta acontecer um problema, por menor que seja, que a capacidade de dialogar desce como água pelo ralo.
A disposição para que cada um apresente seus argumentos, a disposição para que se ouçam e ponderem os argumentos de cada parte se esvai em atitudes passionais, carentes de bom senso e reflexão. Pensando em dimensões ampliadas, o senso sócio político também é ignorado em tantas situações, em detrimento de interesses econômicos.
"...Esse é o nosso mundo, o que é demais, nunca é o bastante..."
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
"A ONDA"
"A ONDA" é o nome de um filme que assisti recentemente.
Trata-se de uma adaptação alemã, de um fato real que aconteceu em uma escola da Califórnia no ano de 1967, com alunos de ensino médio.
Resumindo: o professor tenta explicar aos jovens alunos o que é uma autocracia, propondo que durante os 5 dias que precisam estudar o tema, eles vivam como se estivessem num regime autocrático. Desastre total. O diretor da película explora, com competência e sabedoria, a frágil estrutura destes seres, que somos nós. Não por acaso, penso eu, os alemães se apropriaram da história. Os tempos são sempre meio sombrios. Os países de forma geral, (que se denominam democracias) com suas estruturas sócio políticas, vivem sempre numa tênue fronteira entre a democracia e a tentação do autoritarismo. Basta visitarmos nossos amigos na Venezuela e na Bolívia. Para não irmos para fora de nossa querida América do Sul. Exemplos estão ai, em vários continentes.
No filme em questão, os alunos são questionados sobre a possibilidade de a Alemanha se tornar novamente um país de regime autoritário, ao que grande parte reage de maneira negativa, afirmando que pela experiência do passado, a democracia alemã é sólida. Ledo engano!
Através de meu olhar, num pequeno recorte, (porque podem ser feitos vários) constato a fragilidade do psiquismo humano, e a tendência de seguir os ditos líderes carismáticos.
Como somos frágeis. Como os discursos podem nos seduzir com facilidade. Sedução, atração, convencimento. Cinco dias bastaram para que uma catástrofe tomasse uma proporção considerável. Recomendo que assistam. Façam suas reflexões. Sempre é tempo para estabelecer auto análises e avaliar como estamos caminhando. Para verificar qual é o nosso potencial autoritário! Isso já é um bom começo!
A ONDA
Alemanha 2008
Direção de Dennis Gansel
Protagonistas: Jurgen Vogel e Max Riemelt.
Trata-se de uma adaptação alemã, de um fato real que aconteceu em uma escola da Califórnia no ano de 1967, com alunos de ensino médio.
Resumindo: o professor tenta explicar aos jovens alunos o que é uma autocracia, propondo que durante os 5 dias que precisam estudar o tema, eles vivam como se estivessem num regime autocrático. Desastre total. O diretor da película explora, com competência e sabedoria, a frágil estrutura destes seres, que somos nós. Não por acaso, penso eu, os alemães se apropriaram da história. Os tempos são sempre meio sombrios. Os países de forma geral, (que se denominam democracias) com suas estruturas sócio políticas, vivem sempre numa tênue fronteira entre a democracia e a tentação do autoritarismo. Basta visitarmos nossos amigos na Venezuela e na Bolívia. Para não irmos para fora de nossa querida América do Sul. Exemplos estão ai, em vários continentes.
No filme em questão, os alunos são questionados sobre a possibilidade de a Alemanha se tornar novamente um país de regime autoritário, ao que grande parte reage de maneira negativa, afirmando que pela experiência do passado, a democracia alemã é sólida. Ledo engano!
Através de meu olhar, num pequeno recorte, (porque podem ser feitos vários) constato a fragilidade do psiquismo humano, e a tendência de seguir os ditos líderes carismáticos.
Como somos frágeis. Como os discursos podem nos seduzir com facilidade. Sedução, atração, convencimento. Cinco dias bastaram para que uma catástrofe tomasse uma proporção considerável. Recomendo que assistam. Façam suas reflexões. Sempre é tempo para estabelecer auto análises e avaliar como estamos caminhando. Para verificar qual é o nosso potencial autoritário! Isso já é um bom começo!
A ONDA
Alemanha 2008
Direção de Dennis Gansel
Protagonistas: Jurgen Vogel e Max Riemelt.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
"...O OLHO DO CONSUMIDOR..."
A Empresa Monsanto impede a publicação da cartilha "O Olho do Consumidor". Uma cartilha produzida pelo Ministério da Agricultura sobre agroecologia teve sua distribuição impedida. A cartilha "O Olho doConsumidor", que conta com ilustrações de Ziraldo, foi lançada para divulgar a criação do "Selo do SISORG" (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor. O livreto, que teve tiragem de 620 mil cópias, foi objeto de uma liminar de mandado de segurança, fruto de ação movida pela transnacional Monsanto, que impediu sua distribuição. Setores do Ministério ligados ao agronegócio também não ficaram contentes com as informações contidas na cartilha. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério. A proibição se deu por conta do item 5 da página 7, onde se lê: "O agricultor orgânico não cultiva transgênicos porque não quer colocar em risco a diversidade de variedades que existem na natureza. Transgênicos são plantas onde o homem coloca genes tomados de outras espécies". Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força, me junto a todos aqueles que estão distribuindo eletronicamente a cartilha. Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos.
A CARTILHA ESTÁ CIRCULANDO NA INTERNET.
LEIA E DIVULGUE:
www.aba-agroecologia.org.br/aba2/images/pdf/cartilha_ziraldo.pdf
A CARTILHA ESTÁ CIRCULANDO NA INTERNET.
LEIA E DIVULGUE:
www.aba-agroecologia.org.br/aba2/images/pdf/cartilha_ziraldo.pdf
segunda-feira, 27 de julho de 2009
DORES
Várias são as dores no mundo e do mundo.
E, muita insensibilidade...
Blindagens diversas... literais e metafóricas!
As blindagens seriam para evitar a dor, mas, a própria blindagem já não é uma espécie de dor?
Aquela de que não queremos falar, aquela que pensamos poder evitar?
E, muita insensibilidade...
Blindagens diversas... literais e metafóricas!
As blindagens seriam para evitar a dor, mas, a própria blindagem já não é uma espécie de dor?
Aquela de que não queremos falar, aquela que pensamos poder evitar?
sexta-feira, 24 de julho de 2009
GRIPE SUINA - REFLEXÕES NECESSÁRIAS
PANDEMIA DO LUCRO
Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe SUÍNA?
No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que pode ser prevenida com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam!
No mundo, por ano, morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos por frasco. Os noticiários, disto nada falam!
Sarampo, pneumonia e enfermidades evitáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.Os noticiários, disto nada falam!
Mas, há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves, noticiários mundiais inundaram-se de noticias. Uma epidemia, a mais perigosa de todas. Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos: 25 mortos por ano.
A gripe comum, mata por ano, meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.
Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande.
A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a doença em sua população.
Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro. Antes com os frangos e agora com os porcos.
Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do mundo só falam disso. Já não se fala da crise econômica nem dos torturados em Guantánamo. Só a gripe porcina, a gripe dos porcos.
E eu me pergunto: se atrás dos frangos havia um “galo”, atrás dos porcos não haverá um “grande porco”?
A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque.
Os acionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidosoTamiflú.
A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não nego as necessárias medidas de precaução que estão sendo tomadas pelos países. Mas, se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação, se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza a fabricação de medicamentos genéricos para combatê-la?
Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos a todos os países, especialmente às populações mais carentes, essa, me parece, seria a melhor solução.
(Texto de Helio Inforsato)
Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe SUÍNA?
No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que pode ser prevenida com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam!
No mundo, por ano, morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos por frasco. Os noticiários, disto nada falam!
Sarampo, pneumonia e enfermidades evitáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.Os noticiários, disto nada falam!
Mas, há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves, noticiários mundiais inundaram-se de noticias. Uma epidemia, a mais perigosa de todas. Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos: 25 mortos por ano.
A gripe comum, mata por ano, meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.
Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande.
A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a doença em sua população.
Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro. Antes com os frangos e agora com os porcos.
Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do mundo só falam disso. Já não se fala da crise econômica nem dos torturados em Guantánamo. Só a gripe porcina, a gripe dos porcos.
E eu me pergunto: se atrás dos frangos havia um “galo”, atrás dos porcos não haverá um “grande porco”?
A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque.
Os acionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidosoTamiflú.
A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não nego as necessárias medidas de precaução que estão sendo tomadas pelos países. Mas, se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação, se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza a fabricação de medicamentos genéricos para combatê-la?
Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos a todos os países, especialmente às populações mais carentes, essa, me parece, seria a melhor solução.
(Texto de Helio Inforsato)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
RELACIONAR-SE - HOMENAGEM A ARCANE
"ARCANE" é o nome de uma intervenção artística da Cia Francesa "Les Philebulistes".
São dois atores-malabaristas em cena - dentro, fora, do lado - de uma traquitana imensa, que lembra uma roda gigante sem cadeiras.
Para mim, o efeito desta apresentação de 30 minutos, foi o de uma dança sobre relacionar-se.
Oras juntos, oras separados, oras equilibrando-se, oras soltando-se, oras balançando-se, oras cada um de um lado da roda. Girando sem parar.
A roda, para mim, aludiu ao tempo... à roda viva da vida que gira, gira, gira... sem parar!
Em muitos momentos medo, porque em determinados movimentos, onde as dificuldades eram maiores, a confiança mútua tinha que ser total...
Em outros, emoção..., e assim tudo começou a girar na minha cabeça e no meu coração! LEMBRANÇAS, MEDOS, TRISTEZAS, ALEGRIAS...
Valeu! Esta arte me fêz viajar em pensamentos, me fêz sentir medo, tristeza, alegria, emoção!
"ARCANE".
São dois atores-malabaristas em cena - dentro, fora, do lado - de uma traquitana imensa, que lembra uma roda gigante sem cadeiras.
Para mim, o efeito desta apresentação de 30 minutos, foi o de uma dança sobre relacionar-se.
Oras juntos, oras separados, oras equilibrando-se, oras soltando-se, oras balançando-se, oras cada um de um lado da roda. Girando sem parar.
A roda, para mim, aludiu ao tempo... à roda viva da vida que gira, gira, gira... sem parar!
Em muitos momentos medo, porque em determinados movimentos, onde as dificuldades eram maiores, a confiança mútua tinha que ser total...
Em outros, emoção..., e assim tudo começou a girar na minha cabeça e no meu coração! LEMBRANÇAS, MEDOS, TRISTEZAS, ALEGRIAS...
Valeu! Esta arte me fêz viajar em pensamentos, me fêz sentir medo, tristeza, alegria, emoção!
"ARCANE".
segunda-feira, 13 de julho de 2009
PRIMEIRO DENTINHO
Escrevo estas linhas em homenagem à minha irmã. Porque me pediu. Já disse que tenho sobrinhos. E, devem ter percebido que sou coruja mesmo! Fico corujando os pequenos, porque me deleito com a companhia deles. Uma sobrinha tem 6 meses. É uma linda, simpática e sorridente bebezinha de 6 meses. E hoje, 13 de julho de 2009, percebemos que a pequena já tem um dentinho!
Que emoção. Brindamos com ela, a parabenizamos, demos risada... e, ela nos olhando com aqueles olhões e sorrindo como sempre, parecia até que entendia....
Parafraseando um slogan de muito sucesso dos anos 80:
"...o primeiro dentinho, as corujas nunca esquecem..."
Que emoção. Brindamos com ela, a parabenizamos, demos risada... e, ela nos olhando com aqueles olhões e sorrindo como sempre, parecia até que entendia....
Parafraseando um slogan de muito sucesso dos anos 80:
"...o primeiro dentinho, as corujas nunca esquecem..."
domingo, 12 de julho de 2009
QUEBRA CABEÇAS
Tenho sobrinhos. Um deles, com 5 anos de idade, adora montar quebra-cabeças. E, muitas vezes, me pede para ajudá-lo, quando sente uma dificuldade maior. Porém, nas montagens destes jogos, ele me dá um banho de inteligência. Ele é ótimo! O que admiro profundamente em meu sobrinho, no exercício de montar estes jogos, é a sua determinação de seguir em frente, juntando as peças, mesmo com um grau de dificuldade, as vezes, acima de sua idade. Ele mesmo se propõe estes desafios. Pede os jogos pelo que vê nas imagens, independente de serem para faixas etárias maiores.
Oras, o que é a vida, pensando metaforicamente, senão um grande quebra-cabeças? As vezes com dificuldades menores, as vezes com dificuldades maiores, mas sempre exigindo um esforço de pensamento e de ação.
Admiro as pessoas que, independente do grau de dificuldade que enfrentam, seguem em frente.Oras caindo, oras levantando, oras sentindo todas as peças soltas, como se não tivessem conexão. Mas, com seu exercício de pensamento e de ação, conseguem conectá-las e continuar! E, as vezes, nem sempre por opção própria, deixam peças soltas mesmo, porque esta é a possibilidade que o momento oferece!
Viva a vida, viva meu sobrinho e viva os quebra-cabeças!
Oras, o que é a vida, pensando metaforicamente, senão um grande quebra-cabeças? As vezes com dificuldades menores, as vezes com dificuldades maiores, mas sempre exigindo um esforço de pensamento e de ação.
Admiro as pessoas que, independente do grau de dificuldade que enfrentam, seguem em frente.Oras caindo, oras levantando, oras sentindo todas as peças soltas, como se não tivessem conexão. Mas, com seu exercício de pensamento e de ação, conseguem conectá-las e continuar! E, as vezes, nem sempre por opção própria, deixam peças soltas mesmo, porque esta é a possibilidade que o momento oferece!
Viva a vida, viva meu sobrinho e viva os quebra-cabeças!
sábado, 4 de julho de 2009
AMIGOS
No dicionário Aurélio algumas definições para a palavra amigo são:
- acolhedor, que ampara, companheiro, carinhoso - entre outras.
Quão abençoados os amigos! Pessoas que acolhem, são carinhosas e amparam em situações delicadas. Nas conversas, quando colocamos alguma questão que nos aflige ou entristece, o amigo - que nos conhece bem - sempre fala algo que sózinhos não conseguimos pensar. E, faz com que possamos suspender pensamentos neuróticos e reelaborá-los a partir da luz que lança com suas sábias observações. Aqui faço uma homenagem à todas as pessoas que conseguem ser amigas e tem amigos. Obrigada por proporcionarem esta relação tão generosa e prazerosa.
- acolhedor, que ampara, companheiro, carinhoso - entre outras.
Quão abençoados os amigos! Pessoas que acolhem, são carinhosas e amparam em situações delicadas. Nas conversas, quando colocamos alguma questão que nos aflige ou entristece, o amigo - que nos conhece bem - sempre fala algo que sózinhos não conseguimos pensar. E, faz com que possamos suspender pensamentos neuróticos e reelaborá-los a partir da luz que lança com suas sábias observações. Aqui faço uma homenagem à todas as pessoas que conseguem ser amigas e tem amigos. Obrigada por proporcionarem esta relação tão generosa e prazerosa.
domingo, 28 de junho de 2009
PERDOAR
Perdoar, para a maioria de nós não é uma ação feita de forma tão natural e espontânea.
É mesmo, muito difícil, perdoar alguém que causou mágoa, sofrimento, perdas (reais ou imaginárias).
Mesmo que esta ação que causou dor não tenha sido feita de forma leviana, nem premeditada.
Errar e perdoar estão dentro das possibilidades da aventura humana. Talvez, até mais errar, do que perdoar, uma vez que muitos de nós arriscamos ações, acreditando que acertaremos o alvo. Porém, não é raro errarmos. E, nos erros, podemos machucar pessoas próximas.
Li, recentemente, uma definição de perdão que considero bem próxima do que acredito ser este ato:
"... perdoar não significa esquecer o que a pessoa cometeu contra nós, nem ter que conviver com esta pessoa, perdoar significa soltar a garganta desta pessoa..."
Mas, se, com o tempo, além de soltar a garganta da pessoa, conseguirmos orar por ela, e mais a frente, conviver com ela, é porque Deus, através de seu Santo Espírito, está agindo em nós amorosamente e sutilmente. Porém, Deus não exige a segunda parte. Aliás, nem a primeira.
É que Deus, em sua infinita sabedoria, nos conhece tão bem, que sabe que se não aprendermos a perdoar, seremos muito mais infelizes.
E, tem uma outra parte desta questão: aprender a perdoar a si mesmo.
Parece-me que, perdoar a si mesmo, soltar a própria garganta, conviver consigo mesmo após errar, de forma generosa e amorosa, é ainda mais difícil.
Psiquicamente, podemos pensar que, se viemos de uma família relativamente saudável, nosso superego é bem severo conosco, caso os limites tenham sido estabelecidos de forma muito rigida em nossa infância. Por isso, muitas vezes, é tão dificil perdoar a si mesmo.
Mas, assim como soltar a garganta do próximo me parece fundamental para nossa saúde emocional, soltar a própria garganta, é da mesma forma e medida, imprescindível.
Minha oração - é mesmo uma oração - é para que Deus ou o nome que você dê a esse Ser, nos conceda amor e generosidade para conosco e para com os outros, e que Seu Santo Espirito atue em nosso ser constantemente, ajudando-nos a ser mais "HUMANOS" - literalmente mais humanos - errando, acertando, sentindo raiva, elaborando e aprendendo a perdoar.
Estes passos não tem prazos ou necessidade para serem realizados, segundo minha compreensão do que é o amor de Deus, mas com certeza, se pudermos dá-los, ficaremos melhores conosco e com os outros.
- "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
É mesmo, muito difícil, perdoar alguém que causou mágoa, sofrimento, perdas (reais ou imaginárias).
Mesmo que esta ação que causou dor não tenha sido feita de forma leviana, nem premeditada.
Errar e perdoar estão dentro das possibilidades da aventura humana. Talvez, até mais errar, do que perdoar, uma vez que muitos de nós arriscamos ações, acreditando que acertaremos o alvo. Porém, não é raro errarmos. E, nos erros, podemos machucar pessoas próximas.
Li, recentemente, uma definição de perdão que considero bem próxima do que acredito ser este ato:
"... perdoar não significa esquecer o que a pessoa cometeu contra nós, nem ter que conviver com esta pessoa, perdoar significa soltar a garganta desta pessoa..."
Mas, se, com o tempo, além de soltar a garganta da pessoa, conseguirmos orar por ela, e mais a frente, conviver com ela, é porque Deus, através de seu Santo Espírito, está agindo em nós amorosamente e sutilmente. Porém, Deus não exige a segunda parte. Aliás, nem a primeira.
É que Deus, em sua infinita sabedoria, nos conhece tão bem, que sabe que se não aprendermos a perdoar, seremos muito mais infelizes.
E, tem uma outra parte desta questão: aprender a perdoar a si mesmo.
Parece-me que, perdoar a si mesmo, soltar a própria garganta, conviver consigo mesmo após errar, de forma generosa e amorosa, é ainda mais difícil.
Psiquicamente, podemos pensar que, se viemos de uma família relativamente saudável, nosso superego é bem severo conosco, caso os limites tenham sido estabelecidos de forma muito rigida em nossa infância. Por isso, muitas vezes, é tão dificil perdoar a si mesmo.
Mas, assim como soltar a garganta do próximo me parece fundamental para nossa saúde emocional, soltar a própria garganta, é da mesma forma e medida, imprescindível.
Minha oração - é mesmo uma oração - é para que Deus ou o nome que você dê a esse Ser, nos conceda amor e generosidade para conosco e para com os outros, e que Seu Santo Espirito atue em nosso ser constantemente, ajudando-nos a ser mais "HUMANOS" - literalmente mais humanos - errando, acertando, sentindo raiva, elaborando e aprendendo a perdoar.
Estes passos não tem prazos ou necessidade para serem realizados, segundo minha compreensão do que é o amor de Deus, mas com certeza, se pudermos dá-los, ficaremos melhores conosco e com os outros.
- "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
terça-feira, 23 de junho de 2009
SOPHIA
Sophia é a palavra grega para sabedoria. E desenvolver a sabedoria está diretamente relacionado com a reflexão, com a sensibilidade adquirida pela vivência diária, com a convivência entre diferentes. No dicionário, algumas palavras sinônimas de sabedoria são: prudência, moderação, sensatez, conhecimento justo das circunstâncias.
Vivemos tempos, principalmente nas grandes metrópoles, onde as pessoas se submetem a tantos afazeres, tempos em que a questão do ter é sempre posta em maior evidência, que as qualidades acima - sinônimas da palavra sabedoria - estão ficando raras. Qualidades que nós, os humanos, deveriamos honrar. Infelizmente somos negligentes em muitas ocasiões, onde as qualidades acima são essenciais. Nos apressamos em pré julgar, em fazer leituras preconceituosas e distorcidas, justificando que não temos tempo para ouvir, para conviver, para nos relacionar, porque estamos sempre muito ocupados. Somos seres perdidos em nossas próprias construções sociais. Falta-nos, quase sempre, a boa dose de sabedoria cotidiana.
Justificando tudo pela famosa expressão "falta de tempo" estamos fazendo de nosso tempo um tempo mórbido, desprovido de sentido, de reflexão, de alegria, da convivência.
Sei que esta reflexão expressa meus sentimentos de hoje!
Oxalá, próximas e próximas reflexões possam expressar sentidos e sentimentos menos tristes!
Vivemos tempos, principalmente nas grandes metrópoles, onde as pessoas se submetem a tantos afazeres, tempos em que a questão do ter é sempre posta em maior evidência, que as qualidades acima - sinônimas da palavra sabedoria - estão ficando raras. Qualidades que nós, os humanos, deveriamos honrar. Infelizmente somos negligentes em muitas ocasiões, onde as qualidades acima são essenciais. Nos apressamos em pré julgar, em fazer leituras preconceituosas e distorcidas, justificando que não temos tempo para ouvir, para conviver, para nos relacionar, porque estamos sempre muito ocupados. Somos seres perdidos em nossas próprias construções sociais. Falta-nos, quase sempre, a boa dose de sabedoria cotidiana.
Justificando tudo pela famosa expressão "falta de tempo" estamos fazendo de nosso tempo um tempo mórbido, desprovido de sentido, de reflexão, de alegria, da convivência.
Sei que esta reflexão expressa meus sentimentos de hoje!
Oxalá, próximas e próximas reflexões possam expressar sentidos e sentimentos menos tristes!
segunda-feira, 22 de junho de 2009
"A CABANA"
"...Perdoar não significa esquecer.
Perdoar significa SOLTAR a garganta da outra pessoa..."
"A CABANA " -
Este é o título de um livro de autoria de William P. Young - Editora Sextante. Fico sempre desconfiada de livros que vendem demais porque se tornaram best seller's. Porém, esta desconfiança, algumas vezes, é puro preconceito. No caso deste livro, a desconfiança inicial era isso: preconceito. Porém, ao ler o livro, fui surpreendida diversas vezes pela abordagem que o autor utilizou! Me identifico com tal abordagem, mas nunca tinha lido algo parecido, escrito com propriedade pelo autor. Não quero antecipar nada! Quero que leiam.
Para aqueles que preferem ler o primeiro capitulo antes, é só entrar no site da Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br
e colocar o nome do livro ou do autor, que eles disponibilizam a leitura do primeiro capitulo.
Recomendo!
Perdoar significa SOLTAR a garganta da outra pessoa..."
"A CABANA " -
Este é o título de um livro de autoria de William P. Young - Editora Sextante. Fico sempre desconfiada de livros que vendem demais porque se tornaram best seller's. Porém, esta desconfiança, algumas vezes, é puro preconceito. No caso deste livro, a desconfiança inicial era isso: preconceito. Porém, ao ler o livro, fui surpreendida diversas vezes pela abordagem que o autor utilizou! Me identifico com tal abordagem, mas nunca tinha lido algo parecido, escrito com propriedade pelo autor. Não quero antecipar nada! Quero que leiam.
Para aqueles que preferem ler o primeiro capitulo antes, é só entrar no site da Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br
e colocar o nome do livro ou do autor, que eles disponibilizam a leitura do primeiro capitulo.
Recomendo!
sábado, 13 de junho de 2009
Lógica da eficiência
Somos considerados seres inteligentes.
Porém, cada vez mais, o que prevalece é a lógica da eficiência, não da inteligência.
Explico: se nossa inteligência regesse a nossa vida, deixariamos de fazer muitas coisas imbecis.
E, a imbelicidade, aliada à mediocridade, tem prevalecido nesta era da sociedade ocidental, que é regida pela "lógica da eficiência".
O tempo todo, desde pequeninos, todos são instados a serem MUITO bons em tudo: na escola, nas competições esportivas, nas atividades culturais, e por ai vai...
As notas escolares precisam ser as mais altas, a vida particular, em comparação com à vida das pessoas que convivem próximas e com quem se tem algum contato, precisa ter a aparência de sempre ser melhor e mais perfeita!
Para que? Por que?
Para alimentar o nacisismo que nos é peculiar e porque na sociedade ocidental, onde os slogans mais valorizados são o de beleza, perfeição e melhor performance em tudo, reconhecer que somos mortais é um pecado! E grande...
Reconhecer que somos frágeis, muitas vezes carentes e que temos dificuldades em vários aspectos, nos faz sentir "menores"!
Oras, o que nos torna humanos não é a possibilidade de sentir e pensar?
Mas, nesta era que vivemos, sentir parece não ser um atributo muito aceito.
Que pena! E assim vivendo, todos estão sofrendo mais: adultos, crianças, velhos... pais, filhos, avós... porque não é o amor que conta, muito menos a solidariedade, mas sim, a "lógica da eficiência"! Aquilo onde posso "provar" para o outro que sou melhor que ele!
Que triste!
Bom que ainda existem muitos seres que não abdicam de sua inteligência, e a aliam a sentimentos muito bacanas... que ainda tornam esta vida interessante e digna!
Um brinde a todos estes! Um brinde à inteligência, aliada à sensibilidade!
Porém, cada vez mais, o que prevalece é a lógica da eficiência, não da inteligência.
Explico: se nossa inteligência regesse a nossa vida, deixariamos de fazer muitas coisas imbecis.
E, a imbelicidade, aliada à mediocridade, tem prevalecido nesta era da sociedade ocidental, que é regida pela "lógica da eficiência".
O tempo todo, desde pequeninos, todos são instados a serem MUITO bons em tudo: na escola, nas competições esportivas, nas atividades culturais, e por ai vai...
As notas escolares precisam ser as mais altas, a vida particular, em comparação com à vida das pessoas que convivem próximas e com quem se tem algum contato, precisa ter a aparência de sempre ser melhor e mais perfeita!
Para que? Por que?
Para alimentar o nacisismo que nos é peculiar e porque na sociedade ocidental, onde os slogans mais valorizados são o de beleza, perfeição e melhor performance em tudo, reconhecer que somos mortais é um pecado! E grande...
Reconhecer que somos frágeis, muitas vezes carentes e que temos dificuldades em vários aspectos, nos faz sentir "menores"!
Oras, o que nos torna humanos não é a possibilidade de sentir e pensar?
Mas, nesta era que vivemos, sentir parece não ser um atributo muito aceito.
Que pena! E assim vivendo, todos estão sofrendo mais: adultos, crianças, velhos... pais, filhos, avós... porque não é o amor que conta, muito menos a solidariedade, mas sim, a "lógica da eficiência"! Aquilo onde posso "provar" para o outro que sou melhor que ele!
Que triste!
Bom que ainda existem muitos seres que não abdicam de sua inteligência, e a aliam a sentimentos muito bacanas... que ainda tornam esta vida interessante e digna!
Um brinde a todos estes! Um brinde à inteligência, aliada à sensibilidade!
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Pensamentos... Lutos...
Tragédia.
Uma das definições para a palavra tragédia é: obra teatral, que termina, em regra, por acontecimentos fatais.
O que é nossa vida? Metaforicamente é uma peça de teatro em curso.
A maioria de nós deseja que esta peça teatral em curso possa ter uma duração longa (o máximo de anos possível - no Brasil a expectativa de vida atual é de 72 anos). E que, preferencialmente não seja uma tragédia, mas sim, uma peça repleta de capítulos felizes.
O grande problema é quando nos deparamos com a tragédia nua e crua. Sem nenhum prenúncio no capítulo anterior.
Parece-me que este é o caso do acidente com o avião da AIR FRANCE ocorrido no domingo, 31 de maio de 2009.
A tragédia nua e crua!
Nestes casos, somos espectadores absolutamente impotentes em nossa humanidade . Levamos tempo para perceber que o capítulo seguinte não vai acontecer.
E, para nós, em nossa pequena humanidade, elaborar este tipo de tragédia não se constitui tarefa nada fácil, nem rápida. Talvez, para alguns, não haja elaboração possível!
Fico com os meus pensamentos... pensando nas pessoas que tinham queridos no vôo...
Só posso, com um nó na garganta, pensar que sou solidária (será que existe esta solidariedade?) ao sofrimento causado por tamanha tragédia.
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Uma das definições para a palavra tragédia é: obra teatral, que termina, em regra, por acontecimentos fatais.
O que é nossa vida? Metaforicamente é uma peça de teatro em curso.
A maioria de nós deseja que esta peça teatral em curso possa ter uma duração longa (o máximo de anos possível - no Brasil a expectativa de vida atual é de 72 anos). E que, preferencialmente não seja uma tragédia, mas sim, uma peça repleta de capítulos felizes.
O grande problema é quando nos deparamos com a tragédia nua e crua. Sem nenhum prenúncio no capítulo anterior.
Parece-me que este é o caso do acidente com o avião da AIR FRANCE ocorrido no domingo, 31 de maio de 2009.
A tragédia nua e crua!
Nestes casos, somos espectadores absolutamente impotentes em nossa humanidade . Levamos tempo para perceber que o capítulo seguinte não vai acontecer.
E, para nós, em nossa pequena humanidade, elaborar este tipo de tragédia não se constitui tarefa nada fácil, nem rápida. Talvez, para alguns, não haja elaboração possível!
Fico com os meus pensamentos... pensando nas pessoas que tinham queridos no vôo...
Só posso, com um nó na garganta, pensar que sou solidária (será que existe esta solidariedade?) ao sofrimento causado por tamanha tragédia.
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terça-feira, 19 de maio de 2009
NOTÍCIAS E INTERESSES...
Sem qualquer pretensão ficcional, os grandes jornais do eixo Rio-São Paulo não deram, sequer nas dobras inferiores da capa, uma notícia que, pela relevância, deveria ser objeto de destaque, com direito à análise de colunistas e menção em editoriais: a concessão, pela Unesco, do Prêmio de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny 2008, ao presidente Lula. Novamente a constatação se impõe: quando a informação deixa de se submeter a outro imperativo que não seja o do aprofundamento democrático, a liberdade desejada se apresenta como sua própria contrafação.
O noticiário sobre o fato se resumiu a pequenas colunas nas páginas internas, praticamente reproduzindo o comunicado do organismo da ONU. A TV Globo ignorou totalmente o fato, evidenciando, mais uma vez, a clara partidarização que define os critérios de noticiabilidade da emissora, e seu caráter de prestadora de serviços a uma oposição que tem no denuncismo vazio sua única forma de ação.
Ora, se levarmos em conta que a narrativa midiática, desde 2003, segue o mesmo diapasão, apresentando o governo como algo pontuado por descompassos entre discursos e práticas, entre retórica e realidade, sem projetos nas áreas de educação, saúde e infra-estrutura, a premiação do presidente deve mesmo ser ocultada de todas as formas possíveis. Afinal, mais que uma distinção honorífica a um chefe de Estado, que é definido nas páginas como alguém que “se limita a requentar e rebatizar programas da administração anterior”, os motivos apresentados pelo júri expressam a deslegitimação de um jornalismo que já não convence mais ninguém quanto a sua alegada seriedade e isenção.
Quando o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, diz que Lula foi escolhido “por seu trabalho em prol da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos, assim como por sua inestimável contribuição para a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos das minorias", os nossos escribas sentem que sua produção diária, mais uma vez, foi estilhaçada.
Sempre que lhes tiram o chão, rasgando os pés de quem anda na contramão da história, os profissionais da imprensa de pequenos favores sabem que não lhes restam saídas: ou baixam o teor de predisposição ideológica com que tratam a figura do presidente ou continuam enquadrando a cobertura com o viés partidarizado, classista, que tem transformado redações nos maiores celeiro de ghost-writes da história republicana.
Produzir textos para terceiros - políticos conservadores, empresários e velhos oligarcas - pode ser rentável, mas traz contratempos. O Prêmio de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny revela o que acontece quando o baronato midiático joga suas fichas em um projeto que “vai muito além do papel de um jornal”.
A conhecida promiscuidade da grande imprensa com o antigo bloco de poder (PSDB / DEM) determina os enquadramentos noticiosos. Foi esse o critério editorial que decidiu que a iniciativa da Unesco deveria ser a "notícia que não estava lá".
A mais nova produção das famílias Marinho, Mesquita e Frias deveria ser rodada em moderníssima tecnologia de impressão, mesclando esquecimento, desinformação e uma aposta clara na cumplicidade do leitor.
E assim foi feito. Sem roteiro razoável, diálogos sutis ou reviravoltas surpreendentes, o jornalismo nativo deu mais um passo para se afirmar como “comédia de erros”, gênero no qual parece operar com mais desenvoltura. Há enormes chances de êxito. A corte costuma pagar bem a seus bobos mais notáveis.
Por Gilson Caroni Filho
Professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.
O noticiário sobre o fato se resumiu a pequenas colunas nas páginas internas, praticamente reproduzindo o comunicado do organismo da ONU. A TV Globo ignorou totalmente o fato, evidenciando, mais uma vez, a clara partidarização que define os critérios de noticiabilidade da emissora, e seu caráter de prestadora de serviços a uma oposição que tem no denuncismo vazio sua única forma de ação.
Ora, se levarmos em conta que a narrativa midiática, desde 2003, segue o mesmo diapasão, apresentando o governo como algo pontuado por descompassos entre discursos e práticas, entre retórica e realidade, sem projetos nas áreas de educação, saúde e infra-estrutura, a premiação do presidente deve mesmo ser ocultada de todas as formas possíveis. Afinal, mais que uma distinção honorífica a um chefe de Estado, que é definido nas páginas como alguém que “se limita a requentar e rebatizar programas da administração anterior”, os motivos apresentados pelo júri expressam a deslegitimação de um jornalismo que já não convence mais ninguém quanto a sua alegada seriedade e isenção.
Quando o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, diz que Lula foi escolhido “por seu trabalho em prol da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos, assim como por sua inestimável contribuição para a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos das minorias", os nossos escribas sentem que sua produção diária, mais uma vez, foi estilhaçada.
Sempre que lhes tiram o chão, rasgando os pés de quem anda na contramão da história, os profissionais da imprensa de pequenos favores sabem que não lhes restam saídas: ou baixam o teor de predisposição ideológica com que tratam a figura do presidente ou continuam enquadrando a cobertura com o viés partidarizado, classista, que tem transformado redações nos maiores celeiro de ghost-writes da história republicana.
Produzir textos para terceiros - políticos conservadores, empresários e velhos oligarcas - pode ser rentável, mas traz contratempos. O Prêmio de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny revela o que acontece quando o baronato midiático joga suas fichas em um projeto que “vai muito além do papel de um jornal”.
A conhecida promiscuidade da grande imprensa com o antigo bloco de poder (PSDB / DEM) determina os enquadramentos noticiosos. Foi esse o critério editorial que decidiu que a iniciativa da Unesco deveria ser a "notícia que não estava lá".
A mais nova produção das famílias Marinho, Mesquita e Frias deveria ser rodada em moderníssima tecnologia de impressão, mesclando esquecimento, desinformação e uma aposta clara na cumplicidade do leitor.
E assim foi feito. Sem roteiro razoável, diálogos sutis ou reviravoltas surpreendentes, o jornalismo nativo deu mais um passo para se afirmar como “comédia de erros”, gênero no qual parece operar com mais desenvoltura. Há enormes chances de êxito. A corte costuma pagar bem a seus bobos mais notáveis.
Por Gilson Caroni Filho
Professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.
domingo, 17 de maio de 2009
SUPER HERÓIS
Hoje, a pedido de um garoto muito querido, fui levá-lo para assistir X Men Origens: Wolverine.
A despeito de qualquer crítica a Hollyood, ver o Hugh Jackman na telona foi um deleite. Que homem lindo!
Após assistir ao filme, curtindo cada reação do garoto querido que levei, fiquei pensando nesta temática: SUPER HERÓIS.
Todos eles passam por agruras terríveis na vida, desde muito cedo, com infâncias nada inspiradoras. A diferença é que depois, por algum tipo de ação humana ou divina, adquirem seus super poderes.
E é incrível como o enredo das histórias envolvendo super heróis fascina tanta gente. Hoje, numa sessão próxima de 14 horas, o cinema estava lotado... fiquei surpresa!
O meu companheiro de telona ficava a todo momento me perguntando:
- mas, este é do bem?
- este é do mal?
- por que o que é do mal, ajudou o que é do bem?
Ele já percebeu, em sua cabecinha que nada é tão simples assim! Nem tudo o que parece é!
Puxa... que complexidade... bem e mal...
Este garoto, mesmo tendo uma inteligência bacana para sua idade, ainda não sabe o que é maniqueísmo... Nem sabe ainda quem é o presidente do Irã, que faz seus discursos com tons altamente maniqueístas... assim como os fazia Bush, o filho... (o pai também os fazia?)
Pois é... a vida não é assim...dividida entre bons e maus! Nós sabemos bem disso. De nossas idiossincrasias, nossos paradoxos, nossas contradições.
Mas, para quem ainda não tem repertório para elaborar certas questões, determinado conceitos ainda não tem sentido formado.
Então, por enquanto, tentar entender seus Super Heróis já é uma árdua tarefa!
A despeito de qualquer crítica a Hollyood, ver o Hugh Jackman na telona foi um deleite. Que homem lindo!
Após assistir ao filme, curtindo cada reação do garoto querido que levei, fiquei pensando nesta temática: SUPER HERÓIS.
Todos eles passam por agruras terríveis na vida, desde muito cedo, com infâncias nada inspiradoras. A diferença é que depois, por algum tipo de ação humana ou divina, adquirem seus super poderes.
E é incrível como o enredo das histórias envolvendo super heróis fascina tanta gente. Hoje, numa sessão próxima de 14 horas, o cinema estava lotado... fiquei surpresa!
O meu companheiro de telona ficava a todo momento me perguntando:
- mas, este é do bem?
- este é do mal?
- por que o que é do mal, ajudou o que é do bem?
Ele já percebeu, em sua cabecinha que nada é tão simples assim! Nem tudo o que parece é!
Puxa... que complexidade... bem e mal...
Este garoto, mesmo tendo uma inteligência bacana para sua idade, ainda não sabe o que é maniqueísmo... Nem sabe ainda quem é o presidente do Irã, que faz seus discursos com tons altamente maniqueístas... assim como os fazia Bush, o filho... (o pai também os fazia?)
Pois é... a vida não é assim...dividida entre bons e maus! Nós sabemos bem disso. De nossas idiossincrasias, nossos paradoxos, nossas contradições.
Mas, para quem ainda não tem repertório para elaborar certas questões, determinado conceitos ainda não tem sentido formado.
Então, por enquanto, tentar entender seus Super Heróis já é uma árdua tarefa!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Contaminações
Depois das revoluções todas, passamos agora, de tempos em tempos, por "ditas" revoluções nas áreas da biomedicina. A cada momento existe um medicamento novo, um gene novo e uma nova promessa que tudo poderá ser resolvido com remédios... Existem até cientistas (renomados) que já apregoam que chegaremos num ponto onde a morte - isso mesmo - a morte, será eliminada!
Porém, enquanto isso não acontece, a cada período de tempo nos deparamos com novas ameaças de contaminação. A mais nova é pelo vírus da nomeada "gripe suína".
E, a partir do pânico que começou no México, pudemos observar toda a mobilização de vários organismos de saúde e outros, para os cuidados necessários.
Tal pânico fêz com que num período de feriado prolongado no México, não se viram (onde sempre se viam) pessoas circulando pela cidade do México - capital, aproveitando o feriado.
Uma cena chamou em especial minha atenção: um parque imenso - parecido com o nosso Parque do Ibirapuera estava vazio! Apenas um casal sentado lendo!
São muitos os paradoxos de nosso tempo! Pessoas pesquisando e investindo muita grana para "eliminar" a morte de nossa existência, enquanto muitas outras morrem por contaminações diversas: por gripes, por falta de saneamento, por falta de recursos básicos...
Paradoxal demais.
Sem contar os medos correntes das pessoas que temem ser "contaminadas" devido aos preconceitos todos que carregam vida afora!
São medos demais de contaminações diversas.
E a vida? E a possibilidade de convivência?
Será que dessas o medo também será senhor de tempos em tempos?
Porém, enquanto isso não acontece, a cada período de tempo nos deparamos com novas ameaças de contaminação. A mais nova é pelo vírus da nomeada "gripe suína".
E, a partir do pânico que começou no México, pudemos observar toda a mobilização de vários organismos de saúde e outros, para os cuidados necessários.
Tal pânico fêz com que num período de feriado prolongado no México, não se viram (onde sempre se viam) pessoas circulando pela cidade do México - capital, aproveitando o feriado.
Uma cena chamou em especial minha atenção: um parque imenso - parecido com o nosso Parque do Ibirapuera estava vazio! Apenas um casal sentado lendo!
São muitos os paradoxos de nosso tempo! Pessoas pesquisando e investindo muita grana para "eliminar" a morte de nossa existência, enquanto muitas outras morrem por contaminações diversas: por gripes, por falta de saneamento, por falta de recursos básicos...
Paradoxal demais.
Sem contar os medos correntes das pessoas que temem ser "contaminadas" devido aos preconceitos todos que carregam vida afora!
São medos demais de contaminações diversas.
E a vida? E a possibilidade de convivência?
Será que dessas o medo também será senhor de tempos em tempos?
terça-feira, 21 de abril de 2009
PIRATARIA
Quem imaginaria que em 2009, os governos do mundo declarariam uma nova Guerra aos Piratas? No instante em que você lê esse artigo, a Marinha Real Inglesa – e navios de mais 12 nações, dos EUA à China – navega rumo aos mares da Somália, para capturar homens que ainda vemos como vilãos de pantomima, com papagaio no ombro. Mais algumas horas e estarão bombardeando navios e, em seguida, perseguirão os piratas em terra, na terra de um dos países mais miseráveis do planeta. Por trás dessa estranha história de fantasia, há um escândalo muito real e jamais contado. Os miseráveis que os governos 'ocidentais' estão rotulando como "uma das maiores ameaças de nosso tempo" têm uma história extraordinária a contar – e, se não têm toda a razão, têm pelo menos muita razão. Os piratas jamais foram exatamente o que pensamos que fossem. Na "era de ouro dos piratas" – de 1650 a 1730 – o governo britânico criou, como recurso de propaganda, a imagem do pirata selvagem, sem propósito, o Barba Azul que ainda sobrevive. Muita gente sempre soube disso e muitos sempre suspeitaram da farsa: afinal, os piratas foram muitas vezes salvos das galés, nos braços de multidões que os defendiam e apoiavam. Por quê? O que os pobres sabiam, que nunca soubemos? O que viam, que nós não vemos? Em seu livro Villains Of All Nations, o historiador Marcus Rediker começa a revelar segredos muito interessantes. Se você fosse mercador ou marinheiro empregado nos navios mercantes naqueles dias – se vivesse nas docas do East End de Londres, se fosse jovem e vivesse faminto –, você fatalmente acabaria embarcado num inferno flutuante, de grandes velas. Teria de trabalhar sem descanso, sempre faminto e sem dormir. E, se se rebelasse, lá estavam o todo-poderoso comandante e seu chicote [ing. the Cat O' Nine Tails, lit. "o Gato de nove rabos"]. Se você insistisse, era a prancha e os tubarões. E ao final de meses ou anos dessa vida, seu salário quase sempre lhe era roubado. Os piratas foram os primeiros que se rebelaram contra esse mundo. Amotinavam-se nos navios e acabaram por criar um modo diferente de trabalhar nos mares do mundo. Com os motins, conseguiam apropriar-se dos navios; depois, os piratas elegiam seus capitães e comandantes, e todas as decisões eram tomadas coletivamente; e aboliram a tortura. Os butins eram partilhados entre todos, solução que, nas palavras de Rediker, foi "um dos planos mais igualitários para distribuição de recursos que havia em todo o mundo, no século 18 ". Acolhiam a bordo, como iguais, muitos escravos africanos foragidos. Os piratas mostraram "muito claramente – e muito subversivamente – que os navios não precisavam ser comandados com opressão e brutalidade, como fazia a Marinha Real Inglesa." Por isso eram vistos como heróis românticos, embora sempre fossem ladrões improdutivos.As palavras de um pirata cuja voz perde-se no tempo, um jovem inglês chamado William Scott, volta a ecoar hoje, nessa pirataria new age que está em todas as televisões e jornais do planeta. Pouco antes de ser enforcado em Charleston, Carolina do Sul, Scott disse: "O que fiz, fiz para não morrer. Não encontrei outra saída, além da pirataria, para sobreviver". O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do planeta.Exatamente isso: lixo atômico. Nem bem o governo desfez-se (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contêineres e barris enormes. A população litorânea começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebês malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes. Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém está jogando lixo atômica no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos." Parte do que se pode rastrear leva diretamente a hospitais e indústrias européias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de "descarregá-los" e cobra barato. Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse 'negócio', ele suspirou: "Nada. Não há nem descontaminação, nem compensação, nem prevenção."Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma de suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus estoques naturais de pescado pela superexploração – e, agora, está superexplorando os mares da Somália. A cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome. Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilômetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália."Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalianos. São pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos, como meio de extrair deles alguma espécie de compensação. Os somalianos chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação.
[Matéria importante sobre isso, em : http://wardheernews.com/Articles_09/April/13_armada_not_solution_muuse.html : "The Armada is not a solution".] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional". Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gângsteres misturados nessa luta – por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente. Por que os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo... imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra. A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas... quem é o ladrão?
Recebido de Caia Fittipaldi via Enxame Nômade
[Matéria importante sobre isso, em : http://wardheernews.com/Articles_09/April/13_armada_not_solution_muuse.html : "The Armada is not a solution".] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional". Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gângsteres misturados nessa luta – por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente. Por que os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo... imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra. A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas... quem é o ladrão?
Recebido de Caia Fittipaldi via Enxame Nômade
segunda-feira, 20 de abril de 2009
SIMPLESMENTE FELIZ!
Simplesmente Feliz
Happy-Go-Lucky
Filme
Direção: Mike Leigh
Reino Unido 2008
Se tiver oportunidade, assista o filme "Simplesmente Feliz"!
Me abstenho de comentar.
Vá, assista e faça as suas leituras.
Sejam quais forem e em que direção seguirem, penso que valerão o ingresso. Principalmente nos dias que correm!
Happy-Go-Lucky
Filme
Direção: Mike Leigh
Reino Unido 2008
Se tiver oportunidade, assista o filme "Simplesmente Feliz"!
Me abstenho de comentar.
Vá, assista e faça as suas leituras.
Sejam quais forem e em que direção seguirem, penso que valerão o ingresso. Principalmente nos dias que correm!
sábado, 18 de abril de 2009
MENTIR...
Mentir...
Todos mentem, sem excessão.
Mesmo que sejam pequeníssimas mentiras, cotidianas, inofensivas.
..................................................................
Alguns dizem:
- "...eu não minto, eu omito para não causar problemas desnecessários..."
Será que isso não é uma forma de mentira?
Seja como for, as mentiras nos acompanham.
Penso que algumas mentiras sejam até necessárias, desde que não prejudiquem e causem danos, mas sejam proferidas em nome de um bem maior, dentro da situação específica em que é contada.
............................................................................
Mas, tem um tipo de mentira que para mim é intolerável.
É aquele tipo de mentira proferida por pessoas que, na verdade, ao pensar que estão mentindo para os "outros" - para você ou para mim - vivem mentindo para si mesmas. Querem mesmo é viver uma vida de mentiras. São pessoas perversas, que na piração de suas pobres cabeças, pensam estar enganando aos "outros", quando estão, de fato, alimentando a patologia de sua perversão. De sua falta de condições para amadurecer e encarar o mundo de forma mais coerente. Talvez precisem mesmo é de um bom tratamento psíquico! Mas, pode ser que não consigam dar este passo. Então, continuar a mentir é um imperativo em suas vidas.
.......................................................................
Oxalá pudéssemos todos experimentar não mentir para nós mesmos!
Já seria uma boa tentativa!
Todos mentem, sem excessão.
Mesmo que sejam pequeníssimas mentiras, cotidianas, inofensivas.
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Alguns dizem:
- "...eu não minto, eu omito para não causar problemas desnecessários..."
Será que isso não é uma forma de mentira?
Seja como for, as mentiras nos acompanham.
Penso que algumas mentiras sejam até necessárias, desde que não prejudiquem e causem danos, mas sejam proferidas em nome de um bem maior, dentro da situação específica em que é contada.
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Mas, tem um tipo de mentira que para mim é intolerável.
É aquele tipo de mentira proferida por pessoas que, na verdade, ao pensar que estão mentindo para os "outros" - para você ou para mim - vivem mentindo para si mesmas. Querem mesmo é viver uma vida de mentiras. São pessoas perversas, que na piração de suas pobres cabeças, pensam estar enganando aos "outros", quando estão, de fato, alimentando a patologia de sua perversão. De sua falta de condições para amadurecer e encarar o mundo de forma mais coerente. Talvez precisem mesmo é de um bom tratamento psíquico! Mas, pode ser que não consigam dar este passo. Então, continuar a mentir é um imperativo em suas vidas.
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Oxalá pudéssemos todos experimentar não mentir para nós mesmos!
Já seria uma boa tentativa!
sexta-feira, 10 de abril de 2009
PÁSCOA
Gosto de simbologias que dizem muito, através de ícones simples.
A Páscoa é assim. Muita simbologia, tendo como ícones a cruz para os cristãos e vários outros para os judeus, simbolizando a libertação da escravidão no Egito e a travessia do Mar Vermelho.
A parte crenças individuais, a possibilidade de elaborarmos nossas questões, por mais difíceis que sejam em alguns momentos, e "morrer e renascer" metaforicamente em diversos pontos da jornada, pode nos tornar seres mais dignos para a vida! Mais maduros!
Desejo a todos, de todas as crenças uma Boa Páscoa!
Que as mortes e renascimentos (literais e metafóricos) nos ajudem a exercer nossa humanidade de forma plena.
A Páscoa é assim. Muita simbologia, tendo como ícones a cruz para os cristãos e vários outros para os judeus, simbolizando a libertação da escravidão no Egito e a travessia do Mar Vermelho.
A parte crenças individuais, a possibilidade de elaborarmos nossas questões, por mais difíceis que sejam em alguns momentos, e "morrer e renascer" metaforicamente em diversos pontos da jornada, pode nos tornar seres mais dignos para a vida! Mais maduros!
Desejo a todos, de todas as crenças uma Boa Páscoa!
Que as mortes e renascimentos (literais e metafóricos) nos ajudem a exercer nossa humanidade de forma plena.
segunda-feira, 30 de março de 2009
"GRAN TORINO"
O nome acima é do filme dirigido e estrelado por Clint Eastwood, em cartaz nos cinemas.
Amo cinema. E tenho curtido muito os filmes dirigidos e as vezes estrelados por Clint Eastwood. Exemplos: "Menina de Ouro", "Sobre Meninos e Lobos", "As Pontes de Madison" (este último de 1995). Tanto em "Menina de Ouro" como em "Gran Torino", Eastwood explora o que podemos classificar da relação mestre/discípulo. É uma relação onde aspectos entre o "velho" e o "novo" vão sendo costurados, e cada personagem envolvido na trama vai seguindo um rumo de amadurecimento, onde o mundo vai sendo apresentado em suas diversas e complexas nuances e redes relacionais.
Na trama de "Gran Torino" estão praticamente todas as questões complexas que a sociedade contemporânea apresenta: globalização ou guerras forçando fluxos migratórios, conflitos advindos destas tramas, nos aspectos econômicos e geográficos dos países, intolerância racial, preconceitos, problemas familiares, dificuldades no exercício da sensibilidade no trato dos velhos por parte dos filhos, e por aí vai...
O mérito deste septuagenário ator e diretor - Clint Eastwood - está em dosar cada ingrediente com uma delicadeza e um talento pouco vistos em filmes desta categoria.
Todas as questões colocadas vão recebendo um trato especial do ator e diretor em foco. Nada é banalizado. Clint Eastwood não deixa que clichês atrapalhem o rumo da película. Dos aspectos mais comezinhos do cotidiano com a vizinhança, à sua relação com o padre local e a um sério conflito devido a uma violenta gangue, Clint Eastwood não derrapa. Tem foco claro, sabe o que quer trasmitir e o que fazer para alcançar tal resultado. Não existe titubeio. Todos os atores crescem com a sua direção. É fantástico!
Saio revigorada quando vejo um filme assim. Sem lições moralistas, nem receitas. Que faz com que várias reflexões sejam gestadas devagar. Este é o resultado de um ser que amadurece e generosamente oferta os frutos deste amadurecimento ao seu público!
Que venham mais filmes do Sr. Clint!
Amo cinema. E tenho curtido muito os filmes dirigidos e as vezes estrelados por Clint Eastwood. Exemplos: "Menina de Ouro", "Sobre Meninos e Lobos", "As Pontes de Madison" (este último de 1995). Tanto em "Menina de Ouro" como em "Gran Torino", Eastwood explora o que podemos classificar da relação mestre/discípulo. É uma relação onde aspectos entre o "velho" e o "novo" vão sendo costurados, e cada personagem envolvido na trama vai seguindo um rumo de amadurecimento, onde o mundo vai sendo apresentado em suas diversas e complexas nuances e redes relacionais.
Na trama de "Gran Torino" estão praticamente todas as questões complexas que a sociedade contemporânea apresenta: globalização ou guerras forçando fluxos migratórios, conflitos advindos destas tramas, nos aspectos econômicos e geográficos dos países, intolerância racial, preconceitos, problemas familiares, dificuldades no exercício da sensibilidade no trato dos velhos por parte dos filhos, e por aí vai...
O mérito deste septuagenário ator e diretor - Clint Eastwood - está em dosar cada ingrediente com uma delicadeza e um talento pouco vistos em filmes desta categoria.
Todas as questões colocadas vão recebendo um trato especial do ator e diretor em foco. Nada é banalizado. Clint Eastwood não deixa que clichês atrapalhem o rumo da película. Dos aspectos mais comezinhos do cotidiano com a vizinhança, à sua relação com o padre local e a um sério conflito devido a uma violenta gangue, Clint Eastwood não derrapa. Tem foco claro, sabe o que quer trasmitir e o que fazer para alcançar tal resultado. Não existe titubeio. Todos os atores crescem com a sua direção. É fantástico!
Saio revigorada quando vejo um filme assim. Sem lições moralistas, nem receitas. Que faz com que várias reflexões sejam gestadas devagar. Este é o resultado de um ser que amadurece e generosamente oferta os frutos deste amadurecimento ao seu público!
Que venham mais filmes do Sr. Clint!
domingo, 29 de março de 2009
SOLIDARIEDADES
Solidariedades...
Dia após dia, devido principalmente ao envelhecimento de pessoas queridas, tenho notícias das situações de doenças graves destas! É o ciclo da vida, eu sei! Mas sempre me entristeço, porque estas situações trazem tristeza, e muitas vezes conflitos diversos, decorridos de situações que ficaram sem resoluções satisfatórias.
Penso que, o que posso oferecer são solidariedades: carinho, ouvidos, afagos e suporte para os choros e as falas que advém destes momentos.
A vocês todos, amigas e amigos queridos, minhas solidariedades estão sempre disponíveis.
E a você, querido amigo de Natal/RN, que passa por uma situação extremamente delicada, presto toda a minha solidariedade.
Um abraço bem apertado!
Ana
Dia após dia, devido principalmente ao envelhecimento de pessoas queridas, tenho notícias das situações de doenças graves destas! É o ciclo da vida, eu sei! Mas sempre me entristeço, porque estas situações trazem tristeza, e muitas vezes conflitos diversos, decorridos de situações que ficaram sem resoluções satisfatórias.
Penso que, o que posso oferecer são solidariedades: carinho, ouvidos, afagos e suporte para os choros e as falas que advém destes momentos.
A vocês todos, amigas e amigos queridos, minhas solidariedades estão sempre disponíveis.
E a você, querido amigo de Natal/RN, que passa por uma situação extremamente delicada, presto toda a minha solidariedade.
Um abraço bem apertado!
Ana
quinta-feira, 26 de março de 2009
REFLEXÕES...
Outro dia, conversando com uma pessoa ela me disse mais ou menos isso:
- "...a tristeza não me assusta..."
Foi interessante ouvi-la dizer isso, dentro do contexto que estávamos e da conversa que tivemos.
Explico: vivemos numa sociedade onde somos bombardeados por todos os lados com a idéia de que a "felicidade" deve ser buscada a todo o custo.
E, como gosto de fazer perguntas sobre as palavras, fico pensando: o que é felicidade?
Como qualquer significante, a palavra felicidade tem valores diferentes para cada um.
Fato é que, ficar feliz, infeliz, alegre, triste, irado, calmo, com raiva, manso e etc..., são estados de espírito que vão e vem em um ser que se encontra num estado emocional razoavelmente bom.
Porém, este bombardeio da mídia com relação a um tipo de felicidade que se prega, faz com que muitas pessoas (muitas mesmo) vivam dopadas, constantemente medicadas, porque qualquer tipo de tristeza pode ser encarada como depressão, e nesta sociedade idealizada por diversas mídias, ninguém pode ficar triste. É o mito da eterna felicidade, do eterno êxito, sucesso, e várias outras palavras que você mesmo pode listar.
Que bom seria se as pessoas, antes de recorrer aos remédios anti depressivos (e anti-vida), pudessem parar e pensar. Pensar acerca da sociedade em que estão inseridas, dos valores em voga, das relações vividas e do valor de, dentro do limite de cada um, conhecer a si mesma como pessoa, em sua singularidade e modos de se expressar...
Ficar triste não é pecado! Acredite. Tente entender o motivo desta tristeza, e ressignificá-la, porque com certeza, encontrará vários outros significantes que podem tornar sua vida mais autêntica! Sem os famosos medicamentos "anti-depressivos". Busque ajuda se precisar, claro. Mas, nunca duvide de sua capacidade de ressignificar e dar novos sentidos aos seus sentimentos. Se surpreenderá consigo!
E coragem: que a tristeza possa não te assustar!
- "...a tristeza não me assusta..."
Foi interessante ouvi-la dizer isso, dentro do contexto que estávamos e da conversa que tivemos.
Explico: vivemos numa sociedade onde somos bombardeados por todos os lados com a idéia de que a "felicidade" deve ser buscada a todo o custo.
E, como gosto de fazer perguntas sobre as palavras, fico pensando: o que é felicidade?
Como qualquer significante, a palavra felicidade tem valores diferentes para cada um.
Fato é que, ficar feliz, infeliz, alegre, triste, irado, calmo, com raiva, manso e etc..., são estados de espírito que vão e vem em um ser que se encontra num estado emocional razoavelmente bom.
Porém, este bombardeio da mídia com relação a um tipo de felicidade que se prega, faz com que muitas pessoas (muitas mesmo) vivam dopadas, constantemente medicadas, porque qualquer tipo de tristeza pode ser encarada como depressão, e nesta sociedade idealizada por diversas mídias, ninguém pode ficar triste. É o mito da eterna felicidade, do eterno êxito, sucesso, e várias outras palavras que você mesmo pode listar.
Que bom seria se as pessoas, antes de recorrer aos remédios anti depressivos (e anti-vida), pudessem parar e pensar. Pensar acerca da sociedade em que estão inseridas, dos valores em voga, das relações vividas e do valor de, dentro do limite de cada um, conhecer a si mesma como pessoa, em sua singularidade e modos de se expressar...
Ficar triste não é pecado! Acredite. Tente entender o motivo desta tristeza, e ressignificá-la, porque com certeza, encontrará vários outros significantes que podem tornar sua vida mais autêntica! Sem os famosos medicamentos "anti-depressivos". Busque ajuda se precisar, claro. Mas, nunca duvide de sua capacidade de ressignificar e dar novos sentidos aos seus sentimentos. Se surpreenderá consigo!
E coragem: que a tristeza possa não te assustar!
quarta-feira, 18 de março de 2009
EXERCÍCIO DE PENSAMENTO
Hoje, ao conversar com um amigo ator, este me contava de suas carências educacionais infantis, devido às dificuldades sócio econômicas, vividas à época da infância.
Como ele sempre foi apaixonado por circo, "supriu" parte destas carências, estudando técnicas circenses com um grande profissional que, ao perceber que ele ia todos os dias observar os artistas e os imitava, convidou-o a aceitar uma bolsa de estudos para as técnicas circenses.
Esta paixão pelo circo formou parte do que ele é hoje. Mas, ele reconhece que as carências educacionais da infância, ainda dificultam sua capacidade de compreensão de textos mais complexos. Por isso, após ingressar no teatro e obter certo sucesso como ator, procura agora por alguém que lhe oriente com relação à interpretação destes textos.
Ao pensar sobre nossa conversa, expandi a questão e pude relembrar que sem uma educação de ótima qualidade, várias pessoas estão relegadas à sub categorias sociais.
Por esta faceta da educação (sem citar outras), podemos nos deparar com a grande chaga que o sistema capitalista de produção abriu, e que não conseguirá, e nem tem pretensão de curar: o da divisão social de classes.
Sustentando um discurso neo liberal que prega que cada um é reponsável (sózinho) por sua vida!Como se todos nascessem com todas as condições sócio econômicas iguais e favoráveis.
Este sistema sustenta o famoso slogan "self made man"! Grande falácia!
Pobres humanos que somos, criando sistemas que reforçam modos de vida absolutamente individualistas.
Ainda bem que existem e continuarão a existir pessoas como o profissional do circo, que com seu olhar sensível e generoso, abriu as portas para outras possibilidades na vida deste amigo!
Como ele sempre foi apaixonado por circo, "supriu" parte destas carências, estudando técnicas circenses com um grande profissional que, ao perceber que ele ia todos os dias observar os artistas e os imitava, convidou-o a aceitar uma bolsa de estudos para as técnicas circenses.
Esta paixão pelo circo formou parte do que ele é hoje. Mas, ele reconhece que as carências educacionais da infância, ainda dificultam sua capacidade de compreensão de textos mais complexos. Por isso, após ingressar no teatro e obter certo sucesso como ator, procura agora por alguém que lhe oriente com relação à interpretação destes textos.
Ao pensar sobre nossa conversa, expandi a questão e pude relembrar que sem uma educação de ótima qualidade, várias pessoas estão relegadas à sub categorias sociais.
Por esta faceta da educação (sem citar outras), podemos nos deparar com a grande chaga que o sistema capitalista de produção abriu, e que não conseguirá, e nem tem pretensão de curar: o da divisão social de classes.
Sustentando um discurso neo liberal que prega que cada um é reponsável (sózinho) por sua vida!Como se todos nascessem com todas as condições sócio econômicas iguais e favoráveis.
Este sistema sustenta o famoso slogan "self made man"! Grande falácia!
Pobres humanos que somos, criando sistemas que reforçam modos de vida absolutamente individualistas.
Ainda bem que existem e continuarão a existir pessoas como o profissional do circo, que com seu olhar sensível e generoso, abriu as portas para outras possibilidades na vida deste amigo!
sexta-feira, 13 de março de 2009
QUEM TORNA A VIDA MELHOR!
Adoro conviver com pessoas que tornam esta vida melhor!
Aquelas com quem sempre vale a pena conversar, rir, chorar, beber, comer e fazer coisas juntos pelo simples prazer de desfrutar da companhia.
Como vários de nós passamos muitas horas num escritório, é um privilégio ter estas pessoas como companheiros de trabalho.
Neste texto, a minha reverência é para o colega de trabalho, que se tornou um grande amigo: o Octávio. Convivemos como colegas de trabalho há uns 5 anos, e agora, ele vai para um outro núcleo, em outra região da cidade.
Estou feliz pela oportunidade dele realizar um outro trabalho, e já falamos muito sobre isso.
Ao mesmo tempo, sou egoísta. Porque o Octávio é dessas pessoas que deixam a vida muito melhor! Alegre, inteligente, espirituoso, divertido, solidário...
Puxa, são tantas as qualidades deste amigo, que não conseguirei elencá-las todas!
Estava aqui, enviando um e-mail para outros colegas, avisando do bota-fora dele, e me bateu uma tristeza... Não desfrutarei mais da convivência cotidiana com o Octávio! Que pena! Passamos por muitas situações juntos e por mais chatas que fossem, sempre acabávamos nos divertindo! O que nós dois aprendemos a fazer de melhor juntos, foi tirar sarro um do outro e dar muitas risadas... Ohhh Octávio! Você é ótimo!
Vá para seu novo universo de trabalho tendo em mente que esta sua amiga aqui o terá sempre na lembrança, mesmo que no curso desta vida, fiquemos mais afastados.
Um beijo querido amigo!
Aquelas com quem sempre vale a pena conversar, rir, chorar, beber, comer e fazer coisas juntos pelo simples prazer de desfrutar da companhia.
Como vários de nós passamos muitas horas num escritório, é um privilégio ter estas pessoas como companheiros de trabalho.
Neste texto, a minha reverência é para o colega de trabalho, que se tornou um grande amigo: o Octávio. Convivemos como colegas de trabalho há uns 5 anos, e agora, ele vai para um outro núcleo, em outra região da cidade.
Estou feliz pela oportunidade dele realizar um outro trabalho, e já falamos muito sobre isso.
Ao mesmo tempo, sou egoísta. Porque o Octávio é dessas pessoas que deixam a vida muito melhor! Alegre, inteligente, espirituoso, divertido, solidário...
Puxa, são tantas as qualidades deste amigo, que não conseguirei elencá-las todas!
Estava aqui, enviando um e-mail para outros colegas, avisando do bota-fora dele, e me bateu uma tristeza... Não desfrutarei mais da convivência cotidiana com o Octávio! Que pena! Passamos por muitas situações juntos e por mais chatas que fossem, sempre acabávamos nos divertindo! O que nós dois aprendemos a fazer de melhor juntos, foi tirar sarro um do outro e dar muitas risadas... Ohhh Octávio! Você é ótimo!
Vá para seu novo universo de trabalho tendo em mente que esta sua amiga aqui o terá sempre na lembrança, mesmo que no curso desta vida, fiquemos mais afastados.
Um beijo querido amigo!
domingo, 8 de março de 2009
CORPOS
Em tempos da estética "sintética", fiquei pensando na obsessão que muitas mulheres nutrem em ter corpos perfeitos...
E, pensando na palavra, o que significa perfeição?
Claro que podemos elencar vários quesitos e várias medidas consideradas perfeitas para corpos de mulher!
Mas, para cada pessoa, de acordo com sua formação objetiva e subjetiva, esta palavra - perfeição - terá significados diferentes.
......................................................................
Boa observadora que sou, e curtindo esta minha faceta, me divirto muito com os homens que não conseguem deixar uma mulher passar sem tecer algum comentário, ou olhar demoradamente para o corpo que segue seu rumo! Para eles, acompanhar este movimento parece ser um doce deleite!
Convivo com vários homens em meu trabalho. Homens ótimos, inteligentes, divertidos, companheiros de trabalho solidários e sensíveis. E, tenho o privilégio de ouvi-los em suas falas (as permitidas, claro) sobre as mulheres.
Outras facetas masculinas me atraem e divertem!
Subjetividades...
...........................................................................
Porém, ampliando o conceito de corpo, penso que nos corpos todos, existem tecituras de outros corpos - corpos sensíveis, corpos inteligentes, corpos em movimento por objetivos...
Mulheres com um "corpo" de conhecimento que me fazem sentir inveja!
Cito duas, entre muitas:
- Hannah Arendt
- Simone de Beauvoir
..........................................................................
São vários os significados da palavra corpo, e várias as possibilidades de interpretar e dar sentido à ela! Gosto de pensar nisso! Gosto mais ainda de pensar nesta palavra como sendo um substantivo que pode carregar muitos adjetivos que valorizam mais a mulher: sua feminilidade, sua inteligência, força e coragem!
.................................................................
É um privilégio ser MULHER!
E, pensando na palavra, o que significa perfeição?
Claro que podemos elencar vários quesitos e várias medidas consideradas perfeitas para corpos de mulher!
Mas, para cada pessoa, de acordo com sua formação objetiva e subjetiva, esta palavra - perfeição - terá significados diferentes.
......................................................................
Boa observadora que sou, e curtindo esta minha faceta, me divirto muito com os homens que não conseguem deixar uma mulher passar sem tecer algum comentário, ou olhar demoradamente para o corpo que segue seu rumo! Para eles, acompanhar este movimento parece ser um doce deleite!
Convivo com vários homens em meu trabalho. Homens ótimos, inteligentes, divertidos, companheiros de trabalho solidários e sensíveis. E, tenho o privilégio de ouvi-los em suas falas (as permitidas, claro) sobre as mulheres.
Outras facetas masculinas me atraem e divertem!
Subjetividades...
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Porém, ampliando o conceito de corpo, penso que nos corpos todos, existem tecituras de outros corpos - corpos sensíveis, corpos inteligentes, corpos em movimento por objetivos...
Mulheres com um "corpo" de conhecimento que me fazem sentir inveja!
Cito duas, entre muitas:
- Hannah Arendt
- Simone de Beauvoir
..........................................................................
São vários os significados da palavra corpo, e várias as possibilidades de interpretar e dar sentido à ela! Gosto de pensar nisso! Gosto mais ainda de pensar nesta palavra como sendo um substantivo que pode carregar muitos adjetivos que valorizam mais a mulher: sua feminilidade, sua inteligência, força e coragem!
.................................................................
É um privilégio ser MULHER!
quarta-feira, 4 de março de 2009
E X - C O M U N H Ã O ?
Em Pernambuco, nesta semana, uma garota de 9 anos foi internada numa maternidade da capital, Recife, para procedimento de aborto.
Grávida de gêmeos, esta gravidez foi fruto do estupro do padrasto.
A garota tem 9 anos... Do ponto de vista legal, o aborto pode ser realizado por estar enquadrado em dois aspectos:
- estupro;
- a garota estava correndo risco de vida.
Parece que, aos olhos de pessoas minimamente sensatas, esta decisão, ancorada ainda, na permissão oficial da mãe da menina, foi a mais acertada.
Porém, o Arcebispo de Olinda, José Cardoso Sobrinho veio a público, através de importantes mídias, declarar que toda a equipe médica e a mãe da menina estão excomungados da Igreja Católica Apostólica Romana, porque o aborto não é permitido por Deus. Que "a Lei de Deus está acima da Lei Humana"...
Pergunto: quem escreveu a Lei de Deus?
O amor pela menina, submetida à violência doméstica, o amparo da lei e a sensatez da equipe, nortearam a decisão pelo aborto! Ainda bem!
Numa determinada passagem bíblica, no livro de João está assim escrito:
- "...DEUS É AMOR..."
De que amor falamos?
Com certeza, este amor, independente da fé que professam ou deixam de professar as pessoas envolvidas no procedimento médico, está incutido no coração destas pela posição que adotaram.
Afirmo, também, que quem precisa da misericórdia divina é este Arcebispo, José Cardoso Sobrinho, absolutamente equivocado, e ainda guiado por uma visão institucional da referida Igreja, que mais parece da Idade Média, com seus inquisidores.
Não é de se estranhar! Uma igreja que tem como Papa o intitulado Bento XVI, que foi em tempos passados um dos grandes inquisidores modernos desta Instituição, ainda carrega vários destes Padres, Bispos e Arcebispos que ao invés do Amor de Deus, carregam em suas almas o obscurantismo medieval que insite em acompanhar esta Instituição Eclesiástica numa de suas facetas mais sombrias! A ação guiada por uma dita "Lei de Deus".
LUZ E SOMBRA!
Que Deus tenha sempre, pena de nós seres humanos, cegos em situações tão claras!
E que a frase de Jesus Cristo na Cruz seja eternamente repetida:
- "...Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem..."
Perdoa-me Senhor pela raiva que sinto por este Arcebispo ignorante nesta situação, e perdoa a ele por sua ignorância. E, abençoa esta garota, vítima de um problema familiar e social tão grave aqui: violência doméstica! Obrigada por sua mãe e por esta equipe médica, lúcida, diante de situação tão delicada e dolorida! Que esta palavra: EX-COMUNHÃO possa ser abolida e que a palavra COMUNHÃO possa ser constante em dias tão difíceis como estes!
Grávida de gêmeos, esta gravidez foi fruto do estupro do padrasto.
A garota tem 9 anos... Do ponto de vista legal, o aborto pode ser realizado por estar enquadrado em dois aspectos:
- estupro;
- a garota estava correndo risco de vida.
Parece que, aos olhos de pessoas minimamente sensatas, esta decisão, ancorada ainda, na permissão oficial da mãe da menina, foi a mais acertada.
Porém, o Arcebispo de Olinda, José Cardoso Sobrinho veio a público, através de importantes mídias, declarar que toda a equipe médica e a mãe da menina estão excomungados da Igreja Católica Apostólica Romana, porque o aborto não é permitido por Deus. Que "a Lei de Deus está acima da Lei Humana"...
Pergunto: quem escreveu a Lei de Deus?
O amor pela menina, submetida à violência doméstica, o amparo da lei e a sensatez da equipe, nortearam a decisão pelo aborto! Ainda bem!
Numa determinada passagem bíblica, no livro de João está assim escrito:
- "...DEUS É AMOR..."
De que amor falamos?
Com certeza, este amor, independente da fé que professam ou deixam de professar as pessoas envolvidas no procedimento médico, está incutido no coração destas pela posição que adotaram.
Afirmo, também, que quem precisa da misericórdia divina é este Arcebispo, José Cardoso Sobrinho, absolutamente equivocado, e ainda guiado por uma visão institucional da referida Igreja, que mais parece da Idade Média, com seus inquisidores.
Não é de se estranhar! Uma igreja que tem como Papa o intitulado Bento XVI, que foi em tempos passados um dos grandes inquisidores modernos desta Instituição, ainda carrega vários destes Padres, Bispos e Arcebispos que ao invés do Amor de Deus, carregam em suas almas o obscurantismo medieval que insite em acompanhar esta Instituição Eclesiástica numa de suas facetas mais sombrias! A ação guiada por uma dita "Lei de Deus".
LUZ E SOMBRA!
Que Deus tenha sempre, pena de nós seres humanos, cegos em situações tão claras!
E que a frase de Jesus Cristo na Cruz seja eternamente repetida:
- "...Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem..."
Perdoa-me Senhor pela raiva que sinto por este Arcebispo ignorante nesta situação, e perdoa a ele por sua ignorância. E, abençoa esta garota, vítima de um problema familiar e social tão grave aqui: violência doméstica! Obrigada por sua mãe e por esta equipe médica, lúcida, diante de situação tão delicada e dolorida! Que esta palavra: EX-COMUNHÃO possa ser abolida e que a palavra COMUNHÃO possa ser constante em dias tão difíceis como estes!
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
A PESSOA É PARA O QUE NASCE...
Este é o título de um filme!
Não quero falar do filme, quero mesmo é escrever algumas linhas sobre "A PESSOA É PARA O QUE NASCE"! Nunca é simples sabermos para o que nascemos. Talvez nunca tenhamos certeza desta finalidade.
Numa das cenas do filme "O ÚLTIMO SAMURAI", num dado momento, o ator Tom Cruise, que interpreta o capitão Nathan Algren diz mais ou menos isso:
-"...pouco sabemos de nós mesmos e pouco podemos fazer, até que nosso destino se revele..."
Poético!
Não quero falar do filme, quero mesmo é escrever algumas linhas sobre "A PESSOA É PARA O QUE NASCE"! Nunca é simples sabermos para o que nascemos. Talvez nunca tenhamos certeza desta finalidade.
Numa das cenas do filme "O ÚLTIMO SAMURAI", num dado momento, o ator Tom Cruise, que interpreta o capitão Nathan Algren diz mais ou menos isso:
-"...pouco sabemos de nós mesmos e pouco podemos fazer, até que nosso destino se revele..."
Poético!
Seja como for, ser gente não é tarefa simples.
A revelação em questão não é obra de acontecimentos sobrenaturais, mas sim, uma busca pessoal e intima de si mesmo.
Somos o tempo todo atravessados por emoções, questões, decisões e sentimentos tantos, que em muitas ocasiões nem sabemos nomear. Porém, pensando sob a ótica do desejo, numa perspectiva psicanalítica, se nos dispusermos a entrar em contato com a profundidade deste desejo, talvez seja possível entender ou se aproximar, de alguma maneira, para o que se nasceu!
Não é tão dolorido assim entrar em contato com o desejo! Pode até doer as vezes, mas, dialogar com ele, deixar cair as várias máscaras que usamos por termos medo da vida, e buscar agir mais espontaneamente pode gerar um bem estar genuíno.
Como dialogo muito comigo mesma e com este desejo que insiste em se colocar no meu caminho, consigo afirmar que se não entrarmos em contato com esta faceta da vida que é pautada pelo desejo, a depressão será nossa companheira constante. Vide o grande sucesso de venda dos anti depressivos...
Então, que tal parar e refletir:
"PARA QUE NASCI"?
Não é tão dolorido assim entrar em contato com o desejo! Pode até doer as vezes, mas, dialogar com ele, deixar cair as várias máscaras que usamos por termos medo da vida, e buscar agir mais espontaneamente pode gerar um bem estar genuíno.
Como dialogo muito comigo mesma e com este desejo que insiste em se colocar no meu caminho, consigo afirmar que se não entrarmos em contato com esta faceta da vida que é pautada pelo desejo, a depressão será nossa companheira constante. Vide o grande sucesso de venda dos anti depressivos...
Então, que tal parar e refletir:
"PARA QUE NASCI"?
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
SOBRE CRIANÇAS!
Nestes dias de carnaval, em passeio por lugares diferentes, observei muitas crianças felicíssimas, a se exibir com suas fantasias.
Piratas, princesas, odaliscas, bruxas, super-homens, homens aranha, rainhas, reis, palhaços, principes, e afins. Como sou uma pessoa que curte pessoas, fiquei por longos momentos ouvindo as conversas e me deliciando com as diversas crianças fantasiadas, em seu reino mágico, ainda mais vivo por suas fantasias. As crianças projetam seus desejos e anseios e encarnam vivamente o personagem! Que ótimo!
E, ao mesmo tempo, ficava a ouvir vários comentários dos adultos, como se quem fantasiasse fossem somente as crianças! Pobres adultos somos nós! Alguns bem mais empobrecidos que outros em sua alma, porque sufocam tanto o ser criança dentro de si, que vão murchando. Fantasiam também, porque todos sabemos de nosso mundo interno! Porém, reprimem demais suas fantasias. Tornam-se chatos!
Adoro os adultos que mantém, da forma como conseguem, a criança viva dentro de si, e se permitem mergulhar junto com as crianças em reinos mágicos, tornando a vida muito mais lúdica e prazerosa. Será que preciso dizer? Sim, sou uma destas adultas! Que privilégio!
Sabedores que somos de nossa finitude, temos duas possibilidades de escolha sobre o tipo de vida que queremos viver:
- aquela onde se posa como vítima e tudo e todos só estão ai para aborrecer...
- aquela onde a responsabilidade pelo ritmo e ações são de cada um, e por isso, viver momentos de prazer e alegria são possíveis e variados!
Oxalá todos pudessem se permitir um mergulho profundo dentro de sua alma, para trazer à superfície a criança adormecida, louca para acordar e brindar a VIDA!
Piratas, princesas, odaliscas, bruxas, super-homens, homens aranha, rainhas, reis, palhaços, principes, e afins. Como sou uma pessoa que curte pessoas, fiquei por longos momentos ouvindo as conversas e me deliciando com as diversas crianças fantasiadas, em seu reino mágico, ainda mais vivo por suas fantasias. As crianças projetam seus desejos e anseios e encarnam vivamente o personagem! Que ótimo!
E, ao mesmo tempo, ficava a ouvir vários comentários dos adultos, como se quem fantasiasse fossem somente as crianças! Pobres adultos somos nós! Alguns bem mais empobrecidos que outros em sua alma, porque sufocam tanto o ser criança dentro de si, que vão murchando. Fantasiam também, porque todos sabemos de nosso mundo interno! Porém, reprimem demais suas fantasias. Tornam-se chatos!
Adoro os adultos que mantém, da forma como conseguem, a criança viva dentro de si, e se permitem mergulhar junto com as crianças em reinos mágicos, tornando a vida muito mais lúdica e prazerosa. Será que preciso dizer? Sim, sou uma destas adultas! Que privilégio!
Sabedores que somos de nossa finitude, temos duas possibilidades de escolha sobre o tipo de vida que queremos viver:
- aquela onde se posa como vítima e tudo e todos só estão ai para aborrecer...
- aquela onde a responsabilidade pelo ritmo e ações são de cada um, e por isso, viver momentos de prazer e alegria são possíveis e variados!
Oxalá todos pudessem se permitir um mergulho profundo dentro de sua alma, para trazer à superfície a criança adormecida, louca para acordar e brindar a VIDA!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
O QUE É PRIORIDADE?
Ontem, num dos jornais da noite, um repórter mostrava-se indignado porque o Exmo. Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama liberou algo na faixa de 275 bilhões para mutuários que não estão conseguindo pagar as prestações de suas casas, adquiridas no período em que a "bolha imobiliária" inchava, devido a todas as operações financeiras erráticas que os levianos e irresponsáveis "financistas" de plantão cultivaram ao longo de anos!
Disse mais ou menos isso o citado repórter:
- assim é fácil, fazer dívidas e depois não precisar pagá-las!
Indignada fiquei eu com este repórter, melhor: fiquei revoltada. Muito interessante este sistema de produção capitalista e o que gera! Não vi nenhum repórter indignado ou reclamando dos vários trilhões de dólares já liberados para bancos, instituições financeiras, e empresas do setor privado para que estas não quebrem (sendo que mesmo assim, algumas ainda estão periclitantes)! Agora, liberar dinheiro para os mutuários não perderem suas casas gera indignação neste "dignissimo" repórter... oras!oras! Os irresponsáveis de plantão, especuladores que querem fazer dinheiro fácil, sem se comprometer com a produção de nada são "absolvidos"? Mas, os mutuários, estes terão que ser castigados e perder a possibilidade de ter suas casas? Responsabilidade é essencial, não pode faltar nunca, mas precisa valer para todos, e, para todos os segmentos da sociedade. Não estou fazendo uma análise sócio econômica e política, por falta mesmo de competência. Só estou expressando o que vejo como incoerência gritante deste sistema! Não é aceitável que o capitalismo continue alimentando "MADOFF's" e seus pares, estes sim, grandes sem vergonhas! Grandes canalhas que por certo status conseguido a patir de lobbyes, fazem uso leviano do dinheiro! Esta prática sim, precisa ser repudiada, fiscalizada, vigiada e extirpada! Agora, se indignar com uma ajuda aos mutuários? Ah! Faça-me um favor, sr. repórter! Não perca a compostura!
Disse mais ou menos isso o citado repórter:
- assim é fácil, fazer dívidas e depois não precisar pagá-las!
Indignada fiquei eu com este repórter, melhor: fiquei revoltada. Muito interessante este sistema de produção capitalista e o que gera! Não vi nenhum repórter indignado ou reclamando dos vários trilhões de dólares já liberados para bancos, instituições financeiras, e empresas do setor privado para que estas não quebrem (sendo que mesmo assim, algumas ainda estão periclitantes)! Agora, liberar dinheiro para os mutuários não perderem suas casas gera indignação neste "dignissimo" repórter... oras!oras! Os irresponsáveis de plantão, especuladores que querem fazer dinheiro fácil, sem se comprometer com a produção de nada são "absolvidos"? Mas, os mutuários, estes terão que ser castigados e perder a possibilidade de ter suas casas? Responsabilidade é essencial, não pode faltar nunca, mas precisa valer para todos, e, para todos os segmentos da sociedade. Não estou fazendo uma análise sócio econômica e política, por falta mesmo de competência. Só estou expressando o que vejo como incoerência gritante deste sistema! Não é aceitável que o capitalismo continue alimentando "MADOFF's" e seus pares, estes sim, grandes sem vergonhas! Grandes canalhas que por certo status conseguido a patir de lobbyes, fazem uso leviano do dinheiro! Esta prática sim, precisa ser repudiada, fiscalizada, vigiada e extirpada! Agora, se indignar com uma ajuda aos mutuários? Ah! Faça-me um favor, sr. repórter! Não perca a compostura!
sábado, 14 de fevereiro de 2009
VOZES
Trecho de Canções e Momentos
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
"...Há canções e há momentos
Eu não sei como explicar
Em que a voz é um instrumento
Que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
Ela amarra todos nós
E é um só sentimento
Na platéia e na voz..."
V O Z E S (Por Ana Lucia Garbin)
Vozes...
são várias as vozes que falam de nós, que falam por nós!
são várias as nossas vozes, os nossos sons...
por que são tantas vozes e tantos sons a se incitar?
por que são tantas vozes e tantos sons que não podemos controlar?
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
"...Há canções e há momentos
Eu não sei como explicar
Em que a voz é um instrumento
Que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
Ela amarra todos nós
E é um só sentimento
Na platéia e na voz..."
V O Z E S (Por Ana Lucia Garbin)
Vozes...
são várias as vozes que falam de nós, que falam por nós!
são várias as nossas vozes, os nossos sons...
por que são tantas vozes e tantos sons a se incitar?
por que são tantas vozes e tantos sons que não podemos controlar?
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
VENTOFORTE
VENTOFORTE...
Neste caso, VENTOFORTE se trata do nome de um Grupo Teatral que iniciou sua trajetória no Rio de Janeiro em 1974, através de seu fundador, Ilo Krugli.
Através de um teatro itinerante, o VENTOFORTE seguiu e chegou neste mês aos seus 35 anos de existência.
Por ocasião deste aniversário, o Grupo está realizando a apresentação de 2 espetáculos e de um Cancioneiro na Unidade do Sesc Pompeia em São Paulo. Estas atividades se encerram domingo, dia 15/2/2009.
Hoje, tive o privilégio de assistir ao espetáculo deles que recebe o nome de "Se o mundo fosse bom, o dono morava nele! Só este nome já me causou risos, antes mesmo de assistir ao espetáculo.
É uma leitura do VENTOFORTE sobre o Auto da Compadecida de Ariano Suassuna.
Estou rindo até agora, mas também sairam algumas lágrimas dos meus olhos durante a apresentação. O elenco é ótimo e muito divertido. Parafraseando um comercial televisivo, as boas risadas que dei "não tem preço"! Meus amigos, eu e a platéia riamos quase sem parar! E, uma risada puxava outra!
Mas, com toda singeleza e graça, a adaptação deste texto de Suassuna pelo VENTOFORTE trouxe-me sublimes reflexões e lembranças. Me fêz chorar, porque remete diretamente à uma boa parcela do nosso sofrido povo! E, as interpretações são as responsáveis por estas emoções que vieram de forma mais intensa.
Que muitos ventos fortes mantenham sempre em movimento o Grupo VENTOFORTE, e que o Sr. Ilo Krugli possa, ainda, nos presentear com sua inteligência, simplicidade, profundidade e carinho!
Neste caso, VENTOFORTE se trata do nome de um Grupo Teatral que iniciou sua trajetória no Rio de Janeiro em 1974, através de seu fundador, Ilo Krugli.
Através de um teatro itinerante, o VENTOFORTE seguiu e chegou neste mês aos seus 35 anos de existência.
Por ocasião deste aniversário, o Grupo está realizando a apresentação de 2 espetáculos e de um Cancioneiro na Unidade do Sesc Pompeia em São Paulo. Estas atividades se encerram domingo, dia 15/2/2009.
Hoje, tive o privilégio de assistir ao espetáculo deles que recebe o nome de "Se o mundo fosse bom, o dono morava nele! Só este nome já me causou risos, antes mesmo de assistir ao espetáculo.
É uma leitura do VENTOFORTE sobre o Auto da Compadecida de Ariano Suassuna.
Estou rindo até agora, mas também sairam algumas lágrimas dos meus olhos durante a apresentação. O elenco é ótimo e muito divertido. Parafraseando um comercial televisivo, as boas risadas que dei "não tem preço"! Meus amigos, eu e a platéia riamos quase sem parar! E, uma risada puxava outra!
Mas, com toda singeleza e graça, a adaptação deste texto de Suassuna pelo VENTOFORTE trouxe-me sublimes reflexões e lembranças. Me fêz chorar, porque remete diretamente à uma boa parcela do nosso sofrido povo! E, as interpretações são as responsáveis por estas emoções que vieram de forma mais intensa.
Que muitos ventos fortes mantenham sempre em movimento o Grupo VENTOFORTE, e que o Sr. Ilo Krugli possa, ainda, nos presentear com sua inteligência, simplicidade, profundidade e carinho!
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
!CORES!
Pensei nesta palavra: cores!
Esta palavra está pululando na minha cabeça devido à duas situações.
Participei de um encontro onde pessoas de diversos fóruns culturais falavam sobre o encantamento dos "gringos" com relação à diversidade de linguagens culturais e as ricas formas de manifestá-las que os brasileiros tem. Uma pessoa que explicitava ainda mais que as outras este encantamento era um "gringo", que assim se auto denominava. Interessante ouvir isto de uma pessoa que não é brasileira, mas manifesta um encanto imenso por este país! Causou-me um estranhamento... um bom estranhamento!
Noutro dia, conversando com um amigo que faz parte do elenco dos espetáculos teatrais do projeto HOMENS AO MAR, dirigidos por André Garolli, da Cia Triptal de Teatro, e que foram adaptados dos escritos do dramaturgo Eugene O'Neill (1888-1953) , e estiveram em Chicago por 20 dias devido às comemorações em torno do referido dramaturgo, me contava sobre as diversas críticas favoráveis que receberam dos "gringos" que assistiam aos espetáculos e não se cansavam de aplaudir e elogiar. Críticas tanto das pessoas comuns que foram para prestigiar os espetáculos, como dos jornalistas que iam para ver, avaliar e escrever a respeito!
Os brasileiros da Cia Triptal sairam de Chicago ovacionados!
São as nossas !cores! Cores deste Brasil que consegue ter boas produções culturais nas diversas linguagens e encantar muitos tipos de públicos!
Fico orgulhosa quando posso participar destas notícias! Gosto deste país! Amo ser brasileira!
Esta palavra está pululando na minha cabeça devido à duas situações.
Participei de um encontro onde pessoas de diversos fóruns culturais falavam sobre o encantamento dos "gringos" com relação à diversidade de linguagens culturais e as ricas formas de manifestá-las que os brasileiros tem. Uma pessoa que explicitava ainda mais que as outras este encantamento era um "gringo", que assim se auto denominava. Interessante ouvir isto de uma pessoa que não é brasileira, mas manifesta um encanto imenso por este país! Causou-me um estranhamento... um bom estranhamento!
Noutro dia, conversando com um amigo que faz parte do elenco dos espetáculos teatrais do projeto HOMENS AO MAR, dirigidos por André Garolli, da Cia Triptal de Teatro, e que foram adaptados dos escritos do dramaturgo Eugene O'Neill (1888-1953) , e estiveram em Chicago por 20 dias devido às comemorações em torno do referido dramaturgo, me contava sobre as diversas críticas favoráveis que receberam dos "gringos" que assistiam aos espetáculos e não se cansavam de aplaudir e elogiar. Críticas tanto das pessoas comuns que foram para prestigiar os espetáculos, como dos jornalistas que iam para ver, avaliar e escrever a respeito!
Os brasileiros da Cia Triptal sairam de Chicago ovacionados!
São as nossas !cores! Cores deste Brasil que consegue ter boas produções culturais nas diversas linguagens e encantar muitos tipos de públicos!
Fico orgulhosa quando posso participar destas notícias! Gosto deste país! Amo ser brasileira!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
"PASOLINI" e "PASOLINICES"
Pier Paolo Pasolini (1922-1975).
O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini é um daqueles seres que considero dentro da categoria dos gênios.
No domingo passado assisti aos "CONTOS DE CANTERBURY". Trata-se de uma adaptação de uma coletânea de contos eróticos do século XIV. Foi filmado por Pasolini na década de 1970.
O filme é de uma riqueza sígnica, que precisa ser visto algumas vezes, para que as decodificações dos elementos possam ser melhor elaboradas. Haja elaboração!
Mas, quero mesmo é dizer que me diverti muito assistindo ao filme. Parece coisa de realismo fantástico. Os contos tratam de diversas situações do cotidiano de um povoado, sempre temperadas com um erotismo até ingênuo em algumas cenas. Mas, a aparente simplicidade das cenas, trouxe para mim uma enorme gama de representações das aspirações humanas.
O que chamou minha atenção de forma especial foram as cenas onde a crítica ao clero católico foi feita de forma tão divertida e explícita que ficava impossível não cair na gargalhada.
Mas, as gargalhadas da platéia não banalizavam a obra do cineasta, só chancelavam a atualidade da sua crítica.
Não sei se a brutal morte do cineasta em 1975 foi algum tipo de encomenda. Muito se especula a respeito. Porque, de fato, sua obra incomoda muito aqueles que tem o "rabo preso" com as instâncias de poder institucional, as quais não aceitam ser questionadas ou ridicularizadas.
Nas cenas onde a crítica ao clero é descarada, fui transportada para nossa realidade. Já pensou se Pasolini ainda estivesse vivo? Como seria ver uma cena feita por ele, ironizando o papa Bento XVI com seus sapatos Prada vermelhos, descendo de sua "limusine" com chofer, e depois indo a público proferir seus discursos altamente homofóbicos...
Puxa! Não me resta mais nada do que ficar especulando a respeito.
É isso que os gênios nos causam...desejo de saber o que criariam a partir do contexto atual!
VIVA PASOLINI!
O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini é um daqueles seres que considero dentro da categoria dos gênios.
No domingo passado assisti aos "CONTOS DE CANTERBURY". Trata-se de uma adaptação de uma coletânea de contos eróticos do século XIV. Foi filmado por Pasolini na década de 1970.
O filme é de uma riqueza sígnica, que precisa ser visto algumas vezes, para que as decodificações dos elementos possam ser melhor elaboradas. Haja elaboração!
Mas, quero mesmo é dizer que me diverti muito assistindo ao filme. Parece coisa de realismo fantástico. Os contos tratam de diversas situações do cotidiano de um povoado, sempre temperadas com um erotismo até ingênuo em algumas cenas. Mas, a aparente simplicidade das cenas, trouxe para mim uma enorme gama de representações das aspirações humanas.
O que chamou minha atenção de forma especial foram as cenas onde a crítica ao clero católico foi feita de forma tão divertida e explícita que ficava impossível não cair na gargalhada.
Mas, as gargalhadas da platéia não banalizavam a obra do cineasta, só chancelavam a atualidade da sua crítica.
Não sei se a brutal morte do cineasta em 1975 foi algum tipo de encomenda. Muito se especula a respeito. Porque, de fato, sua obra incomoda muito aqueles que tem o "rabo preso" com as instâncias de poder institucional, as quais não aceitam ser questionadas ou ridicularizadas.
Nas cenas onde a crítica ao clero é descarada, fui transportada para nossa realidade. Já pensou se Pasolini ainda estivesse vivo? Como seria ver uma cena feita por ele, ironizando o papa Bento XVI com seus sapatos Prada vermelhos, descendo de sua "limusine" com chofer, e depois indo a público proferir seus discursos altamente homofóbicos...
Puxa! Não me resta mais nada do que ficar especulando a respeito.
É isso que os gênios nos causam...desejo de saber o que criariam a partir do contexto atual!
VIVA PASOLINI!
domingo, 8 de fevereiro de 2009
PAIXÕES!
O que seria da vida sem as paixões?
Para mim, seria absolutamente sem graça!
O que torna a vida interessante, a despeito de todas as desgraças a que todos nós estamos expostos, e de todos os problemas particulares e mundiais, são as paixões!
Paixão pela vida!
Alguém já disse que, talvez a arte não sirva para nada.
Penso que a arte, em suas diversas linguagens e manifestações não tem o dever de "servir" a algo, a alguém! Está ai para o nosso deleite.
E, quem são estas pessoas que dedicam suas vidas a criar, senão aquelas que, de um modo ou outro, são super apaixonadas pela vida!
Claro, existem todas as questões humanas: ganhar dinheiro, exercitar o narcisismo, etc, etc, etc... Mas, para mim, independente do que move cada um, o importante é poder me deleitar com tantas criações fantásticas, que deixam a vida menos ordinária.
Criações que nos permitem viagens imaginárias, reflexões, arrebatamento!
Dentre as criações artísticas, tenho predileção por cinema, literatura e teatro.
Estas linguagens sempre me transportam para um universo interior, muitas vezes ainda não visitado. E, quantas surpresas quando as visitas ocorrem!
Me sinto triste quando percebo que muitas pessoas, por motivos diversos, não conseguem se aproximar das linguagens artísticas! Falta poesia às suas vidas.
Recentemente, uma senhora que trabalha com faxina num espaço cultural, ao ser estimulada a assistir à peça teatral que estava em cartaz, e, que, dia após dia fazia com que ela tivesse um trabalhão danado para limpar o espaço de apresentação, relatou entusiasmada:
- ahhh, depois que assisti esta peça, limpo aqui com muito mais gosto!
Sentido! Carecemos de sentido.
O trabalho ordinário (no sentido de ser sua tarefa diária, e não de ser um trabalho menor) desta mulher ganhou mais sentido quando ela pode ser arrebatada pela peça teatral!
Que delícia saber disso!
Para mim, seria absolutamente sem graça!
O que torna a vida interessante, a despeito de todas as desgraças a que todos nós estamos expostos, e de todos os problemas particulares e mundiais, são as paixões!
Paixão pela vida!
Alguém já disse que, talvez a arte não sirva para nada.
Penso que a arte, em suas diversas linguagens e manifestações não tem o dever de "servir" a algo, a alguém! Está ai para o nosso deleite.
E, quem são estas pessoas que dedicam suas vidas a criar, senão aquelas que, de um modo ou outro, são super apaixonadas pela vida!
Claro, existem todas as questões humanas: ganhar dinheiro, exercitar o narcisismo, etc, etc, etc... Mas, para mim, independente do que move cada um, o importante é poder me deleitar com tantas criações fantásticas, que deixam a vida menos ordinária.
Criações que nos permitem viagens imaginárias, reflexões, arrebatamento!
Dentre as criações artísticas, tenho predileção por cinema, literatura e teatro.
Estas linguagens sempre me transportam para um universo interior, muitas vezes ainda não visitado. E, quantas surpresas quando as visitas ocorrem!
Me sinto triste quando percebo que muitas pessoas, por motivos diversos, não conseguem se aproximar das linguagens artísticas! Falta poesia às suas vidas.
Recentemente, uma senhora que trabalha com faxina num espaço cultural, ao ser estimulada a assistir à peça teatral que estava em cartaz, e, que, dia após dia fazia com que ela tivesse um trabalhão danado para limpar o espaço de apresentação, relatou entusiasmada:
- ahhh, depois que assisti esta peça, limpo aqui com muito mais gosto!
Sentido! Carecemos de sentido.
O trabalho ordinário (no sentido de ser sua tarefa diária, e não de ser um trabalho menor) desta mulher ganhou mais sentido quando ela pode ser arrebatada pela peça teatral!
Que delícia saber disso!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
QUESTÃO DE FÉ!
É comum ouvir, em diversas situações, pessoas dizerem: "...isto é uma questão de fé..."
Acho interessante pensar sob a perspectiva de que todos tem fé, de um jeito ou de outro. Mesmo os que afirmam veementemente, por exemplo, que Deus não existe! Estes tem uma fé impressionante! Tem necessidade de viver afirmando que são descrentes! E sua fé fundamenta-se na defesa de uma "des-fé"!
O fato de acreditarmos que estaremos vivos amanhã, por exemplo, trata-se de um tipo de fé de que não morreremos antes de amanhecer. Parece engraçado, mas não é.
Só seres seriamente perturbados psiquicamente ficam pensando a todo momento que estão "por um fio"!
E, grande paradoxo: viver significa estar sempre por um fio!
É fato corrente que, quando alguém sofre algum tipo de problema mais sério, mesmo que a pessoa se encontre num quadro grave, aqueles que a amam sempre afirmam que a pessoa vai melhorar, mesmo com todas as informações ao contrário. O que é isso, senão o fato de que acreditamos em algo que nem sabemos nominar!
Pode, claro, ser uma crença egoísta, infantilizada, sem nenhum tipo de bom senso. Mas, o fato é que somos seres que precisam da crença.
Existem aqueles que tem fé na religião, outros, na filosofia, outros num ser superior, outros na ciência, afirmando que esta explica e pode resolver tudo! Outros tem fé no dinheiro, na matéria! Vocês podem pensar em muitos outros ítens para compor a lista.
Eu, como uma pessoa otimista, que tem fé, e ainda por cima, gosta de rir de si mesma, estou passando por uma experiência nova! Que, também, se relaciona com um tipo de fé!
Não gosto de tomar medicamentos. Só tomo se precisar muito!
E, por estar com alguns probleminhas, e não querer ir a médicos desnecessariamente, procurei um acupunturista, (que não tem formação médica: é graduado, claro, tem pós graduação em acupuntura no Japão, mas não é médico!)
E, não é que as agulhadas estão surtindo um efeito terapêutico ótimo?
Várias pessoas já me disseram: ahhh, isto é uma bobagem. As "terapias alternativas" não resolvem nada!
Só sei que neste momento da minha vida, levando as agulhadas semanais, tô com a maior fé nas agulhas e no acupunturista! Me sinto bem melhor!
SANTAS AGULHADAS!
Acho interessante pensar sob a perspectiva de que todos tem fé, de um jeito ou de outro. Mesmo os que afirmam veementemente, por exemplo, que Deus não existe! Estes tem uma fé impressionante! Tem necessidade de viver afirmando que são descrentes! E sua fé fundamenta-se na defesa de uma "des-fé"!
O fato de acreditarmos que estaremos vivos amanhã, por exemplo, trata-se de um tipo de fé de que não morreremos antes de amanhecer. Parece engraçado, mas não é.
Só seres seriamente perturbados psiquicamente ficam pensando a todo momento que estão "por um fio"!
E, grande paradoxo: viver significa estar sempre por um fio!
É fato corrente que, quando alguém sofre algum tipo de problema mais sério, mesmo que a pessoa se encontre num quadro grave, aqueles que a amam sempre afirmam que a pessoa vai melhorar, mesmo com todas as informações ao contrário. O que é isso, senão o fato de que acreditamos em algo que nem sabemos nominar!
Pode, claro, ser uma crença egoísta, infantilizada, sem nenhum tipo de bom senso. Mas, o fato é que somos seres que precisam da crença.
Existem aqueles que tem fé na religião, outros, na filosofia, outros num ser superior, outros na ciência, afirmando que esta explica e pode resolver tudo! Outros tem fé no dinheiro, na matéria! Vocês podem pensar em muitos outros ítens para compor a lista.
Eu, como uma pessoa otimista, que tem fé, e ainda por cima, gosta de rir de si mesma, estou passando por uma experiência nova! Que, também, se relaciona com um tipo de fé!
Não gosto de tomar medicamentos. Só tomo se precisar muito!
E, por estar com alguns probleminhas, e não querer ir a médicos desnecessariamente, procurei um acupunturista, (que não tem formação médica: é graduado, claro, tem pós graduação em acupuntura no Japão, mas não é médico!)
E, não é que as agulhadas estão surtindo um efeito terapêutico ótimo?
Várias pessoas já me disseram: ahhh, isto é uma bobagem. As "terapias alternativas" não resolvem nada!
Só sei que neste momento da minha vida, levando as agulhadas semanais, tô com a maior fé nas agulhas e no acupunturista! Me sinto bem melhor!
SANTAS AGULHADAS!
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
ADAPTAÇÕES...
Ontem passei por uma situação bem diferente!
Fui ajudar uma pessoa querida, que é mãe de uma bebê de um mês, e de um garoto de 5 anos. O querido garoto mudou de escola. Esta escola dedicou o dia de ontem e de hoje para o que chama de "adaptação" para os pequenos novos alunos.
O garoto de 5 anos - de quem sou fã - ficou por 2 horas ontem e hoje, para se "adaptar" à nova realidade escolar.
Esclarecendo o meu papel nesta história: Eu fui para cuidar da pequenina, enquanto a mãe acompanhava o filho de 5 anos nas atividades, e o encorajava a participar!Situação interessante.
Na minha opinião não existe adaptação. Somos obrigados desde pequenos a nos acostumar com as situações da vida. Não nos adaptamos, precisamos aprender a ficar menos desconfortáveis com o que a relidade nos impõe. Freud já postulou há mais de 100 anos o conceito do "princípio da realidade" em contraposição ao outro conceito: "princípio do prazer". Segundo Freud, nós queremos mesmo é fazer o que temos vontade o tempo todo (princípio do prazer). Só não fazemos porque a realidade se impõe, e crescer se torna uma questão da vida, caso queiramos "um lugarzinho ao sol" nos poucos anos de vida que temos por aqui (princípio da realidade). O pequeno garoto de 5 anos queria mesmo é ficar com sua mãe em casa, ainda mais agora que chegou uma irmã, desbancando-o do seu longo reinado de primogênito. Estar longe da mãe, por quem ele é apaixonadíssimo não é nada confortável para ele.
Mas, devido à todas as questões relativas à educação e socialização impostas pelo processo civilizatório , entende-se que é melhor as crianças irem para a escola. Ponto que concordo, porque ficar com mãe o tempo todo não é tão saudável! Pobres crianças!
Acho que vou propor à escola que altere a palavra: de adaptação para acomodação.
Na verdade, se temos um nível de inteligência razoável, precisamos sempre nos acomodar às situações da vida, porque senão a angústia aumenta demais!
O garoto, inteligente e simpático já arrumou até um novo amigo. E chegou em casa feliz da vida, contando para o pai da nova escola e do amigo!
Aí entra um outro princípio psicanalítico: o olhar do outro me determina. Para o garoto de 5 anos, que admira muito os pais que tem, o fato de querer provar que ficará bem na escola nova, diz também que o olhar destes pais sobre ele tem mais importância muitas vezes, do que seu próprio desejo infantil.
A vida é assim!!! Como dizia minha avó e várias pessoas que ainda ouço:
Se não há remédio, remediado está"!
Fui ajudar uma pessoa querida, que é mãe de uma bebê de um mês, e de um garoto de 5 anos. O querido garoto mudou de escola. Esta escola dedicou o dia de ontem e de hoje para o que chama de "adaptação" para os pequenos novos alunos.
O garoto de 5 anos - de quem sou fã - ficou por 2 horas ontem e hoje, para se "adaptar" à nova realidade escolar.
Esclarecendo o meu papel nesta história: Eu fui para cuidar da pequenina, enquanto a mãe acompanhava o filho de 5 anos nas atividades, e o encorajava a participar!Situação interessante.
Na minha opinião não existe adaptação. Somos obrigados desde pequenos a nos acostumar com as situações da vida. Não nos adaptamos, precisamos aprender a ficar menos desconfortáveis com o que a relidade nos impõe. Freud já postulou há mais de 100 anos o conceito do "princípio da realidade" em contraposição ao outro conceito: "princípio do prazer". Segundo Freud, nós queremos mesmo é fazer o que temos vontade o tempo todo (princípio do prazer). Só não fazemos porque a realidade se impõe, e crescer se torna uma questão da vida, caso queiramos "um lugarzinho ao sol" nos poucos anos de vida que temos por aqui (princípio da realidade). O pequeno garoto de 5 anos queria mesmo é ficar com sua mãe em casa, ainda mais agora que chegou uma irmã, desbancando-o do seu longo reinado de primogênito. Estar longe da mãe, por quem ele é apaixonadíssimo não é nada confortável para ele.
Mas, devido à todas as questões relativas à educação e socialização impostas pelo processo civilizatório , entende-se que é melhor as crianças irem para a escola. Ponto que concordo, porque ficar com mãe o tempo todo não é tão saudável! Pobres crianças!
Acho que vou propor à escola que altere a palavra: de adaptação para acomodação.
Na verdade, se temos um nível de inteligência razoável, precisamos sempre nos acomodar às situações da vida, porque senão a angústia aumenta demais!
O garoto, inteligente e simpático já arrumou até um novo amigo. E chegou em casa feliz da vida, contando para o pai da nova escola e do amigo!
Aí entra um outro princípio psicanalítico: o olhar do outro me determina. Para o garoto de 5 anos, que admira muito os pais que tem, o fato de querer provar que ficará bem na escola nova, diz também que o olhar destes pais sobre ele tem mais importância muitas vezes, do que seu próprio desejo infantil.
A vida é assim!!! Como dizia minha avó e várias pessoas que ainda ouço:
Se não há remédio, remediado está"!
domingo, 1 de fevereiro de 2009
"A MICROFÍSICA DO PODER"
O pensador M. Foucault escreveu muitos livros sobre a questão do poder, estabelecendo correlações com o exercício de mando nas Instituições Sociais.
Um destes livros, "A Microfísica do Poder" trata das questões, as quais o pensador nomeou de " pequenos poderes ", exercidos por pessoas ou grupos que consideram que, de fato, existem pessoas superiores em relação à outras pessoas.
Fico a pensar sempre neste assunto, em várias situações do cotidiano.
Nas situações corriqueiras da vida é impressionante constatar quantas pessoas pensam que sempre sabem mais e "melhor" do que todas as demais pessoas. E por isso sentem-se com direitos a exercer seus "micro poderes" em condições que, constantemente, humilham outras pessoas.
Parto do pressuposto que qualquer pessoa em condições saudáveis, pode aprender a pensar por si e realizar as mais diversas atividades, e que, se receber o devido apoio e confiança, não precisa de ninguém que fique exercendo tutela sobre suas ações.
Sou chata com relação a isso. Muito chata! Principalmente com os seguidores desta doutrina que prega que todos precisam ser "controlados" porque senão as coisas não acontecem...
É impressionante como vivemos em constante clima de "Big Brother"!
Não raro, as pessoas que precisam exercer este controle sobre terceiros tem perfis que contam com um bom potencial de insegurança e inveja. Para sentirem-se "melhores" necessitam subjugar as pessoas! E, precisam o tempo todo reafirmar a sua "grande importância".
Infelizmente, muitas Instituições agregam chefias (em grande maioria) com este perfil, porque são também bons funcionários "puxa-sacos"!
Por que será tão difícil compreender que todos podem pensar por si, e aceitar que o outro nunca será como eu quero? E que muitas vezes o que o outro pensa ou sugere pode ser melhor do que coisas que já pensei ou adoto?
Arrisco um hipótese: porque é difícil exercer a humildade e aceitar que todos são potencialmente capazes de elaborar suas idéias e realizar ações bacanas ! Precisam somente de apoio e confiança. Mas, só ofertamos o que temos! Uns ofertam inteligência...outros, ignorância (de si e do outro!)
Quem sabe, com passos de formiga, possamos contribuir para diminuir um pouquinho da mediocridade neste mundo, exercendo menos ações controladoras e humilhantes?
E, quem sabe, aprender a experimentar doses homeopáticas de generosidade!
Um destes livros, "A Microfísica do Poder" trata das questões, as quais o pensador nomeou de " pequenos poderes ", exercidos por pessoas ou grupos que consideram que, de fato, existem pessoas superiores em relação à outras pessoas.
Fico a pensar sempre neste assunto, em várias situações do cotidiano.
Nas situações corriqueiras da vida é impressionante constatar quantas pessoas pensam que sempre sabem mais e "melhor" do que todas as demais pessoas. E por isso sentem-se com direitos a exercer seus "micro poderes" em condições que, constantemente, humilham outras pessoas.
Parto do pressuposto que qualquer pessoa em condições saudáveis, pode aprender a pensar por si e realizar as mais diversas atividades, e que, se receber o devido apoio e confiança, não precisa de ninguém que fique exercendo tutela sobre suas ações.
Sou chata com relação a isso. Muito chata! Principalmente com os seguidores desta doutrina que prega que todos precisam ser "controlados" porque senão as coisas não acontecem...
É impressionante como vivemos em constante clima de "Big Brother"!
Não raro, as pessoas que precisam exercer este controle sobre terceiros tem perfis que contam com um bom potencial de insegurança e inveja. Para sentirem-se "melhores" necessitam subjugar as pessoas! E, precisam o tempo todo reafirmar a sua "grande importância".
Infelizmente, muitas Instituições agregam chefias (em grande maioria) com este perfil, porque são também bons funcionários "puxa-sacos"!
Por que será tão difícil compreender que todos podem pensar por si, e aceitar que o outro nunca será como eu quero? E que muitas vezes o que o outro pensa ou sugere pode ser melhor do que coisas que já pensei ou adoto?
Arrisco um hipótese: porque é difícil exercer a humildade e aceitar que todos são potencialmente capazes de elaborar suas idéias e realizar ações bacanas ! Precisam somente de apoio e confiança. Mas, só ofertamos o que temos! Uns ofertam inteligência...outros, ignorância (de si e do outro!)
Quem sabe, com passos de formiga, possamos contribuir para diminuir um pouquinho da mediocridade neste mundo, exercendo menos ações controladoras e humilhantes?
E, quem sabe, aprender a experimentar doses homeopáticas de generosidade!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
JUVENTUDE!
Fui assistir ao filme JUVENTUDE, dirigido por Domingos Oliveira.
Na película, a história de três distintos senhores, que estão entre 65/70 anos.
Longe de conter qualquer lição moralista, o filme quebra com as visões "tradicionais" que determinados grupos sociais insistem em manter em seus discursos sobre o envelhecimento.
Para mim, trouxe uma perspectiva do universo masculino muito lúdica, realista e divertidíssima.
Foi bom assistir ao filme com um olhar feminino mais leve sobre algumas das maneiras com que os homens se relacionam com a vida!
Escrevo isso, porque, talvez, com meus 20 anos de idade, iria abominar muitas das questões apontadas ali. Porque com 20 anos era absolutamente imatura!
Mas, agora, com as boas novidades que a vida vai trazendo, devido à sua própria dinâmica e às próprias escolhas que fui fazendo, ver o filme foi um presente! Diria até que um certo tipo de aula sobre diversas facetas do universo masculino! Que deleite!
Fazer um filme que tráz três homens envelhecendo e tentando dialogar com os diversos homens que já foram não é pouca coisa!
Sugiro que assistam à película e realizem suas próprias leituras e reflexões!
Na película, a história de três distintos senhores, que estão entre 65/70 anos.
Longe de conter qualquer lição moralista, o filme quebra com as visões "tradicionais" que determinados grupos sociais insistem em manter em seus discursos sobre o envelhecimento.
Para mim, trouxe uma perspectiva do universo masculino muito lúdica, realista e divertidíssima.
Foi bom assistir ao filme com um olhar feminino mais leve sobre algumas das maneiras com que os homens se relacionam com a vida!
Escrevo isso, porque, talvez, com meus 20 anos de idade, iria abominar muitas das questões apontadas ali. Porque com 20 anos era absolutamente imatura!
Mas, agora, com as boas novidades que a vida vai trazendo, devido à sua própria dinâmica e às próprias escolhas que fui fazendo, ver o filme foi um presente! Diria até que um certo tipo de aula sobre diversas facetas do universo masculino! Que deleite!
Fazer um filme que tráz três homens envelhecendo e tentando dialogar com os diversos homens que já foram não é pouca coisa!
Sugiro que assistam à película e realizem suas próprias leituras e reflexões!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
OUSADIAS...E, SUTILEZAS...
Já escrevi aqui que sou muitas e sou várias (assim me sinto!)
Uma das minhas facetas é achar graça nas sutilezas do cotidiano. Sou uma observadora e uma ouvinte de pessoas. Isso fica ampliado porque tenho o privilégio de trabalhar num local onde a movimentação do público é intensa, então, imaginem como me divirto! São sutilezas que se manifestam silenciosamente, com as quais me delicio.
O bom e velho Freud nos deixou ótimas justificativas para nos relacionarmos com nossas fantasias da forma como nos sentirmos melhor.
Entendam: não quero dizer com isso, que defendo as fantasias patológicas, que causam danos a terceiros. Falo aqui das nossas fantasias, as mais diversas, incluindo-as no rol das fantasias inofensivas, que só servem para o nosso próprio deleite. E, o mais instigante para mim, é que nessas viagens fantasiosas podemos nos divertir com os gestos sutis e também, audaciosos, das pessoas que ocupam nossa atenção e pensamento.
Olhares apaixonados de amantes que são, e as vezes não são correspondidos, olhares maliciosos e cheios de desejo para os decotes femininos e rebolados audaciosos, sorrisos marotos que aparecem no rosto de leitores ávidos, conversas profundas que alguns travam consigo mesmos, em verdadeiras batalhas verbais! Nossa, são tantas as nuances!
Dia desses, um homem, na faixa de 70 e poucos anos me abordou. Somos conhecidos deste local onde trabalho, e por sermos ambos, pessoas simpáticas, passamos a trocar bocadinhos de prosa.
Voltando: ele me abordou e disse:
- posso lhe fazer uma pergunta meio delicada?
- disse-lhe: coragem!
- sabe aquela moça (assim e assim), e eu lhe disse, claro...
- vc sabe se ela é casada?
E daí veio a resposta direta, mas que fiquei triste em lhe dar, por já ter entendido o motivo da pergunta.
- ela é... e bem apaixonada pelo maridão pelo que conversamos!
Ele, com toda a sua simpatia e bom humor, me disse:
- que pena! acho ela um docinho! se ela não fosse casada, investiria para conquistá-la.
Sorri para ele, que agradeceu.
E sorrindo, sai.
A moça em questão tem uns 30 anos a menos que ele!
Após este dia, passei a ter mais carinho por ele, admirar sua coragem e audácia!
Estas são boas amostras de bem viver!
Que privilégio ter este ser a circular perto de meus olhos, e ainda, confiar em mim, a ponto de confidenciar um affair!
Obrigada, Mr. Simpatia!
Uma das minhas facetas é achar graça nas sutilezas do cotidiano. Sou uma observadora e uma ouvinte de pessoas. Isso fica ampliado porque tenho o privilégio de trabalhar num local onde a movimentação do público é intensa, então, imaginem como me divirto! São sutilezas que se manifestam silenciosamente, com as quais me delicio.
O bom e velho Freud nos deixou ótimas justificativas para nos relacionarmos com nossas fantasias da forma como nos sentirmos melhor.
Entendam: não quero dizer com isso, que defendo as fantasias patológicas, que causam danos a terceiros. Falo aqui das nossas fantasias, as mais diversas, incluindo-as no rol das fantasias inofensivas, que só servem para o nosso próprio deleite. E, o mais instigante para mim, é que nessas viagens fantasiosas podemos nos divertir com os gestos sutis e também, audaciosos, das pessoas que ocupam nossa atenção e pensamento.
Olhares apaixonados de amantes que são, e as vezes não são correspondidos, olhares maliciosos e cheios de desejo para os decotes femininos e rebolados audaciosos, sorrisos marotos que aparecem no rosto de leitores ávidos, conversas profundas que alguns travam consigo mesmos, em verdadeiras batalhas verbais! Nossa, são tantas as nuances!
Dia desses, um homem, na faixa de 70 e poucos anos me abordou. Somos conhecidos deste local onde trabalho, e por sermos ambos, pessoas simpáticas, passamos a trocar bocadinhos de prosa.
Voltando: ele me abordou e disse:
- posso lhe fazer uma pergunta meio delicada?
- disse-lhe: coragem!
- sabe aquela moça (assim e assim), e eu lhe disse, claro...
- vc sabe se ela é casada?
E daí veio a resposta direta, mas que fiquei triste em lhe dar, por já ter entendido o motivo da pergunta.
- ela é... e bem apaixonada pelo maridão pelo que conversamos!
Ele, com toda a sua simpatia e bom humor, me disse:
- que pena! acho ela um docinho! se ela não fosse casada, investiria para conquistá-la.
Sorri para ele, que agradeceu.
E sorrindo, sai.
A moça em questão tem uns 30 anos a menos que ele!
Após este dia, passei a ter mais carinho por ele, admirar sua coragem e audácia!
Estas são boas amostras de bem viver!
Que privilégio ter este ser a circular perto de meus olhos, e ainda, confiar em mim, a ponto de confidenciar um affair!
Obrigada, Mr. Simpatia!
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
LUZES E SOMBRAS!
Tenho um querido amigo com quem troco muitas figurinhas intelectuais!
Pena que ele agora está longe. Mas, mesmo assim, conseguimos trocá-las ainda, virtualmente.
Não tem a mesma graça, mas é sempre bom!
E, nesta troca de idéias, ficamos a falar sobre luz e sombra numa perspectiva religiosa!
Daí que eu fiquei a pensar nisso...
Vivo um momento delicado, devido a uma pessoa muito querida se encontrar com um problema de saúde! E, nestas horas, a carga emocional aumenta muito! É um exercício digno de um malabarista equilibrar todas as emoções que vem à tona!
E, exercício maior ainda, mais complexo, é tentar compreender todos os envolvidos, compreender a si mesma, e tentar se fazer compreender. Surgem con-fusões! Conflitos afloram ainda mais! Fico tentando, num constante exercício de reflexão e elaboração, não sucumbir, e me esconder atrás de minhas sombras! Porque o lado sombrio também aflora!
Como muitos de nós já ouvimos na famosa série GUERRA NAS ESTRELAS - uma voz fica as vezes a sussurrar - : "...venha para o lado negro da força..." Metaforicamente, penso que esta menção ilustra o que considero o lado sombrio!
Porém, como sempre procuro exercitar a lucidez, busco a luz da reflexão e do pensamento, para ser só um pouquinho do personagem "Mestre Yoda", e seguir me iluminando!
Que as luzes todas se acendam!
Pena que ele agora está longe. Mas, mesmo assim, conseguimos trocá-las ainda, virtualmente.
Não tem a mesma graça, mas é sempre bom!
E, nesta troca de idéias, ficamos a falar sobre luz e sombra numa perspectiva religiosa!
Daí que eu fiquei a pensar nisso...
Vivo um momento delicado, devido a uma pessoa muito querida se encontrar com um problema de saúde! E, nestas horas, a carga emocional aumenta muito! É um exercício digno de um malabarista equilibrar todas as emoções que vem à tona!
E, exercício maior ainda, mais complexo, é tentar compreender todos os envolvidos, compreender a si mesma, e tentar se fazer compreender. Surgem con-fusões! Conflitos afloram ainda mais! Fico tentando, num constante exercício de reflexão e elaboração, não sucumbir, e me esconder atrás de minhas sombras! Porque o lado sombrio também aflora!
Como muitos de nós já ouvimos na famosa série GUERRA NAS ESTRELAS - uma voz fica as vezes a sussurrar - : "...venha para o lado negro da força..." Metaforicamente, penso que esta menção ilustra o que considero o lado sombrio!
Porém, como sempre procuro exercitar a lucidez, busco a luz da reflexão e do pensamento, para ser só um pouquinho do personagem "Mestre Yoda", e seguir me iluminando!
Que as luzes todas se acendam!
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
INS-PIRAÇÕES
Como representante desta espécie a que chamamos "humana, tenho minhas pirações! E, minhas ins-pirações! Considero que todo ato humano de expor idéias vale-se de inspiração e de piração!
A aventura é sempre instigante, porque neste vai e vém de idéias, o mundo tem conhecido idéias e invenções geniais!
Hoje, tô mais para piração do que para ins-piração!
Vou ficando por aqui! Matutando mais nestas pirações que insistem em ocupar meus pensamentos!
Para, talvez, escrever algo mais inspirado em próximas oportunidades!
A aventura é sempre instigante, porque neste vai e vém de idéias, o mundo tem conhecido idéias e invenções geniais!
Hoje, tô mais para piração do que para ins-piração!
Vou ficando por aqui! Matutando mais nestas pirações que insistem em ocupar meus pensamentos!
Para, talvez, escrever algo mais inspirado em próximas oportunidades!
domingo, 25 de janeiro de 2009
SÃO PAULO...SER PAULISTANA...
Ao me identificar na criação deste Blog, o termo "paulistana" foi destacado.
Hoje, ao acordar, e me remeter imediatamente às comemorações que estão sendo feitas, por ocasião do aniversário de 455 anos da cidade de São Paulo, pensei neste item de minha apresentação: "paulistana".
Sou muitas e várias, e uma das minhas marcas é ser "paulistana"!
Nasci no bairro da Lapa, cresci na periferia, e durante bons anos de minha vida (até os 16 anos, mais ou menos) minha circulação pela cidade era bem restrita.
Mas, a adolescência veio, e junto com ela, tantas descobertas! E uma das felizes descobertas, que aponta novas facetas cotidianamente, é deste centro urbano, e, periférico ao mesmo tempo, batizado de São Paulo!
Sou uma paulistana orgulhosa desta cidade. Claro, não existe ingenuidade nenhuma neste orgulho... muitas vezes, também me envergonho - na maioria das vezes - com as pessoas do poder público que negligenciam tantos cuidados necessários à uma cidade deste porte, que acolhe (ainda acolhe) muitas pessoas e muitos povos, oriundos das mais diversas regiões, e pelos motivos mais variados!
Os "Novos Bahianos", quando de sua chegada à cidade, manifestaram muitas reações! Gosto muito da reação que Caetano Veloso deixou registrada:
SAMPA
Caetano Veloso
"...Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vende outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa..."
Obs.:
Quilombo = Refúgio dos escravos negros que fugiam.
Zumbi = líder do maior quilombo que já houve.
Para mim, esta composição é totalmente feliz ao retratar a cidade e os sentimentos causados por quem está chegando! Continua atual! E, engana-se quem pensa que este sentimento é somente de quem chega de outras bandas... já fui e continuo sendo acometida por estes sentimentos muitas e muitas vezes, em diversas situações vividas nesta cidade!
"...e os paulistanos te podem curtir numa boa!..."
É uma mescla paradoxal de sensações, sentimentos e experiências morar aqui!
PARABÉNS SÃO PAULO!
Hoje, ao acordar, e me remeter imediatamente às comemorações que estão sendo feitas, por ocasião do aniversário de 455 anos da cidade de São Paulo, pensei neste item de minha apresentação: "paulistana".
Sou muitas e várias, e uma das minhas marcas é ser "paulistana"!
Nasci no bairro da Lapa, cresci na periferia, e durante bons anos de minha vida (até os 16 anos, mais ou menos) minha circulação pela cidade era bem restrita.
Mas, a adolescência veio, e junto com ela, tantas descobertas! E uma das felizes descobertas, que aponta novas facetas cotidianamente, é deste centro urbano, e, periférico ao mesmo tempo, batizado de São Paulo!
Sou uma paulistana orgulhosa desta cidade. Claro, não existe ingenuidade nenhuma neste orgulho... muitas vezes, também me envergonho - na maioria das vezes - com as pessoas do poder público que negligenciam tantos cuidados necessários à uma cidade deste porte, que acolhe (ainda acolhe) muitas pessoas e muitos povos, oriundos das mais diversas regiões, e pelos motivos mais variados!
Os "Novos Bahianos", quando de sua chegada à cidade, manifestaram muitas reações! Gosto muito da reação que Caetano Veloso deixou registrada:
SAMPA
Caetano Veloso
"...Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vende outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa..."
Obs.:
Quilombo = Refúgio dos escravos negros que fugiam.
Zumbi = líder do maior quilombo que já houve.
Para mim, esta composição é totalmente feliz ao retratar a cidade e os sentimentos causados por quem está chegando! Continua atual! E, engana-se quem pensa que este sentimento é somente de quem chega de outras bandas... já fui e continuo sendo acometida por estes sentimentos muitas e muitas vezes, em diversas situações vividas nesta cidade!
"...e os paulistanos te podem curtir numa boa!..."
É uma mescla paradoxal de sensações, sentimentos e experiências morar aqui!
PARABÉNS SÃO PAULO!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
OLHARES...
Hoje fui assistir à uma peça de teatro: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, adaptada de William Shakespeare, por três companhias teatrais: Teatro de La Plaza, Teatro Por um Triz e Cia. Patética. Três Companhias Teatrais pelas quais tenho enorme respeito.
O fato em si não tráz nada de tão novo... uma peça de teatro, três companhias de teatro empenhadas num projeto arrojado...e um resultado muito bom!
O que, fora a peça teatral, me chamou e prendeu a atenção foram os olhares...
A peça foi apresentada num CEU (Centro Educacional Unificado) na Zona Leste de São Paulo, num bairro muito distante do pólo cultural da capital paulistana.
E os olhares...olhares das crianças que ficaram magnetizadas e intrigadas com um texto que não é simples, porém vai se decodificando para cada uma delas, decodificação expressa em seus olhares...na atenção totalmente voltada para o que estava acontecendo no palco...palco estendido...
Apesar das Companhias recomendarem a peça para crianças a partir de 9 anos, após a apresentação, ao conversar com várias crianças que estavam próximas a mim, e nas quais mantive minha atenção durante a apresentação, perguntei suas idades. Várias disseram ter entre 5 a 8 anos... E, ao serem perguntadas sobre o que entenderem e apreciaram da apresentação, conseguiram relatar sensações e impressões vindas diretamente de suas subjetividades, suas vivências internas, de seus olhares brilhantes e ávidos pelo que se colocava diante delas...
A grande parte destas crianças são negras! Seus olhares me emocionaram...Estamos no Brasil, e sabemos que nossas contradições e paradoxos são imensos...
Mesmo ouvindo vários atores relatando que esta montagem seria melhor aproveitada por um público de faixa etária maior (o que nem discordo), a oportunidade que estas crianças todas tiveram e vem tendo com estes projetos, não lhe devem ser furtadas. E mais, precisam ser oportunidades ampliadas e fomentadas pelo poder público, instituições culturais, companhias teatrais e todos aqueles que mantém firme a convicção de que arte e educação deveriam ser sempre companheiras de viagem. Instrumentos que fornecem às crianças possibilidades de aumentar seus repertórios individuais e criam novas rotas para a leitura da realidade que as cerca.
Emoção... emoção pelos olhares...
O fato em si não tráz nada de tão novo... uma peça de teatro, três companhias de teatro empenhadas num projeto arrojado...e um resultado muito bom!
O que, fora a peça teatral, me chamou e prendeu a atenção foram os olhares...
A peça foi apresentada num CEU (Centro Educacional Unificado) na Zona Leste de São Paulo, num bairro muito distante do pólo cultural da capital paulistana.
E os olhares...olhares das crianças que ficaram magnetizadas e intrigadas com um texto que não é simples, porém vai se decodificando para cada uma delas, decodificação expressa em seus olhares...na atenção totalmente voltada para o que estava acontecendo no palco...palco estendido...
Apesar das Companhias recomendarem a peça para crianças a partir de 9 anos, após a apresentação, ao conversar com várias crianças que estavam próximas a mim, e nas quais mantive minha atenção durante a apresentação, perguntei suas idades. Várias disseram ter entre 5 a 8 anos... E, ao serem perguntadas sobre o que entenderem e apreciaram da apresentação, conseguiram relatar sensações e impressões vindas diretamente de suas subjetividades, suas vivências internas, de seus olhares brilhantes e ávidos pelo que se colocava diante delas...
A grande parte destas crianças são negras! Seus olhares me emocionaram...Estamos no Brasil, e sabemos que nossas contradições e paradoxos são imensos...
Mesmo ouvindo vários atores relatando que esta montagem seria melhor aproveitada por um público de faixa etária maior (o que nem discordo), a oportunidade que estas crianças todas tiveram e vem tendo com estes projetos, não lhe devem ser furtadas. E mais, precisam ser oportunidades ampliadas e fomentadas pelo poder público, instituições culturais, companhias teatrais e todos aqueles que mantém firme a convicção de que arte e educação deveriam ser sempre companheiras de viagem. Instrumentos que fornecem às crianças possibilidades de aumentar seus repertórios individuais e criam novas rotas para a leitura da realidade que as cerca.
Emoção... emoção pelos olhares...
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
TEMPOS E TEMPOS..."O Curioso Caso de Benjamin Button"
Ao assistir ao filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", inspirado no conto de F.Scott Fitzgerald, dirigido por David Fincher, sai do cinema com uma daquelas raras sensações de prazer, misturado à uma certa tristeza melancólica.
E, fiquei a pensar nas constantes variações, fascinações e inquietações que o tema "Tempo" exerce sobre mim, e sobre várias pessoas com as quais me relaciono.
Somos nós, desde nossa origem, seres que refletem sobre sua própria finitude. Estas reflexões se expressaram e continuam a se expressar em diversas obras ficcionais, científicas, literárias, e etc...O fato de sabermos de nossa finitude nos coloca diante de várias questões: o que escolher, como viver, casar (com quem), não casar, ter filhos (com quem), não ter...entre várias outras relacionadas ao que cada um de nós valoriza em nosso percurso.
O que me deixou feliz ao assistir este filme, foi a forma como o diretor pôde nos proporcionar reflexões sobre os fatos da vida de forma tão sábia, dolorida e, ao mesmo tempo poética! Explico: o rapaz em questão - Benjamin Button nasce velho...isso mesmo, é um bebê que nasce velho, com todos os problemas que qualquer pessoa na faixa de seus 80 anos apresenta. Rugas em demasia, artrite, catarata nos olhos, e etc...É um bebê monstruoso, nas palavras do próprio pai que o deixa na escada de uma casa que abriga velhos, porque não consegue suportar a situação de ver o filho tal como é, e suponho eu, ainda ter perdido a mulher no parto deste ser. Nos encontramos aí, diante de um dilema totalmente atual: o abandono de crianças e velhos. Dilema atual, porque nesta sociedade que valoriza e reforça o discurso da juventude eterna e dos padrões midiáticos de beleza, o que parece estar em voga é ser um adolescente eterno...belo e medíocre...Entendam que não estou fazendo uma crítica à adolescência como fase da vida, e sim a um sistema vigente.
Dentro desta lógica, as crianças e os velhos ficam nos pólos, e não raro, sofrem rejeições e abandonos, de formas variadas. Porque cuidar das crianças e dos velhos requer amor, compaixão, generosidade e maturidade. Qualidades que se expressam em gestos que eu mesma, muitas vezes, tenho dificuldades em exercer.
Crianças e velhos... Benjamin é um velho criança, ávido por conhecer a vida, e o mundo que vai se desvendando aos seus olhos, através dos personagens do filme!
Sejamos crianças, adolescentes, adultos ou velhos, estamos sempre a mercê do TEMPO! É este senhor que dita as regras...e que, muitas das vezes, nos prega peças.
Oxalá pudéssemos todos ter a serenidade e ousadia, bem representadas pelos atores Brad Pitt e Cate Blanchett em suas atuações. Em nenhum momento os personagens abrem mão de viver o que tem que viver, porque sabem que o tempo é implacável! E por isso mesmo não economizam vida! Fazem correções de rota, como seria adequado a qualquer um de nós, porém, não abrem mão de viver. O pacto deles é com a vida! Sabedores que são da morte, vão em busca de seus ideais e sonhos. Para mim, este é o ganho ao assistir ao filme: em nenhum momento existe a negação da finitude, porém, ao mesmo tempo, os personagens, em suas interpretações dão lições de como não negar a vida, em suas diversas manifestações. Esta é poesia!
Sai feliz, e ao mesmo triste do cinema, porém, com a sensação de que a vida vale a pena!
E, fiquei a pensar nas constantes variações, fascinações e inquietações que o tema "Tempo" exerce sobre mim, e sobre várias pessoas com as quais me relaciono.
Somos nós, desde nossa origem, seres que refletem sobre sua própria finitude. Estas reflexões se expressaram e continuam a se expressar em diversas obras ficcionais, científicas, literárias, e etc...O fato de sabermos de nossa finitude nos coloca diante de várias questões: o que escolher, como viver, casar (com quem), não casar, ter filhos (com quem), não ter...entre várias outras relacionadas ao que cada um de nós valoriza em nosso percurso.
O que me deixou feliz ao assistir este filme, foi a forma como o diretor pôde nos proporcionar reflexões sobre os fatos da vida de forma tão sábia, dolorida e, ao mesmo tempo poética! Explico: o rapaz em questão - Benjamin Button nasce velho...isso mesmo, é um bebê que nasce velho, com todos os problemas que qualquer pessoa na faixa de seus 80 anos apresenta. Rugas em demasia, artrite, catarata nos olhos, e etc...É um bebê monstruoso, nas palavras do próprio pai que o deixa na escada de uma casa que abriga velhos, porque não consegue suportar a situação de ver o filho tal como é, e suponho eu, ainda ter perdido a mulher no parto deste ser. Nos encontramos aí, diante de um dilema totalmente atual: o abandono de crianças e velhos. Dilema atual, porque nesta sociedade que valoriza e reforça o discurso da juventude eterna e dos padrões midiáticos de beleza, o que parece estar em voga é ser um adolescente eterno...belo e medíocre...Entendam que não estou fazendo uma crítica à adolescência como fase da vida, e sim a um sistema vigente.
Dentro desta lógica, as crianças e os velhos ficam nos pólos, e não raro, sofrem rejeições e abandonos, de formas variadas. Porque cuidar das crianças e dos velhos requer amor, compaixão, generosidade e maturidade. Qualidades que se expressam em gestos que eu mesma, muitas vezes, tenho dificuldades em exercer.
Crianças e velhos... Benjamin é um velho criança, ávido por conhecer a vida, e o mundo que vai se desvendando aos seus olhos, através dos personagens do filme!
Sejamos crianças, adolescentes, adultos ou velhos, estamos sempre a mercê do TEMPO! É este senhor que dita as regras...e que, muitas das vezes, nos prega peças.
Oxalá pudéssemos todos ter a serenidade e ousadia, bem representadas pelos atores Brad Pitt e Cate Blanchett em suas atuações. Em nenhum momento os personagens abrem mão de viver o que tem que viver, porque sabem que o tempo é implacável! E por isso mesmo não economizam vida! Fazem correções de rota, como seria adequado a qualquer um de nós, porém, não abrem mão de viver. O pacto deles é com a vida! Sabedores que são da morte, vão em busca de seus ideais e sonhos. Para mim, este é o ganho ao assistir ao filme: em nenhum momento existe a negação da finitude, porém, ao mesmo tempo, os personagens, em suas interpretações dão lições de como não negar a vida, em suas diversas manifestações. Esta é poesia!
Sai feliz, e ao mesmo triste do cinema, porém, com a sensação de que a vida vale a pena!
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